Saúde

Dia do Sexo: especialistas dão dicas de como alcançar o prazer e uma vida sexual mais saudável

Por que não aproveitar o Dia do Sexo, para refletir melhor sobre os benefícios que a prática pode trazer para o corpo e a mente.

06/09/2022 às 15h00, Por Laiane Cruz

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Dia do Sexo
Foto: Reprodução/Pixabay

‘Amor é um livro, sexo é esporte, sexo é escolha, amor é sorte. (…) Amor é novela, sexo é cinema, sexo é imaginação e fantasia’, já dizia Rita Lee na canção ‘Amor e Sexo’, lançada em 2003, no álbum Balacobaco.

Na música, a artista busca retratar de forma poética as nuances e distinções que podem existir entre sentimentos e o exercício livre e natural da sexualidade humana.

E por que não aproveitar esta terça-feira (6/9), quando é comemorado o Dia do Sexo, para praticar e refletir melhor sobre os benefícios que ele pode trazer para o corpo e a mente?

De acordo com a fisioterapeuta pélvica, especializada em saúde da mulher e do homem, Manuela Andrade, que atua em Feira de Santana, a melhor forma de comemorar o Dia do Sexo é praticando, seja com um parceiro ou ‘legislando em causa própria’, na busca pelo autoconhecimento.

Sexóloga Manuela Andrade
Foto: Arquivo Pessoal

“A Organização Mundial de Saúde [OMS] já incluiu em suas normas que fazer sexo é bom para a saúde e necessário para o corpo. Durante a relação, existem benefícios, como a queima de calorias, e durante o orgasmo, que é o pico máximo de prazer que o corpo alcança, são liberadas endorfinas, hormônios ligados ao prazer, o que melhora o sistema imunológico. Sexo é saúde, é saudável, e as pessoas devem praticar como qualquer atividade da vida, com uma boa frequência”, argumentou a profissional de saúde, que também ensina técnicas de pompoarismo, que significa o treinamento da musculatura e do assoalho pélvico.

Exercite-se

A sexóloga e fisioterapeuta pélvica Manuela Andrade explicou que a fisioterapia pélvica é fundamental para pessoas que, por alguma razão, não conseguem atingir o orgasmo durante a relação. A dificuldade em atingir o ponto máximo do prazer pode ser chamada de anorgasmia (quando há ausência total de orgasmo) ou disorgasmia (quando há dificuldade em atingir).

“Na fisioterapia pélvica são tratadas as disfunções sexuais, e nós enquanto profissionais da área temos a função de falar sobre a anatomia, porque muitas pessoas não se conhecem, sobretudo as mulheres. Há uma dificuldade maior por parte do sexo feminino em identificar estruturas em seu corpo. O homem, por sua vez, é incentivado pela cultura ao ato de se conhecer e isso é trabalhado desde a infância. A fisioterapia auxilia no autoconhecimento e na melhora da musculatura pélvica, ensinando o paciente a contrair e relaxar a pelve de forma correta. Através de algumas ferramentas é possível fazer com as mulheres aprendam o caminho do prazer e da autodescoberta, orientando inclusive seus parceiros”, revelou.

E quando não chega ‘lá’?

Manuela Andrade apontou ainda situações que também podem ser consideradas como disfunções sexuais, como a falta total de desejo e interesse pelo sexo, como também o excesso de busca por esse prazer.

“Pessoas assexuadas são aquelas que não desenvolvem o interesse pelo sexo, não têm desejo, mas conseguem se relacionar com outra pessoa e amar. Isso pode ser considerada uma disfunção sexual. Por outro lado, a pessoa que é viciada em sexo possui o Transtorno do Comportamento Sexual Compulsivo, não consegue controlar o próprio desejo e é incapaz de medir os riscos na busca incontrolável por sexo. Isso acontece quando determinadas áreas do cérebro que promovem a sensação de bem estar e prazer ficam desreguladas e liberam essas sensações de forma intensa, reforçando estímulos, e liberando dopamina em uma quantidade excessiva. A gente perde a noção do risco e só olhamos o lado bom. A dopamina é um neurotransmissor excitatório ou inibitório, a depender da área do corpo”, explicou.

Sexóloga Paula Milena
Foto: Arquivo Pessoal

Já para a sexóloga e fisioterapeuta pélvica Paula Milena, que atua em Feira de Santana e Salvador, a falta de desejo e excitação em pessoas assexuadas pode não ser um problema, quando se convive bem com esta condição. Na outra ponta da escala, aqueles que mantém o vício na atividade sexual precisam de tratamento, quando o sexo começa a atrapalhar a rotina do dia a dia.

“A grande questão é quando ela se relaciona com alguém sexualizado, pois haverá conflitos de interesses. Já as pessoas viciadas em sexo vivem justamente o contrário, têm comportamentos em excesso e desenvolvem vícios. O sexo como qualquer outra situação ou energia, não sendo utilizando da forma equilibrada, vai trazer disfunções, como o vício em masturbação e pornografia. O vício se define quando alguém deixa de cumprir suas funções sociais, econômicas, profissionais e deixa de conduzir sua vida para se voltar somente a essa atividade”, pontuou.

Quanto mais melhor?

Para Paula Milena, uma vida sexual ativa e saudável está mais relacionada com a qualidade da relação do que com a quantidade com que se pratica. E confirma que pesquisas recentes enumeram diversos benefícios alcançados através do prazer em homens e mulheres, como menor chance de contrair doenças cardiovasculares, emocionais, e aumento do bem estar.

“O Dia do Sexo tem que ser comemorado como todas as outras datas especiais, um momento onde a gente tem que parar e refletir de como, em geral, tenho tratado a minha sexualidade e o sexo com meu parceiro, e com isso melhorar no decorrer do ano”, enfatizou.

Sexo seguro, sempre!

A sexóloga Paula Milena destacou ainda a importância do uso do preservativo, a fim de se evitar doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

“O uso do preservativo é algo que precisa ser pontuado, porque os índices de doenças sexualmente transmissíveis só aumentam entre os jovens e na terceira idade. Então é importante que a gente entenda que não adianta ter um sexo de qualidade, sem estar seguro, pois primeiro vem a segurança da nossa saúde e depois a do outro. Então é de extrema importância que o sexo com camisinha seja prioridade, independente da idade e do relacionamento que a pessoa tenha.”


Com informações da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade

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