Dia do Sexo: como manter as atividades sexuais quando a "idade chega"? Sexóloga explica

Nesta quarta-feira, 6 de setembro, é comemorado o Dia do Sexo, uma data que se popularizou através de uma campanha de marketing de uma marca de preservativos, lá no ano de 2008, em alusão à posição sexual 69 (meia-nove).

Mesmo no Século XXI, falar sobre sexo ainda é tabu para algumas pessoas. E se comentar sobre o assunto, já pode gerar um desconforto, imagine praticar.

A reportagem do Acorda Cidade conversou com a fisioterapeuta pélvica e também sexóloga, Manuela Oliveira de Andrade, que destacou que é possível sim, manter as atividades sexuais mesmo quando a “idade vai chegando”.

“Independente da idade, a gente sempre precisa pensar que sexo é saudável, a própria Organização Mundial da Saúde traz este conceito que fazer sexo é saudável, mas vejamos o que é que acontece. A gente não pode culpar as questões hormonais, principalmente falando do sexo feminino e eu sempre digo que, sexo antes de mais nada, ele começa na nossa cabeça, a gente precisa desejar, precisa querer, precisa ter o estímulo, seja na forma visual, seja em uma leitura através de um conto erótico, precisamos estimular as nossas emoções para praticar o sexo. Além disso, nós precisamos também fazer os exames de rotina, é necessário para saber se de fato, os hormônios estão em dias, porque durante a própria relação sexual, a gente libera hormônios”, explicou.

Segundo a sexóloga, a mulher foi muito podada no passado, quando o assunto era sexo.

“Hoje nós temos aí a questão da criação, a questão da sociedade, pois a mulher ela foi podada o tempo inteiro com relação ao sexo, porém não existe em lugar nenhum, informando que é o homem que gosta mais de sexo, do que a mulher. Então quando aquela mulher na infância descobre a cócega no clitóris, ela é reprimida, a gente tem aí os dizeres de que o sexo é feio, o sexo é sujo, que não pode, tem aquela forma de dizer ‘tira a mão daí, que não pode’, mas quando o menino tem a primeira ereção, logo é dito ‘meu filho é macho’, inclusive até aquela frase ‘prendam suas cabritas, que meu bode está solto’, então o homem é mais incentivado, o que se torna um desafio para a mulher. Eu costumo comparar a mulher como um fogão a lenha, então se o homem quer sexo, ele precisa estimular esta mulher pela manhã, para que de noite, tenha relação sexual. Já o homem é diferente, ele viu, ele se excita. Até aqui no consultório, é algo desafiador, principalmente quando falo sobre masturbação, quando falamos sobre as práticas sexuais, e muitas mulheres acham que o sexo só tem por finalidade, a reprodução, porém nós mulheres, temos um órgão exclusivo para o prazer, que é o clitóris, ele não tem outra função se não for esta”, explanou.

Falta de sexo pode provocar mau humor?

Segundo a especialista, a prática sexual deveria se tornar algo essencial e necessária.

“Essa questão do humor, eu não digo nem somente pela mulher, mas de forma geral. Eu tenho uma frase que gosto sempre de dizer, o homem faz sexo para ficar bem, já a mulher, ela só faz se estiver bem. Então mais uma vez, entra a questão da criação, a gente toma banho, a gente dorme, a gente se alimenta, ou seja, são atividades necessárias para a nossa vida, então o sexo deveria ser visto dessa forma, como uma necessidade, até porque como informei, o sexo é saudável, ele é fisiológico, o nosso corpo dá sinais quando a gente precisa fazer sexo. Esta limitação interfere na vida de todas as pessoas, a mulher especificamente, precisa olhar para o sexo, assim como o homem e dizer: eu quero ter uma relação sexual para me sentir bem, não simplesmente pelo fato de estar bem”, afirmou.

Existem mitos sobre as atividades sexuais na terceira idade?

Ao Acorda Cidade, a fisioterapeuta pélvica Manuela Oliveira contou que as mulheres são beneficiadas em comparação aos homens.

“Essa semana eu recebi uma paciente aqui no consultório informando que tinha se aposentado de tudo, inclusive do sexo. Eu questionei a ela sobre a masturbação, e ela informou que não, que já tinha se aposentado. Mas a gente precisa lembrar que a mulher é privilegiada, o clitóris tem uma única função, que é o prazer. Então se a mulher tiver 100 anos de idade, e ela estimular, ela vai continuar tendo prazer, diferente do homem que quando ele entra na andropausa, o pênis para de funcionar”, disse.

A sexóloga aproveitou para destacar os benefícios do sexo.

“A pessoa fica mais leve, mais jovem, melhora a pele, e eu sempre falo aqui no consultório sobre dor de cabeça. As mulheres quando chegam aqui, dizem que não fazem sexo por estarem com dor de cabeça ou então dão uma desculpa para o marido informando isso. Só que eu derrubo essa desculpa e entro na questão dos hormônios, pois essa mulher libera hormônios durante a ação sexual, ou seja, ela libera endorfina, e se ela realmente estiver com dor de cabeça, essa dor vai desaparecer”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos Acorda Cidade

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