Petrobras deve voltar a gerir refinaria de Mataripe ainda neste semestre, afirma deputado

Um dos principais polos de petróleo do Brasil, a refinaria Landulfo Alves, de Mataripe, localizada em São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), pode retornar à administração pela Petrobras ainda neste semestre.

Privatizada desde novembro de 2021, a refinaria de Mataripe passou a integrar o grupo Mubadala, de origem Árabe, ainda no governo Bolsonaro. A informação sobre a venda foi divulgada pelo Deputado Estadual Robinson Almeida (PT). Segundo ele, a negociação pode ser finalizada ainda neste semestre.

Em entrevista ao Acorda Cidade, na manhã desta segunda-feira (19), o deputado destacou que o objetivo da negociação é também o controle no valor repassado do combustível e gás ao cliente final, a população.

“Todos nós defendemos que o Brasil tenha capacidade não só de produção, mas de comercialização do seu petróleo e dos seus derivados. Infelizmente, no governo passado, foram vendidos vários ativos da Petrobras, entre eles, a refinaria Landulfo Alves em Mataripe. Desde a campanha do presidente Lula, vários segmentos da sociedade pedem que ocorra a recompra, que a Petrobras volte a comandar e a liderar o refino de petróleo e para nossa alegria, o presidente da empresa em reunião com o Grupo Mubadala, que é um grupo árabe que mantém hoje a propriedade da refinaria estão em tratativas avançadas para que ainda neste ano, a Petrobras volte a operar. Isso significa que nós podemos ter um nível de preços em todo o Brasil uniforme, porque vai acabar o que vimos no passado de que a gasolina custava R$8 porque estava indexada ao dólar internacional do petróleo e foi mudada essa política em outros estados e na Bahia, infelizmente, o povo baiano estava pagando mais caro pelos combustíveis”, frisou.

Robinson Almeida também completou que a recompra da refinaria pela Petrobras já se estende há alguns meses e que a queixa no valor do combustível por parte da população vem sendo registrada em vários municípios da Bahia.

“As queixas são grandes e quando a gente viaja e cruza as fronteiras, vê um combustível muito mais baixo. Em alguns estados a gasolina está em torno de R$5 e aqui na Bahia passa dos R$6. Semana passada estive no município de Esplanada e lá a gasolina estava custando R$6,20. Então, isso tem criado uma onda positiva para que a Petrobras conclua a negociação e a gente tenha a capacidade de manter o controle dessa área de petróleo e gás estratégica para o país. Essa é uma necessidade para todos nós. É chato e desigual que o baiano pague gasolina, gás de cozinha, pague pelo diesel um valor maior do que a população de outros estados, devido a essa privatização inconsequente feita pelo governo anterior. Essa é uma das medidas importantes para que a Petrobras retome o abastecimento em todo o território e tenha uma política uniforme de preços”, disse.

Questionado sobre o valor ideal do combustível na Bahia, o deputado estadual reforçou que junto à produção, o preço final do produto deve ser igualado aos demais estados. Segundo ele, a recompra da Petrobras é uma medida positiva junto a outros investimentos feita pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva.

“Qualquer preço de qualquer mercadoria precisa ser levado em conta a capacidade de pagamento do povo. Se você tem uma população que recebe em real, ela não pode pagar em dólar, esse que era o absurdo. O presidente Lula aumentou o salário mínimo para R$1.400, aumentou o poder de compra e a gasolina baixa também regula a inflação. Tudo sobe no país por conta do transporte rodoviário e com o combustível alto, isso é repassado para o consumidor. Então esperamos voltar com os preços lá de trás, em 2014, antes da indexação ao dólar”, finalizou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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