Uma festa ver as cobrinhas correrem atrás da gente, soltar os vulcões e chuveirinhos.
23/06/2021 22h06, Por Andrea Trindade
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Marcílio Costa*
Como esquecer as fogueiras que meu pai fazia nas noites de São João?Era a única fogueira feita num formato diferente em Jaguara. Enquanto todos os outros moradores arrumavam a lenha num monte, uma madeira em cima da outra, a fogueira de Seu Nelito era feita como um chiqueirinho, as madeiras dispostas num quadrado começando com os troncos maiores na base e depois outros pedaços no meio. Ao contrário das outras, a nossa fogueira ficava bem alta e, claro, mais bonita. Para acender rápido era só colocar a “boca” da fogueira na direção da rua lateral da minha casa, a rua do “pulo do bode” como era chamada a rua Coronel Servílio Carneiro, meu tio-avô, irmão de minha avó Santinha.
Lembro que ainda bem pequeno era ali ao pé da fogueira que queimava meus fogos. Uma festa ver as cobrinhas correrem atrás da gente, soltar os vulcões e chuveirinhos, que exalavam muita fumaça, uma coisa terrível para o magrelo que tinha graves problemas respiratórios devido as amigdalas e “carne” no nariz. Soltar bomba era um caso à parte. Não podia colocar as bombas embaixo das latas de leite em pó para vê-la se espatifar como faziam quase todos os meninos daquela época. Eu era proibido, mas confesso que sempre que podia fugia da vigilância de Seu Nelito e Dona Bernadete e vibrava com o espocar das bombas colocadas dentro das latas, mesmo correndo o risco de ser atingido e ficar ferido.
Meu pai era um homem dos sete instrumentos que sabia fazer tudo, eu imagino. Sabia costurar, fazia gaiolas, aprendeu datilografia sozinho e também sabia fazer balões. Tenho poucas lembranças de seus balões, mas me recordo que eram bem coloridos e numa noite de São João um pequeno acidente ficou na minha memória. Ao soltar o balão, a bucha acesa caiu e terminou atingindo a testa dele, mas coisa sem muita gravidade. Naquela época não se tinha consciência dos riscos de soltar balão e a prática era vista com naturalidade. Na verdade, com fascínio, ainda mais para o menino que adorava as noites de São João.
O São João me traz a lembrança também das quadrilhas juninas e dos concursos da rainha do milho na escola. A minha colega Dolina (já não lembro seu nome verdadeiro) foi a responsável por fazer aquele menino tímido dançar quadrilha na festa de São João do Grupo Escolar Maria Emília Pedra Braga, escola onde estudei o primário. Foi uma alegria desfilar de braços dados com Dolinha, entrar no túnel do amor e pular quando o marcador gritava:
– Olha a cobra! É mentira!
Mas também não esqueço a decepção que tive quando minha candidata a Rainha do Milho perdeu a competição injustamente. Ela era linda, lindíssima, e eu tinha certeza que ela seria eleita a nova majestade daquele ano. Só que não. Olha só, o que contava não era a beleza. Vencia quem vendesse mais bilhetes da festa junina e aí a gente perdeu.
Nada que tirasse meu encanto e me fizesse deixar de gostar tanto dessa festa até hoje, como bom nordestino que preza suas raízes.
– Olha para céu, meu amor!!!!!!
*Marcílio Costa é jornalista, gerente de Jornalismo da Tv Subaé, a emissora afiliada da Rede Globo em Feira de Santana. O texto foi originalmente publicado na página dele no Facebook
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