Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo e Drogas

Consumo de álcool é crescente entre jovens de 15 a 24 anos, alerta médica psiquiatra

Um dos principais prejuízos do consumo precoce de bebidas alcoólicas, segundo a médica psiquiatra, é a saúde mental.

20/02/2024 às 16h09, Por Maylla Nunes

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nesta terça-feira, 20 de fevereiro, é celebrado o Dia Nacional do Combate ao Alcoolismo e Drogas. A data tem o objetivo de alertar a população para os riscos causados pelo uso das substâncias, principalmente ligados à saúde.

No Brasil, segundo levantamento do Ministério da Saúde em 2021, 19,3% dos brasileiros de 18 a 24 anos fazem esse consumo abusivo. O consumo exacerbado de álcool e de drogas ainda permite ao usuário desencadear problemas psicológicos e psicossociais. O maior público-alvo é, atualmente, a juventude.

O Acorda Cidade conversou com a médica psiquiatra Silvana Figueirôa, que destacou os principais riscos do uso desenfreado do álcool aos jovens.

Para ela, um dos fatores predominantes para que ocorra o uso destas substâncias, é a fase da vida.

Médica Psiquiatra
Foto: Ney Silva/ Acorda Cidade

“Temos observado um consumo de álcool aumentado na faixa etária de jovens entre 15 e 24 anos. A gente pode pensar em inúmeros fatores que contribuem para isso. Vamos começar com um dos mais fisiológicos, a própria adolescência. O álcool é uma droga lícita, permitida, aceita socialmente e inclusive que pode facilitar a inclusão e a aceitação desses jovens em determinados grupos. E isso faz com que seja um estímulo ao uso. Entre o uso e o abuso, às vezes, há uma diferença tênue, e no próprio grupo podem existir inúmeras pessoas, inúmeros adolescentes, jovens, que não fazem uso ou que fazem uso em pequena quantidade, até jovens que usam de forma abusiva e até se tornam dependentes. Além desses fatores sociais e fisiológicos, mesmo da própria idade, ainda vamos ter inúmeros estímulos externos que podem fazer com que o jovem acabe por utilizar e até abusar dessa substância”, disse.

Riscos à saúde

Um dos principais prejuízos do consumo precoce de bebidas alcoólicas, segundo a médica psiquiatra, é a saúde mental. Isso porque, há maiores possibilidades de se tornar um usuário dependente ao longo da vida.

Silvana Figueirôa também frisou que o consumo excessivo pode impactar na vida social do jovem e até mesmo, na sua independência.

“Nessa idade o sistema nervoso dos indivíduos ainda está em formação, ele está em maturação até cerca de 20, até 24 anos, 25 anos. Então, algumas áreas do cérebro não estão desenvolvidas e não estão em condições de usar essas substâncias e podem ser muito influenciadas. Então, a saúde mental é afetada drasticamente, a gente sabe que quanto mais precoce for esse uso, mais risco e a probabilidade de vir a desenvolver outras patologias, inclusive a dependência, se torna cada vez maior. Cerca de 4 a 5 vezes maior em indivíduos na faixa etária de 15 anos, que iniciam a faixa etária muito cedo. A maturação, a maturidade não está atingida. E pode influenciar na impulsividade, no raciocínio, na memória, na tomada de decisões, na avaliação própria, no juízo próprio, para discernir e escolher, a capacidade de escolha mesmo individual”, destacou a médica em entrevista ao Acorda Cidade.

Ela alerta que quanto mais precoce o jovem começar o uso de álcool, maior a probabilidade de ele se tornar dependente a longo prazo e não só de álcool. Este consumo pode abrir portas para outras substâncias psicoativas. “Além de um risco maior não só para a saúde mental, como para outras doenças clínicas como o câncer, doenças gastrointestinais e outras patologias.”

Apoio

Uma das formas de prevenção ao alcoolismo precoce entre jovens e adolescentes é a presença da família. Silvana Figueirôa ainda reforçou a importância da educação através da família como agentes na conscientização dos riscos do uso de bebidas alcoólicas.

“Eu acho que é fundamental a família. Primeiro, na adolescência, esses jovens vão querer, para se tornar autônomos, para ter autonomia, e para demonstrar essa autonomia, vão querer se distanciar cada vez mais desses adultos, principalmente dos pais. Por isso, é importante a família ajudar em fazer com que esses jovens pratiquem atividades, principalmente físicas, que vão lhe dar prazer, que vão lhe dar uma satisfação e que vão lhe dar essa socialização de fundamental importância na vida desses jovens” finalizou.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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