Política

CPI dos Atos antidemocráticos abre sessão para ouvir ex-diretor da Abin

Saulo Moura da Cunha comandava agência de forma interina em 8 de janeiro. Convocação dele é resultado de requerimentos apresentados por parlamentares de oposição ao governo Lula.

01/08/2023 às 10h51, Por Dilton e Feito

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Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Congresso Nacional que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, conhecida como CPI dos Atos Golpistas, abriu na manhã desta terça-feira (1º) sessão para ouvir Saulo Moura da Cunha, ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

É o primeiro depoimento após o recesso informal no Congresso. A última sessão da CPI ocorreu em 11 de julho, quando esteve presente o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na ocasião, Cid não respondeu às perguntas.

Saulo Moura da Cunha foi nomeado diretor-adjunto da Abin em 1º de janeiro deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele estava à frente da agência de forma interina no dia dos atos golpistas.

À época dos atos, a Abin era um dos órgãos responsáveis por comunicar às autoridades e aos demais órgãos públicos informações colhidas, por exemplo, sobre o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, de onde partiram os manifestantes que depredaram as sedes dos poderes. O ex-diretor deve ser questionado sobre isso.

Em março, Saulo Moura da Cunha deixou a Abin e, no mês seguinte, em abril, foi nomeado assessor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), onde permaneceu até junho.

Pedido da oposição


A presença do ex-diretor da Abin na CPI é resultado de cinco requerimentos feitos por deputados e senadores de oposição, entre os quais o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e o deputado Delegado Ramagem (PL-RJ), que é amigo da família Bolsonaro e comandou a Abin no governo anterior.

Nos requerimentos, os parlamentares argumentam ser necessário ouvi-lo para saber, por exemplo:

  • se há informações de eventual omissão por parte de agentes públicos na preparação da segurança pública no dia dos atos
  • se o fato de a Abin estar sem um diretor-geral no dia dos atos prejudicou a atuação do órgão


Desde que a CPI foi instalada, parlamentares que fazem oposição ao governo Lula utilizam o argumento de que teria havido omissão por parte do Executivo.

A base aliada, por sua vez, argumenta ser necessário saber quem organizou, incentivou e financiou os atos golpistas e que a busca pela eventual omissão tenta tirar o foco das investigações.

Nesse contexto, é comum haver embates entre os parlamentares durante as sessões, em razão dos pontos de vista diferentes apresentados nos discursos.

Fonte: G1

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