Feira de Santana

Após polêmica em sessão, vereador coloca liderança no governo municipal à disposição do prefeito Colbert Martins

O prefeito Colbert Martins deve avaliar a condição.

02/04/2024 às 17h51, Por Iasmim Santos

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Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Nesta terça-feira (02), o vereador José Carneiro Rocha, que atua como líder do governo municipal de Feira de Santana há quase dois anos, decidiu colocar sua liderança à disposição do prefeito Colbert Martins. Essa decisão vem após uma recente repercussão negativa envolvendo o vereador, que pediu um minuto de silêncio em homenagem a um autor de feminicídio durante uma sessão na Câmara legislativa.

“Eu assumi a função de líder do governo, escolhido pelo prefeito. É uma função exclusiva do prefeito municipal. É ele que escolhe, ele que decide quem ele quer como líder. Quando fui o escolhido, agradeci e procurei desenvolver com responsabilidade, acima de tudo com o objetivo de retribuir a confiança a mim depositada e procurei ser o porta-voz do governo com honestidade e sendo correto. Porém durante essa semana eu sofri um desgaste em decorrência de uma posição tomada de forma errada, na hora errada, no lugar errado e teve-se um desgaste muito grande com a minha pessoa. E o que eu fiz? Procurei o prefeito e disse a ele que a função de líder estava à disposição dele para que ele avaliasse se esse desgaste que tive estava respingando ou não no governo e, consequentemente, se estiver, que ele procurasse um outro nome para substituir. Nada mais, nada menos do que o meu dever como cidadão, meu dever como parlamentar, o meu dever como uma pessoa da confiança do prefeito, escolhido então para assumir essa função de líder”, afirmou.

Conforme o vereador José Carneiro informou ao Acorda Cidade, o prefeito Colbert Martins relatou que iria avaliar a condição.

“Colbert me disse: “Zé, esse é um ato de grandeza. Eu fico feliz pela sua postura, pela sua posição, mas ainda não passou pela minha cabeça qualquer coisa relacionada a essa questão. Vamos segurar, vamos dar mais um tempo e eu vou avaliar”. É um direito sagrado do prefeito e eu fiz exatamente o que tinha que ser feito, tenho certeza que procurei corresponder à expectativa, procurei transmitir a mensagem do governo de forma honesta, de forma correta e não saio sem ressentimento. Eu quero aproveitar a oportunidade para dizer que o desgaste sofrido é do conhecimento de todos”, pontuou.

O vereador reconheceu que agiu de forma emocional e relembrou a sua atitude ao pedir um minuto de silêncio a um suspeito de matar a esposa e posteriormente cometer suicídio.

“Eu pedi um minuto de silêncio para prestar homenagem a um cidadão que eu convivi por 40 anos. Eu agi de forma muito emocional. Eu não deixei a razão falar, deixei a emoção falar mais alto e fui infeliz naquela observação e algumas pessoas colocaram de forma que eu tivesse cometido um crime. Eu cometi um erro, crime não. Cometi um erro, porque eu homenageei, eu tentei homenagear uma pessoa que infelizmente assassinou a esposa e depois se matou. E quem mata e quem se suicida, por mais amigo que fosse, não é digno e merecedor de uma homenagem. Eu pedi desculpa à sociedade, pedi perdão à família de Geisa, que foi assassinada. Eu me retratei publicamente e nem isso, nem isso algumas pessoas consideraram e fui torturado. Respeito à opinião de todos e sei que errei, assumo que errei”, relatou.

Ao Acorda Cidade, o líder do governo na Câmara disse que deseja se redimir do erro e coloca seu mandato à disposição de entidade em prol do combate à violência contra a mulher.

“Eu não sou defensor de violência e meu mandato estará à disposição de qualquer entidade que esteja trabalhando nessa linha de pensamento. E não só o mandato de vereador, mas o cidadão, o pai, o marido Zé Carneiro, estará sempre à disposição. Tenho mulher, tenho duas filhas, tenho neta e tenho milhares de amigas que, por certo, se tiverem a oportunidade de testemunhar, vão dizer quem eu sou. Jamais defensor de violência, jamais estaria fazendo qualquer apologia a um ato de violência, nem contra homem e nem muito menos contra mulher”, finalizou.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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  1. Prefeito eterno canidato, não cansa e quer mais. Vereadores que se reelegem eternamente…
    Volta e meia, vimos e ouvimos vereadores se vangloriando, relatando que estão na câmara, há quatro mandatos, cinco mandatos… Também são eternos candidatos.
    A gente cansa. Cansamos de vocês, sempre fazendo as mesmas coisas, ou seja, só lutando pra permanecer no poder, não permitindo que gente nova venha renovar tudo isso.
    A instituição Câmara, grita, pedindo gente nova. A Prefeitura, também grita, pedindo gente diferente, pra ver se finalmente saímos deste marasmo administrativo.
    O nível que a gente vê, é esse ai. O pior possível.
    Basta deixar que eles falem livremente, que por si só se destroem.
    Obrigado, Vereador!

    1. eu faço parte da mudança…vamos mudar isso…a solução não esta na mão do prefeito, esta em nossas mãos.

  2. Fica aí, ovelha, achando que o feirense é otário(embora haja muitos!). A jogada é que,como líder do governo, a palhaçada que ele tentou armar pode comprometê-lo nas eleições municipais caso ele seja candidato e,ainda, comprometer seu partido. Logo, foi dado a ele o “Você fez a merda, lute para limpá-la!”. Temos uma câmara de vereadores totalmente inoperante! Por que não buscam barrar a micareta e usar a verba na reconstrução da cidade, que está totalmente entregue às traças? Acorda,cidade!

  3. Vc é candidato a reeleição e tomara que as mulheres, a vítimas de violência urbana, e os jovens que precisam sair mais das redes sociais e entender que a cidade que eles moram está fadigada por anos de uma gestão arcaica, defasada.
    E lembrar que os seus cabos eleitorais entendam que deve estudar e sair da sombra de um vereador que já devia dar passagens aos novos

  4. Poderia usar o minuto de SILÊNCIO,para ficar calado, não foi ato falho ou deslize. É a fala pensamento machista e cruel, mas como 2024 tem eleição a ficha do EDIL caiu, aí vem as desculpas esfarrapadas.

  5. Resta saber se Bebé é contra, por exemplo, misoginia. A população já tem uma noção no que diz respeito a xenofobia, dado o episódio com os indigenas venezuelanos.

  6. O presidente da câmara demostrou estar alheio e insensível às demandas da população feminina ao homenagear um feminicida. Já foi, fazer o quê? Fica a lição para a comunidade sobre a necessidade de analisar o perfil de seus candidatos.

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