Combate ao Câncer de Próstata: empresário relata apoio da família e fé para superar doença

Nesta sexta-feira (17), é celebrado o Dia Nacional de Combate do Câncer de Próstata, o mais comum entre os homens. Em valores absolutos e considerando ambos os sexos, é o segundo tipo mais comum, conforme explica o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

O Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata foi criado em 2003, na Austrália, sendo comemorado neste 17 de novembro. A data também deu origem ao movimento Novembro Azul, que seria equivalente ao Outubro Rosa para as mulheres.

A reportagem do Acorda Cidade conversou com o empresário Evandro Pedreira Brandão, 63 anos, que foi diagnosticado com câncer de próstata no mês de novembro do ano de 2022.

Segundo ele, o primeiro sintoma apresentado foi o sangramento na urina, e logo buscou atendimento com o médico urologista.

“Os primeiros sintomas apareceram no mês de novembro do ano de 2022 com o sangramento na urina. Eu procurei logo o urologista e ele me passou alguns exames, com PSA e ressonância. Fiz também o toque retal e ele me pediu para que eu tomasse bastante água. No mês de janeiro deste ano, eu tive uma retenção urinária muito forte e tive que ir para a emergência do hospital. Eles colocaram uma sonda que permaneceu durante seis meses e quando retornei para o urologista e para apresentar os resultados dos exames, o médico fez uma expressão tão grande, de espanto, que eu fiquei querendo saber o que é que realmente estava acontecendo naquele momento. Ele me disse: ‘olha só, seu câncer de 5 a 10, é 10, é crítico’. Mas para confirmar o que ele já tinha dito, ele solicitou uma biópsia e eu não estava acreditando que realmente estava com este câncer de grau 10. Procurei uma segunda opinião lá em Salvador, o resultado da biópsia saiu no mês de fevereiro e ficou confirmado que eu estava com diagnóstico de adenocarcinoma de próstata de alto risco, de grau 10 com suspeita de metástase”, explicou.

Evandro também destacou ao Acorda Cidade, que nunca teve problemas para realizar exames, nem buscar atendimento médico.

“Eu nunca tive nenhum tipo de tabu para fazer exames, como toque retal, mas o grande problema foi o relaxamento e o excesso de confiança, porque eu sempre cuidei do meu corpo, principalmente com relação à alimentação, então achava que não precisava fazer outros exames. Por fazer parte ativamente da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, já tenho 43 anos que faço parte, posso dizer que estava emocionalmente e espiritualmente preparado para esse tipo de diagnóstico, então a minha fé no meu Pai Celestial só cresceu”, contou.

Segundo o empresário, durante o tratamento foi necessário fazer seis seções de quimioterapia.

“Eu fiz seis quimioterapias durante seis meses tomando uma injeção a cada 28 dias. Fui extremamente abençoado por não sentir nenhum tipo de efeito colateral durante esse tratamento, eu não tive nenhum tipo de enjoo, não tive queda de cabelo, não tive falta de apetite, nem fraqueza. O meu grande problema foi a questão da urina com muito sangue e a infecção urinária devido à questão da sonda que eu tive que tratar antes de começar o tratamento com a quimioterapia. A minha família sempre esteve presente, e em nenhum momento eu senti que estava sozinho. Eu tive apoio dos meus netos, dos meus filhos, das minhas noras, sempre com muita oração. Minha esposa foi minha acompanhante durante as consultas, durante os exames e durante 16 dias internado lá em Salvador para tratar a infecção urinária, além de fazer a lavagem com soro para poder tirar todos os coágulos de sangue. Então esse apoio da família sempre foi uma ajuda preciosa para qualquer tipo de tratamento”, declarou.

Evandro também chamou a atenção da importância, quando a doença é diagnosticada de forma precoce. Segundo ele, mesmo realizando todos os tratamentos, o câncer não afetou a vida profissional.

“Infelizmente no meu caso, a doença não foi detectada de forma precoce, por isso que eu tive metástase, o câncer se espalhou pelos ossos e já estava em uma fase crítica. Muitas vezes eu fui para Salvador com meu filho dirigindo o carro, mas aqui em Feira de Santana eu também tive atendimento na Unacon, inclusive no meu último exame que fiz recentemente, o médico ficou surpreso pois o câncer drasticamente foi reduzido. Eu digo que minha rotina mudou principalmente quando eu estava com a sonda, mas em compensação, eu não tive nenhum impacto na minha vida profissional, a minha esposa por exemplo, continuou tocando a empresa, administrando os funcionários de excelência, digo que tocou a empresa até melhor do que eu”, brincou.

Para Evandro, este momento de tratamento contra a doença, foi crucial para entender que tudo tem o seu devido momento.

“O principal aprendizado que eu tive durante todo este período, foi justamente confiar mais em Deus, saber que tudo tem o seu momento e nada é impossível para Ele. Além disso, é importante ter as pessoas ao nosso redor e sermos unidos. Houve muitas mudanças na minha vida, as pessoas me olham e dizem: ‘você está mais jovem, está mais bonito’, isso me deixa feliz. Todo homem deve procurar o seu médico urologista, façam seus exames necessários pelo menos uma vez por ano, não tenham medo, não fiquem desanimados, hoje nós temos muitas coisas que podem ajudar em nossa recuperação”, afirmou.

Mudanças

Após o tratamento, Evandro contou ao Acorda Cidade que modificou a rotina de vida, principalmente dando prioridade nas caminhadas e alimentação.

“Hoje eu faço minhas caminhadas, mudei minha alimentação, tirei muita coisa que pode alimentar as células cancerígenas, com pão, macarrão, refrigerante, cortei o açúcar, reduzi a carne, e em compensação, acrescentei alimentos mais benéficos, como muitas frutas, verduras, saladas. Eu lembro que no período que fazia os exames de laboratório, minhas taxas estavam boas, excelentes, e com isso, eu ficava mais animado. Desde o ano de 2014 que eu já tinha passado a consumir produtos naturais, então acredito que isso tenha fortalecido o meu organismo. Os médicos diziam que qualquer pessoa que tivesse o grau oito, estaria cansado, abatido, sentindo muitas dores, até mesmo tomando morfina, muitos morreriam, mas eu não senti nada disso, apesar de estar em um grau 10, simplesmente foi um milagre de Deus”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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