Familiares de pacientes internados no HGCA reclamam de demora para realização de cirurgias no fêmur

Familiares de pacientes internados no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) em Feira de Santana, procuraram a reportagem do Acorda Cidade na manhã desta sexta-feira (24), para chamar atenção e reclamar da demora na realização de cirurgias de fêmur na unidade hospitalar.

Segundo eles, há pacientes aguardando desde dezembro de 2022 para realizar o procedimento e a justificativa dada por médicos é que falta material.

Soane Cerqueira Lopes relatou que sua mãe está internada no HGCA desde o dia 4 de fevereiro aguardando passar pelo procedimento. De acordo com ela, a idosa de 72 anos está cada dia mais fraca e debilitada.

“Já abriu ferida nas costas dela. Minha mãe não aguenta mais nem mudar de posição. A maioria dos pacientes que aguardam a cirurgia de fêmur são pessoas idosas. Mas também há jovens. Tem uma jovem mesmo de uns 20 anos que está no corredor e está internada desde dezembro esperando essa cirurgia.

Ivana Lúcia também está acompanhando o esposo que encontra-se internado no HGCA. Ela relatou que o homem tem 77 anos, 12 dias internado e não está se alimentando.

“Não está se alimentando, está sem tomar soro e não aguenta levantar nem o braço. Ninguém toma uma providência”, afirmou.

Outra acompanhante de paciente, Lúcia Rosa, contou que o primo está há 52 dias internado no hospital. Ela usava uma prótese, teve uma fratura, quebrou a prótese e precisa fazer a troca.

“Aqui não tem. Falam que vão transferir para Salvador, mas até agora nada”, lamentou.

Os familiares dos pacientes internados frisaram que procuram por informações sobre o atraso nas cirurgias de fêmur e a resposta dada por alguns médicos é que falta material. Eles disseram que também tentaram registrar a reclamação no setor de Ouvidoria do hospital, mas não foram atendidos.

Em nota o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) informou:

O Diretor Geral em exercício do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), Dr Karlos Figueredo, vem de forma respeitosa esclarecer que atualmente possuímos uma média de 56 pacientes ortopédicos internados na unidade, destes alguns estão aguardando procedimentos cirúrgicos e outros já operaram e estão se recuperando para receber alta. Por sermos um grande hospital de urgência e emergência, muitos pacientes são admitidos com múltiplas fraturas e por isso precisam aguardar o tempo entre uma cirurgia e outra. Vale salientar, que a instituição conseguiu zerar a fila de pacientes aguardando cirurgias ortopédicas, porém todos os dias chegam novos pacientes que são imediatamente operados.
É importante lembrar que cada caso é tratado de forma individualizada, por isso alguns pacientes demoram mais tempo que outros.
O coordenador da ortopedia, Dr. Alexandre Alves, afirma que alguns pacientes que estão internados a mais tempo são pacientes que tiveram complicações clínicas e não puderam entrar no mapa de cirurgia desta semana ou são pacientes que precisaram de materiais especiais, e para essa demanda específica existe um protocolo que necessita de um tempo maior.
Em relação à reclamação que as famílias fizeram sobre a ouvidoria, as queixas foram registradas conforme diz a lei. Trata-se de um órgão fiscalizador, da própria Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, que serve inclusive para auxiliar a direção e identificar causas pontuais e diversas que possam acontecer na instituição.
Vale informar que as pendências de cirurgias estão previstas para serem sanadas até a próxima semana.

O Acorda Cidade também entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e aguarda o retorno.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.

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