Feira de Santana

Audiência Pública discute atual cenário da saúde básica do município de Feira de Santana

Segundo o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, apenas 4% das mulheres possuem acesso ao exame de preventivo.

08/05/2023 às 12h44, Por Gabriel Gonçalves

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Audiência Pública
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Foi realizada na manhã desta segunda-feira (8) na Câmara Municipal de Feira de Santana, uma audiência pública para discutir o atual cenário da saúde básica da cidade. O autor do requerimento foi o vereador Silvio Dias (PT).

Ao Acorda Cidade, ele explicou que este encontro foi motivado diante das dificuldades encontradas pela população em busca de atendimentos médicos ou medicamentos.

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Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Nós estamos aqui discutindo a atenção básica, é justamente aquela saúde preventiva e infelizmente, nós estamos observando que muitas pessoas estão reclamando da falta de atendimento médico, da falta de medicamentos e esta falta de atenção, leva-se ao agravamento das doenças, isso impacta no atendimento de alta complexidade que é realizado pelo Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA). Estamos aqui com vários representantes e para que as pessoas tenham ideia, apenas 4% das mulheres aqui de Feira de Santana, possuem acesso ao preventivo e isso é um absurdo, um exame que é tão importante para identificar o câncer de colo de útero e apenas essa quantidade possui acesso”, afirmou.

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Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Representantes da Secretaria Municipal de Saúde e do Ministério Público do Trabalho não estiveram presentes na audiência.

“A Comissão de Saúde, na qual estou presidente, convidou a todos e nós recebemos agora pela manhã, um ofício da Secretaria de Saúde onde justifica a ausência em razão do falecimento do irmão do prefeito Colbert Martins. Já o Ministério Público não apresentou nenhuma comunicação e posso dizer que é uma grande falta, porque Feira de Santana adotou um modelo de terceirização da mão de obra. O limite de orçamento é de 54% e Feira de Santana atualmente tem um gasto de 44%, ou seja, ainda restam 10% que poderiam ser utilizados para contração de profissionais via concurso público, mas a cidade de Feira de Santana optou por fazer através da terceirização”, afirmou.

A diretora do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), Cristiana França destacou que com a falta do atendimento básico feito pelo município, sobrecarrega a unidade hospitalar.

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Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“A saúde básica é o alicerce da saúde para qualquer município, e quando o município possui uma saúde básica e organizada, os munícipes pouco precisam de uma unidade hospitalar, mas quando isso não acontece, deixa um déficit muito grande para os hospitais, não somente o Clériston. Nós atualmente, temos um atendimento para 128 municípios, porém a maioria vem de Feira de Santana, então por exemplo, um paciente que não tem o acompanhamento básico pelo município, já chega no Clériston com um AVC, o paciente diabético já chega no Clériston com um problema grave no dedo, no pé e muitas vezes precisa ser amputado. A atenção básica precisa ser dever do município”, relatou.

Quem também esteve presente na audiência pública, foi a representante do Sindicato dos Enfermeiros do Estado da Bahia (SEEB), Cristiane de Araújo Gusmão.

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Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Ao Acorda Cidade, ela afirmou que a responsabilidade do pagamento dos funcionários da saúde, também é da Prefeitura Municipal de Feira de Santana.

“Não é porque a prefeitura faz apenas o repasse para a empresa, que deixa de ser uma responsabilidade também do município. Existe uma correlação quanto a isso, ou seja, é uma responsabilidade primária do município que tem a obrigação de fiscalizar, verificar se as ações que estão previstas dentro do contrato assinado, estão acontecendo. Caso contrário, a prefeitura tem o direito de romper o contrato e todo mês é este sofrimento. Nós acertamos com o Ministério Público do Trabalho e este pagamento foi através de uma ação, mas ainda teremos uma outra audiência no dia 18, para falar justamente das condições de trabalho e caso não sejam resolvidas, serão judicializadas”, afirmou.

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Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Cristiane também aproveitou para enfatizar como anda a saúde mental dos profissionais da saúde.

“Existem muitos profissionais que possuem contas para quitar e que muitas vezes, são sozinhas, às vezes mantém uma família e está faltando dinheiro para colocar comida na mesa. Eu sei de várias vaquinhas que as pessoas estão fazendo para ajudar alguns trabalhadores porque a situação ficou muito difícil. Com tudo isso, as coisas vão se acumulando, os juros aumentando e não tem como uma pessoa ficar com uma mente saudável desta forma”, finalizou.

Com informações do repórter do Paulo José do Acorda Cidade

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  1. Saúde básica nas unidades de saúde da prefeitura não existe.
    Não podemos esconder essa realidade e os vereadores (exceto da oposição) são conviventes por motivos óbvios.
    A única esperança da população é o poder judiciário.

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