Policiais recebem capacitação sobre como lidar com crimes de racismo e intolerância em Feira de Santana

Foi realizada na manhã desta terça-feira (31), uma palestra sobre o atendimento a grupos vulnerabilizados da Academia de Polícia do Estado da Bahia (Acadepol) para delegados, investigadores e escrivães da 1ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin). O encontro ocorreu no Complexo Educacional (antigo Feira Tenis Club), em Feira de Santana.

Em entrevista ao Acorda Cidade, a delegada Ana Cristina, coordenadora da Coordenação Especializada de Repressão aos Crimes de Intolerância e Discriminação (Coercid), contou que o curso teve como foco atualizar os policiais sobre o atendimento de ocorrências que envolvam injúria racial.

“Precisa que quando ocorrerem as situações, as pessoas registrem, procurem a polícia, os meios legais para que não fiquem impunes os crimes praticados. É preciso também que a sociedade se conscientize de que não cabe nenhuma forma de discriminação. Infelizmente, a gente ainda tem números que falam sobre racismo, injúria racial, é tanto que a lei mudou, recentemente, foi editada e publicada uma nova Lei agravando a pena da Injúria Racial, inclusive colocando como inafiançável e imprescritível. Na prática, o que acontece é que o autor da injúria racial, se conduzido à delegacia, não será arbitrada a fiança dele, será lavrado o auto de prisão em flagrante e ele será levado à audiência de custódia”, informou a delegada Ana Cristina.

A Coercid faz o acompanhamento das ocorrências registradas em todo o estado.

“A vítima deve registrar a queixa na delegacia territorial e também tem a possibilidade de registrar na delegacia virtual. Esse registro é encaminhado para a delegacia da área e a vítima pode também registrar na nossa sede que fica na Rua do Tesouro, no Pelourinho. Registrando na Coercid, a gente também encaminha para a unidade que instaurará o inquérito e fará a investigação.”

O curso segundo a coordenadora, o objetivo é sensibilizar os policiais para essas ocorrências.

“O curso tem duas finalidades, que é a sensibilização dos policiais para essas questões, atender com um olhar diferenciado, com alguns cuidados a mais em relação às demais ocorrências, e também tem a parte da capacitação, que é o treinamento. A gente sempre traz questões práticas, debates, discute com os policiais as dificuldades que eles encontram, e com a finalidade que realmente seja feito um melhor atendimento ao público.”

A delegada Joelma Jezler Palmeira, diretora da Acadepol (Academia de Polícia do Estado da Bahia) ressaltou que o órgão já esteve em Feira de Santana promovendo outras capacitações.

“Não é a primeira vez que a Acadepol está em Feira de Santana. Já estivemos outras vezes, até acompanhados da nossa delegada-geral Heloísa Brito, para fazer outros tipos de capacitação. Logo no primeiro ano da gestão, nós viemos com o projeto de treinamento e desenvolvimento, trazendo temáticas muito importantes para a capacitação dos servidores policiais e consequentemente para um melhor atendimento policial. No ano de 2021, trouxemos temáticas importantes como a qualidade do atendimento, saúde mental do servidor, serviços de investigação em local de crime, protocolo de feminicídio, temos também uma parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e a Sepromi (Secretaria Promoção da Identidade Racial) e nós viemos em 2021 com todas essas temáticas importantes para a qualificação dos nossos servidores. Trouxemos também o curso de cadeia de custódia e finalizamos com o treinamento de tiro para nossos policiais e com nossas forças co-irmãs, porque no momento em fizemos esse treinamento abrimos a oportunidade para a Polícia Militar, a Guarda Civil e outras instituições.”

Hoje além da palestra realizada pela coordenadora especializada em repressão a crimes de racismo e intolerância, também temos uma capacitação sobre mídia training, para falar sobre o relacionamento com a imprensa.

“Na sexta-feira passada, fizemos sobre autocuidado com nossos servidores, e finalizaremos amanhã com mais uma edição sobre armamento e tiro. A capacitação tem que ser constante para um melhor atendimento.”

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.

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