Dermatologista explica os riscos causados por pomadas para modelar e trançar cabelos

Na última sexta-feira (10), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda de todas as pomadas para modelar, trançar e fixar cabelos. A medida de segurança é válida também para distribuição e exposição para venda de todos os lotes de qualquer tipo destes cosméticos no comércio em geral.

Ainda de acordo com a Anvisa, a interdição é temporária e ficará vigente até que sejam realizados testes, análises e outras providências possíveis para concluir a investigação sobre caso de intoxicações.

Ao Acorda Cidade, a dermatologista clínica estética, Helga Clementino Figueiredo explicou os riscos que as pessoas podem ocorrer utilizando as pomadas.

“Essas pomadas capilares possuem vários elementos químicos em sua composição, que realmente acabam causando mais risco de irritação ocular, que é o grande problema hoje que está se falando aí nas grandes mídias. Como as pessoas seguem para as festas ou irão brincar no Carnaval, estas pessoas transpiram, podem pegar chuva, e aquela pomada capilar escorre, sai do cabelo e chega até a região dos olhos. O que gera a irritação, vermelhidão, gerando sensação de areia e nos casos mais graves, causar feridas na região da córnea ou até úlcera de córnea”, pontuou.

Ainda de acordo com a especialista, a depender do caso, o tratamento não será realizado apenas com um dermatologista, mas sim, com o acompanhamento também de um oftalmologista.

“O grande risco que existe é a cegueira. Muitos oftalmologistas estão alertando para as questões relacionadas às pessoas que chegam com a visão turva. E, se isso não for tratado, pode se transformar em um caso de úlcera da córnea, precisando de transplante. Então tanto os dermatos, quanto os oftalmos, estão juntos neste sentido do cuidado com o paciente”, alertou.

Quem possui a pomada em casa, deve jogar fora?

De acordo com a dermatologista Helga Clementino, neste primeiro momento ainda não é indicado esta ação, até que a Anvisa possa concluir todas as investigações.

“Eu não acho que seja necessário jogar fora agora, mas o ideal é que deixe ele ali em stand-by, guardado. Nós temos outros recursos, os cabelereiros podem nos ajudar neste momento para que possamos continuar com as nossas tranças, existem os sprays que são fixadores e possuem uma aderência que mantém aquele penteado, mas não correm o risco se por acaso chover ou a pessoa transpirar, e aquele produto descer. O spray é mais volátil e não fica colado na cabeça, então é uma ótima ferramenta para substituição”, contou.

Curtir o Carnaval sem riscos

A utilização de perfume misturado com a maquiagem não será uma boa opção, segundo a dermatologista.

“Nós já estamos nesse período de Carnaval, já estão tendo os bailinhos, mas a gente sabe que além da questão dessas pomadas, existem também as maquiagens, os glitters que são muito utilizados nesse período. Então uma dica para este Carnaval é se fantasiar, se maquiar, mas evitar por exemplo de utilizar perfume sobre a maquiagem. Porque a fragrância vai aumentar a chance de ter uma alergia, então as pessoas podem utilizar a maquiagem na roupa, no cabelo, e não aplicar diretamente na pele, como no rosto e pescoço. Outra dica é manter a hidratação mais reforçada, principalmente neste calor”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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