Prefeito vai processar vereador por quebra de sigilo bancário

_{Dilton Coutinho}

“O meu sigilo bancário ele quebrou e vai responder na Justiça por isso”, enfatizou o prefeito Tarcízio Pimenta ao se referir as denúncias apresentadas ontem (04) pelo vereador Roberto Tourinho, sobre as transações realizadas através da Cooperativa de créditos Subaé Brasil. O prefeito, que está nos Estados Unidos, concedeu uma entrevista ao jornalista Waldomiro Silva – da Tribuna Feirense. Na entrevista, Pimenta também negou que a Prefeitura tivesse tido qualquer tipo de prejuízo.
 

AS DENÚNCIAS

Roberto Tourinho fez quatro denúncias relacionadas ao banco Subaé Brasil, que  segundo ele, envolvem o Governo Municipal e Tarcízio Pimenta:

1 O governo teria uma “conta não-contabilizada” no Subaé Brasil, na qual teriam sido depositados R$ 1 milhão pela instituição financeira, dinheiro correspondente a resgate de títulos de capitalização adquiridos junto ao Banco do Brasil.

2 A Prefeitura teria desapropriado uma área de terra junto a MSA Incorporações, no valor de R$ 751 mil, empresa que tem como sócia Mirela Nunes, filha do então presidente da cooperativa que geria o Subaé Brasil, Lourival Nunes.

3 Tarcízio Pimenta ( pessoa física) teria sido avalista de um empréstimo de R$ 270 mil contraído pelo D-A3 Marcos Paulo Oliveira (o homem que ocupa cargo de confiança de terceiro escalão no governo Municipal e que teria sacado R$ 1,3 mil de aplicação pessoal no Subaé Brasil).

4 Tarcízio Pimenta teria tentado resgatar R$ 1,6 milhão aproximadamente, do Subaé Brasil, através de cheques administrativos assinados por Lourival Nunes e seu vice-presidente, em um período em que os talonários de cheques da instituição já tinham sido sustados pela Assembleia Geral Extraordinária. Os depósitos chegaram a ser feitos, mas os cheques não foram compensados pelo Banco do Brasil e Itaú, onde Tarcízio possuiria conta.

RESPOSTAS DO PREFEITO TARCÍZIO PIMENTA

TARCÍZIO AVALIZOU EMPRÉSTIMO DE R$ 270 MIL, CONTRAÍDO POR MARCOS PAULO NO SUBAÉ BRASIL

“Eu já avalizei para tantas pessoas que eu até já enjoei. Já avalizei pra advogados, já avalizei para amigos meus. Inclusive muitos desses avais acabaram sem ser cumpridos pelas pessoas. Já avalizei carros, já avalizei imóveis pra tanta gente em Feira…”.

DESAPROPRIAÇÃO DE TERRENO E TRANSAÇÃO COM EMPRESA QUE TINHA COMO SÓCIA UMA FILHA DO PRESIDENTE DO SUBAÉ BRASIL

"Isso (o fato de a MSA Incorporações, que vendeu o terreno) ter em sua constituição societária uma filha de Lourival Nunes) não foi fator relevante para a Prefeitura. O fator relevante principal foi a Prefeitura não perder nada. E foi isto que aconteceu. A Prefeitura fez uma aquisição sob todos os cuidados para preservar o interesse público".

SOBRE CHEQUES ADMINISTRATIVOS NOMINAIS A TARCÍZIO, NO VALOR DE R$ 1,7 MILHÃO, QUE LOURIVAL NUNES ASSINOU, MAS NÃO CHEGARAM A SER COMPENSADOS EM CONTAS DO PREFEITO O ITAÚ E BANCO DO BRASIL

“A operação não foi concluída. Era referente a uma transação comercial que estamos fazendo, em imóvel adquirido desde 2001, com uma empresa de Feira de Santana, e que vale muito mais do que isso. Eu não vou dizer qual o imóvel, nem vou dizer onde está por que faz parte do meu patrimônio e da minha família. A minha conta era pessoal no Subaé Brasil. Por isso eu tinha direito de solicitar que o valor fosse depositado em outra conta. Não há nada de errado nisso”. Eu tenho conta pessoa-física, minha, desde que o banco (Subaé Brasil) abriu. Esse dinheiro não estaria em conta de ninguém. Estaria ou na minha ou na conta da própria pessoa com quem eu negociei, porque houve uma autorização da empresa para me pagar e o banco pagou com cheque sem fundo. E o que aconteceu foi? Eu devolvi os cheques para a empresa dona do imóvel. Quer dizer, não configurou o negócio. Consequentemente, desfez-se o negócio”.

DEPÓSITO DE R$ 1 MILHÃO EM "CONTA NÃO-CONTABILIZADA" NO SUBAÉ BRASIL, DINHEIRO QUE SERIA PROVENIENTE DE TÍTULOS DE CAPITALIZAÇÃO

"Não houve nenhuma operação de Ourocap em nome da Prefeitura Municipal de Feira de Santana junto ao Subaé Brasil. Muito menos conta não-contabilizada Isto é uma mentira. O secretário da Fazenda, Wagner Gonçalves, pode confirmar que não existe nada disso".

Acorda Cidade com informações da Tribuna Feirense