Feira de Santana

"O sistema prisional precisa ser revisto", diz subcomandante do CPRL após ordens de execução serem dadas por internos

O tenente-coronel aproveitou para enfatizar a preocupação que a Polícia Militar tem com a saúde mental de toda a tropa.

23/05/2024 às 14h20, Por Gabriel Gonçalves

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Conjunto Penal
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

No último dia 12 de maio, quatro líderes de facções criminosas de Feira de Santana foram transferidos do Conjunto Penal, para o Presídio de Segurança Máxima de Serrinha, como resultado da ‘Operação Controle’.

Os líderes são apontados como responsáveis pelo comando dos homicídios ocorridos em Feira de Santana no dia 10 de maio.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o subcomandante do Comando de Policiamento Regional Leste (CPR-L), tenente-coronel Muller, enfatizou que o sistema prisional precisa ser revisto com relação ao funcionamento.

Subcomandante do CPRL
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Duas dominações relacionadas às atividades criminosas estavam digladiando, e nós monitoramos isso, e conhecendo os autores, só que não podemos fazer intervenções de qualquer forma, de qualquer jeito. Algumas ordens para execução, saem de dentro do sistema prisional, e o sistema prisional precisa ser revisto em relação ao seu funcionamento, aqui não estou responsabilizando ninguém, às vezes a própria legislação permite as fragilidades, e isso precisa ser repensado. Eu tenho certeza que existem alguns estudos necessários para se controlar isso, mas cai no colo de quem? Das polícias que estão nas ruas, então todos os problemas, fragilidades que por vezes, o sistema de defesa social oferece, vem cobrar de quem está no terreno, é o caso da Polícia Militar e Polícia Civil”, declarou.

O subcomandante aproveitou para enfatizar a preocupação que a Polícia Militar tem com a saúde mental de toda a tropa.

“Nós temos muita preocupação com os nossos soldados, tenho certeza que a Polícia Civil também oferece esse suporte com os investigadores, com os escrivães, com os delegados, dessa mesma forma nós temos cuidado com a nossa tropa. Temos uma atuação muito forte com o nosso Centro de Valorização, seja com os psicólogos, enfermeiros, médicos, acompanhando a saúde da nossa tropa, para não permitir que esse adoecimento social recaia para o nosso pessoal”, afirmou.

Ao Acorda Cidade, o tenente-coronel também destacou sobre o problema do tráfico de drogas em Feira de Santana.

“O grande problema de Feira de Santana é o tráfico de drogas, isso eu não tenho a menor dúvida. Atrelado ao tráfico de drogas, nós temos o consumo de drogas, então podemos afirmar que Feira de Santana é uma cidade que consome muita droga. Eu estou falando alguma novidade? Estou assustando alguém com isso? É um fato. Você não pode ser um consumidor de drogas e achar que você não está financiado a criminalidade, que a polícia tem que resolver o problema do traficante e você continuar consumindo. Você tem que participar em todo esse resultado daquilo que acontece com a Bahia, com Feira de Santana em especial, e com o nosso país. Então as pessoas têm que se atentar: ‘em que eu posso contribuir para essas questões da segurança pública?'”, questionou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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  1. Ao proibir o plantio para consumo, por exemplo, o Estado está obrigando o usuário a comprar do traficante e financiá-lo. Quem financia o tráfico não é só o usuário, mas a falta de regulamentação que cria reserva de mercado para o crime.
    E não é para proteger a saúde das pessoas, se fosse por isso proibiriam álcool, tabaco, refrigerantes, alimentos ultraprocessadoa etc.

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