Caso Helder Santos

Policiais gaúchos que ameaçaram estudante feirense são afastados

Diante de ameaças, o estudante, de Feira de Santana, foi obrigado a abandonar o curso de história e deixar a cidade.

02/04/2011 às 08h56, Por Andrea Trindade

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Os policiais militares acusados de terem ameaçado o estudante baiano Helder Santos, 25 anos, já estão afastados dos serviços na rua. Os PMs teriam agredido o estudante e um amigo dele durante uma abordagem na saída de um baile carnavalesco em fevereiro, na cidade de Jaguarão, no Rio Grande do Sul.
 
Depois do incidente, Helder passou a receber cartas anônimas com ameaças por ter denunciado na Corregedoria da Polícia e na rádio local que foi agredido e chamado de 'negro vagabundo' pelos policiais. Diante das ameaças, o estudante, de Feira de Santana, foi obrigado a abandonar o curso de história e deixar a cidade.

Já em Salvador, ele esteve na manhã desta sexta-feira (1º) na Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), onde expôs o caso ao secretário de Justiça Almiro Sena. O estudante pediu inclusão em um programa de proteção e será beneficiado por ele temporariamente, além de solicitar que os agressores não fiquem impunes.

Helder também apresentou ao secretário uma das correspondências onde é chamado de “nego sujo” e informado que seria agredido outra vez caso retorne à Brigada para fazer uma nova denúncia. Em outra carta, ele é alertado por um soldado a tomar cuidado durante o carnaval para que não seja vítima de uma nova agressão.

Segundo a SJCDH, o secretário disse que entrará em contato com o secretário Estadual da Justiça e dos Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, Fabiano Pereira, para solicitar informações sobre as providências que estão sendo tomadas pelo governo do Rio Grande do Sul neste caso.


Estudante relatou o caso ao secretário de Justiça e mostrou cartas com ameaças (Foto: Divulgação/ SJCDH)

O secretário prometeu ainda que irá pedir ao órgão que acompanhe a sindicância aberta pela Corregedoria da Polícia Militar que indiciou quatro dos envolvidos por agressão e abuso de autoridade. O quinto, além de ter sido indiciado por esses dois crimes, vai responder também pelo crime de ameaça.

Sobre a inclusão em um programa de proteção, Helder será ouvido por uma equipe do Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas (Provita) para que seu caso seja avaliado. De acordo com a superintendente de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos da SJCDH, Denise Tourinho, no Provita, ele será acolhido temporariamente até que o conselho deliberativo do órgão analise a questão. 

Fonte: Correio

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