Código de Trânsito

Ciclistas profissionais pedem mudanças na legislação de trânsito

Participantes de debate na Câmara defendem aprovação de projeto que reduz velocidade máxima das vias.

12/07/2023 às 08h44, Por Acorda Cidade

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Foto: AG Sport

Agência Câmara – Representantes do ciclismo esportivo defenderam, em audiência da Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (11), que os praticantes do esporte não sejam obrigados a usar ciclovias e que, nas vias onde elas não existam, possam circular em bloco e não em fila indiana. De maneira geral, porém, a reivindicação dos convidados foi a redução das velocidades atuais nas vias urbanas.

Viviane Helena Zampieri, da Comissão de Segurança no Ciclismo do Rio de Janeiro, ressaltou que a obrigação de usar ciclovias onde elas existem não serve para o ciclismo esportivo, que desenvolve velocidades superiores a 40 km por hora, representando um risco para os demais ciclistas.

Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Ela também explicou que a obrigação de seguir em fila indiana quando circulam nas vias normais é perigoso. “O Código de Trânsito Brasileiro determina que os carros mantenham 1,5 metro de distância dos ciclistas, o que é um risco. Se os ciclistas andassem em bloco, os carros seriam obrigados a mudar de faixa ou ultrapassar”, disse.

Velocidade máxima

Alguns convidados defenderam o projeto que reduz a velocidade máxima nas vias urbanas de 80 km/h para 60 km/h (PL 2789/23). Também foi citado o projeto que obriga que os motoristas façam avaliações psicológicas (PLS 98/15).

Ana Luiza Carboni, da União de Ciclistas do Brasil, disse que é importante reduzir a velocidade nas vias para proteger também os ciclistas comuns e os pedestres. Segundo ela, o total de acidentes de trânsito graves aumentou 11% em 2021, chegando a 234 mil. O Brasil estaria na terceira posição mundial de mortes por estes acidentes. Pesquisa com motoristas no Brasil, segundo Ana Luiza, revela que 11% dos motoristas acreditam que as placas de velocidade são apenas indicativas. Ela também pediu que seja regulamentado o seguro para bicicletas.

O deputado Márcio Marinho (Republicanos-BA) disse que vai pedir nova audiência sobre a readequação das velocidades nas vias, desta vez com a participação do governo. Ele disse que há resistência de alguns em relação a um eventual atraso dos motoristas.

“Mas a história e a vivência nessas cidades que diminuíram a velocidade dizem o contrário. Além da segurança, da diminuição dos acidentes e mortes, também o trânsito ficou mais fluido”, afirmou.

Eduardo Guimarães, da Associação de Ciclistas de Planaltina no Distrito Federal, disse que será feita uma manifestação na Esplanada dos Ministérios no dia 19 de agosto para defender mudanças na legislação.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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  1. Não existe “ciclista profissional”, a chamada da matéria errou… São ciclistas esportivos, nenhum trabalha profissionalmente com ciclismo…
    Quanto as reinvindicações, existem dois problemas…: Faltam políticas públicas na área de mobilidade, e integração das bicicletas no trânsito com ciclovias e ciclofaixas, assim como falta legislação, fiscalização e penalização dos ciclistas…
    Invadem sinal, não sinalizam troca de faixa, conversão, cruzamento de via… Transitam em passeios, trafegam na contramão e ainda querem citar legislação quando convém, mesmo estando errado, como um caso que vi de um ciclista que cruzou o sinal que estava fechado pra ele, quase sendo atropelado, hostilizou o motorista e ainda citou que “sua obrigação é esperar minha travessia”, mesmo sendo indagado sobre o sinal estar fechado para ele, continuou insistindo…
    E essas queixas que supracitei foram situações de ciclistas esportivos, paramentados, não de ciclistas que usam a bicicleta como locomoção apenas, o que para mim não faz diferença, mas para o ciclista esportivo, aparentemente faz…
    Quando as “cinquentinhas” começaram a trafegar, a bagunça e impunidade foi a mesma, sendo necessária sua regulamentação pra posterior responsabilização… E pelo visto, enquanto o poder público não fiscalizar efetivamente a legislação já existente, e elaborar um plano de mobilidade inclusiva, vai ser esse debate sem futuro para todos os lados, ciclistas, motoristas e pedestres…

    1. Discordo de você,amigo, esta sendo muito egoísta. Se fosse uma moto você não iria passar tirando fina dela? Ou iria dar um jeito de ultrapassa-la ? Porque nao respeitar o ciclista tambem? A via é para a circulacao de TODOS e pela própria legislação , os maiores devem Proteger os menores. Se você soubesse respeitar o próximo, não estaria com esse pensamento ignorante. Você não sabe o risco que é andar de bicicleta com tantos selvagens nas ruas. Talvez se um dia você andasse em uma, entenderia os riscos, mas tbem ficaria mais feliz, porque pela sua falta de empatia, talvez sua vida esteja uma merda mesmo..

      1. A senhora é estúpida e quer defender o indefensável.

        Bicicletas simplesmente não são capazes de se integrar com segurança ao tráfego dos veículos automotores, portanto, devem ser conduzidas com mais cuidado, sem achar que podem se embrenhar no meio dos veículos e ficar tomando as faixas como bem querem.
        Entendemos que onde não há vias ou faixas exclusivas para bicicletas, estas têm o direito de circular, mas DE MODO ORDEIRO E CUIDADOSO.

        Os ciclistas têm que aprender que não é porque são mais frágeis e devem ser respeitados – como todos os entes no trânsito – que eles têm licença para andar como bem querem. Se querem ter os “direitos” dos veículos automotores, então também deveriam assumir as obrigações, inclusive com as sanções e punições quando fizerem o que não devem.

        Como todo mundo sabe que, mesmo que isso fosse prático, eles não iriam querer assumir essa “bucha”, melhor que tenham um mínimo de prudência e decência e procurem se adequar às regras que já existem hoje.

  2. Como no Brasil não tem planejamento em praticamente nada. Cria-se um problema sem necessariamente resolver o outro. Trazendo pra realidade de Feira, não se trata de velocidade, a não ser que o ciclista esteja na rodovia. O problema é a falta de educação , empatia e a imperícia dos motoristas que causam a maior parte dos acidentes. Tanto homens como mulheres dirigem apenas para si, não dão seta, não sabem tomar decisões rápidas e assertivas em situações adversas, não respeitam a faixa de rolamento, dirigem muitas vezes com velocidade incompatível com a via, seja pra menos ou pra mais.
    Legislação de trânsito existe aí pra perder de vista, o problema é a falta de conscientização, fiscalização e educação. Essa é uma questão estrutural Feira de Santana não dispõe de ambientes propício a prática do esporte não existem parques nem áreas para práticas como o skate, speed bike, mountain bike, patins, nem tão pouco trilhas credenciada e catalogadas para a bike, trakking e caminhada.

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