Feira de Santana

Madrasta das crianças agredidas por pai presta depoimento e afirma que marido agiu por desespero

Segundo ela, uma das enteadas já estava desaparecida há mais de 30 minutos.

04/01/2023 às 16h42, Por Gabriel Gonçalves

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Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

A madrasta das duas crianças agredidas em uma praia na cidade de Salvador, no último domingo (1º), prestou depoimento na tarde desta quarta-feira (4), no Complexo de Delegacias do bairro Sobradinho, em Feira de Santana.

Ao Acorda Cidade, ela contou o que houve antes das agressões.

“No momento eu estava sentada junto com ele na barraca, e as meninas foram tomar banho. Ele ainda mandou a mais velha tomar conta da menor, porque elas já tinham pedido a ele para ir na água. Com uns 30 minutos depois, uma das meninas voltou e perguntou onde estava a outra e ele questionou: ‘Ela não estava com você?’ Foi aí que eu entreguei essa menor de 3 meses [filha do casal] pra ele e fui procurar também. Com cerca de 30 a 40 minutos, nós encontramos ela com um casal, estava chorando muito e trouxe as duas de mãos dadas para a barraca”, disse.

Ainda de acordo com a madrasta, as agressões foram motivadas por desespero.

“No momento, eu pedi que ele não fizesse aquilo, mas ele estava tão agoniado achando que a menina estivesse morta na praia e depois ele ficou com medo do pessoal matar ele. Todas duas moram com a gente, uma já mora há uns 4 meses e a outra, a mãe nos entregou vai completar 3 meses”, explicou.

Segundo a madrasta, o pai das crianças não é agressivo dentro de casa.

“Ele é um ótimo pai, um ótimo marido, ele agiu daquela forma por conta da raiva, tanto que ele falou que se arrependeu do que fez no momento”, relatou.

O advogado Daniel Vitor que está acompanhando o caso informou à reportagem do Acorda Cidade que os próximos passos, a partir de agora, será aguardar a escuta especializada feita com as crianças.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

“Nós vamos aguardar agora a escuta das menores, que foi realizada no dia de hoje e que chegaram até a delegacia de Feira de Santana. Depois, provavelmente, a delegada encaminhe os autos para delegacia de Salvador, onde aconteceram os fatos. A família me procurou, eu fui constituído ontem, depois da apresentação espontânea por parte do pai, nós conversamos bastante e ele demonstrou o total arrependimento. Tratou-se de um pai ali no momento de desespero, em um momento que imaginou ter perdido uma das filhas, teve aquela reação, mas trata-se de um pai extremamente cuidadoso, trata-se de um pai que cuida dos seus filhos. A esposa dele esteve aqui no dia de hoje para poder relatar estes fatos”, explicou.

A delegada titular da Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI) e que também responde pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes contra Crianças (Dercca), Danielle Matias, confirmou a mesma versão de depoimento que a madrasta contou à equipe do Acorda Cidade sobre a conduta do pai das crianças dentro de casa.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

“Ela alegou que realmente estava presente no momento, que inclusive, segundo ela, tentou intervir mas que o rapaz estava bastante nervoso e veio a agredir as filhas, pois, segundo ela, ele estava com medo de uma das meninas ter se afogado no mar e, segundo ela também, o rapaz é um bom pai, sempre foi um bom pai, um bom marido, uma ótima pessoa e não seria esse bicho nas palavras que ela própria falou. Agora a gente está esperando o relatório da escuta especializada das crianças para poder estar encaminhando os procedimentos para Salvador”, informou.

De acordo com a delegada, a Polícia Civil também está no aguardo dos laudos periciais para confirmar se as crianças já vinham sofrendo outras agressões.

“Não é o fato dele ser um bom pai, um bom marido, que vai apagar o que ele fez. Ele vai responder pelo fato de ter agredido as filhas daquela forma. Estamos buscando apurar se existe essa violência no interior da residência, e segundo ela, nunca ocorreu, então a gente agora vai aguardar os laudos das meninas até para ver se tem lesões recentes, se tem alguma lesão que possa ser anterior”, destacou.

Segundo a delegada, além da madrasta, que foi testemunha do ato, a Polícia Civil está em busca de vizinhos para confirmar se existe histórico de agressões contra as filhas na residência.

“Estamos tentando intimar outras testemunhas, que possam estar dizendo sobre essa dinâmica familiar. No entanto, até o momento, não tem ninguém em vista para poder vir aqui na Delegacia para poder falar. Quando acontece esse tipo de situação, que tem essa repercussão como está tendo este caso, a gente percebe uma dificuldade muito grande de achar testemunhas que não estavam envolvidas no fato em si, no caso vizinhos que se recusam a falar, mas a equipe ainda está nessas tentativas”, concluiu.

