Feira de Santana
Cresce número de atendimentos no HEC de casos de viroses em crianças
De acordo com o infecto pediatra do hospital, o outono é propenso para o aumento da circulação do vírus.
16/03/2023 às 06h49, Por Gabriel Gonçalves
Com a proximidade do início do outono, já é possível identificar o aumento da procura pelo atendimento médico no Hospital Estadual da Criança (HEC) em Feira de Santana, de pacientes com sintomas de gripe.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o médico infectopediatra Igo Araújo destacou também o aumento da circulação do vírus em virtude do pós-Carnaval, como sempre acontece.
“Esse aumento já é uma coisa inclusive esperada. A gente costuma dizer que a gripe vinha depois do Carnaval e recebia o nome da música que foi campeã, então já estamos aí definindo como a gripe ‘Zona de Perigo’, popularmente, uma maneira da população falar. Mas a gente tem visto que realmente o número de casos da gripe aumentou, além de uma rebarba da dengue, como as arboviroses, os quadros intestinais, diarreias e vômitos”, explicou.
De acordo com o especialista, existem três tipos de sintomas neste período em que a virose está em alta.
“Eu posso dizer que aqui em Feira, temos praticamente três tipos de infecções concomitantes. Tanto as arboviroses causadas pela dengue, que neste caso, as pessoas irão sentir dores musculares, dores nos olhos, febre, e as crianças pequenas podem ter diarreias, vômitos e dores abdominais. O que a gente chama é de gastroenterite, que é apenas o vômito e diarreia e recentemente depois do Carnaval, os quadros gripais voltam a surgir e nós sabemos que a tendência agora é dessas infecções continuarem no outono e no inverno”, informou ao Acorda Cidade.
Podem ser parecidas, mas o médico Igo Araújo explicou a diferença entre resfriado e gripe.
“Existe uma diferença, e isso pode ser percebido na agressividade. A gripe é uma doença mais agressiva, com mais sintomas, ao exemplo de febre, dor no corpo, já o resfriado é um sintoma mais tranquilo, pode ser o nariz escorrendo, uma tosse e o vírus é diferente. Quando uma criança apresenta a febre, esse sintoma diz que algo está errado, mas ela não deve ser encarada com um terror, com um medo. A febre deve ser nossa aliada, ela serve para nos trazer informação”, pontuou.
Tratamentos
Segundo o infectopediatra, a hidratação é uma das mais importantes ferramentas.
“O tratamento que muitas vezes a gente utiliza, é a hidratação. Fazer com que a criança esteja sempre bebendo líquido, mas sem forçar, além de fazer a lavagem nasal, nebulização com soro e muitos pais não gostam porque acham que precisa tomar algum remédio, mas a gente tem um protocolo e a prática de mostrar que com apenas a lavagem nasal, já se resolve tudo na vida de uma criança. Com essa baixa dos quadros gripais entre dezembro e janeiro, as farmácias voltaram a ter os medicamentos em estoque, mas deixo claro que não é necessário passar remédios, alguns pacientes que terão a necessidade de fazer o uso de xaropes ou antibióticos, mas a grande maioria das crianças fazem o processo da lavagem nasal. Outra dica que também é seguida, são aqueles xaropes caseiros em que as vovós costumam fazer com mel, gengibre, e que de fato vai ajudar a curar a criança”, afirmou o médico ao Acorda Cidade.
Ainda de acordo com o médico Igo Araújo, neste período do outono e inverno, os vírus circulam com mais frequência.
“Já vamos iniciar no período do outono, e a gente espera que os vírus gripais comecem a circular em nosso meio, e que inclusive, é o período em que os pediatras costumam ter mais pacientes. Na época da primavera e do verão, existe um vírus, e agora outro entra em circulação”, disse.
Prevenção
Segundo o infectopediatra, a imunidade da criança ajuda no combate contra os vírus.
“A criança acima de 5 anos de idade, ela tende a ter uma imunidade mais alta, porque já adquiriu durante todo o tempo de vida. Então ela fica menos gripada e com processos infecciosos e isso é necessário. As vacinas existem para evitar que estas doenças se compliquem, lembrando que a vacina não inibe, só evita que a doença aconteça de forma mais grave e a intenção é esta. É como um cinto de segurança em um capotamento de carro, quem está com o cinto, tende a ficar mais tranquilo, e a criança precisa ter contato, precisa ter imunidade através da doença, além disso, uma boa rotina de alimentação, hidratação e sono”, concluiu.
Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade
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