Segundo Danielle Matias, as duas crianças estão residindo com a mãe, e o pai não poderá se aproximar das menores até que haja uma decisão judicial.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade

Leia também: Pai de crianças agredidas em praia presta depoimento e diz que se arrependeu: ‘eu não sou um monstro’

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  1. Só acho que a mãe das crianças deveria ser intimada a depor… Certamente, ela falaria muita coisa sobre o pai das meninas… não sei como ele é como pai ( não quero julga-lo), mas nenhuma pessoa normal agiria dessa forma, ao encontrar as crianças sendo que ele estava achando inclusive que uma delas estava morta, seria no mínimo um alívio e outra coisa que não corrobora, é que ele agride as DUAS crianças, então a informação está totalmente contraditória.

  2. Você deveria ver o vídeo , não foram apenas algumas palmadas, ele foi extremamente violento e agressivo, uma das filhas ainda suspendeu e jogou no chão

  3. Segundo a madrasta, elas só moram com eles há tres e quatro meses, em tão curto período elas já entraram no mar por 30 minutos uma por conta da outra, graças a Deus, estão vivas! E em tão curto período ele se descontrolou da forma que vimos, é complicado. Tomara que ele realmente aprenda com tudo isso em que resultou

  4. Depende de como foi essa “suposta” agressão.
    Um tapa no bumbum por correção não mata ninguém, aliás,e só ver o que a falta disso transformou esse bendita geração progressista, floquinho de neve.
    Agora, se houve excesso, aí e outra história.

  5. Esse monstro não deve estar no meio da sociedade. Se ele faz isso com as próprias filhas; imagina o que ele faria com outra pessoa que lhe causasse raiva. E quem tem coragem de defendê-lo é porque é igual ou bem pior que ele.

  6. Se fosse um filho agredindo, da igual forma, a mãe ou o pai em via pública? Quais seriam os comentários??
    A verdade é que a sociedade é hipocrita e não ver as crianças como pessoas em formação! Criança pode, é educação, quando crescer passa e ainda será bem educada… a violência justificativa, em nome da educação. A própria matéria está escrita com tendência a favorecer o famoso “deixa disso”.

  7. Engraçado, ele é tão cuidadoso que colocou uma criança pra olhar outra em uma praia cheia de gente.
    Enquanto ele tomava uma cervejinha.

  8. Um pai cuidadoso, jamais deixaria duas crianças sozinhas, por tanto tempo em lugar nenhum, muito menos em uma praia lotada. Criança não tem noção de perigo. Não é desta maneira que se educa, e a Justiça saberá como agir. Que Deus abençoe a família, e dê sabedoria, para ele criar suas crianças.

  9. Um pai muito cuidadoso, tanto que deixou duas crianças entrarem no mar sozinhas e ainda culparia a outra caso uma tivesse se afogado, ou sabe oque mais poderia acontecer em uma praia lotada, absurdo

  10. Já tinha batido nas meninas de uma forma agressiva, então por ali já teria que ter acabado né? Se a intenção era educar, só que aí ele pega a menor pelo pescoço e joga no chão. Peraí viu amigo porque depois que acontece o pior, aí vai chorar pedindo perdão e falando que foi sem querer.
    Educar é uma coisa, agredir com excesso é outro e nesse caso aí o que mais tem é excesso. Que ele tenha consciência e aprenda a repreender sem agredir porque educar com violência não existe.

  11. “Tava agoniado” porque pensou que a criança teria se afogado aí então como forma de alivio que a menina ficou bem ele joga ela na areia? Existem tantas formas de educar e disciplinar sem uso da violência, talvez tenha sido a forma como foi criado, porem não justifica.

  12. Entendo que ele perdeu o controle e não precisava tanto. Mas hoje qualquer idiota com uma câmera e um blogueiro mal intencionado pode pegar um momento ruim que representa 0,1% de uma vida e invalidar os 99,9% que foram bons. Pensem nisso.

    1. Verdade. Esse sim foi o melhor comentário até agora.

    2. Me desculpe mas se o Sr acha normal? a reação de um pai ou mãe que perde seu filho na praia é de alívio e alegria e emoção e não de agressividade,ele já foi inresponsavel de deixar uma criança aos cuidados de outra criança,ele tem sim que ser punido sim imagine se não fosse os idiotas com celulares seria mais um caso sem punição.

    3. Veja só se não estivesse filmando será q vc estaria comentando agora , quantos casos de agressão contra crianças vêm acontecendo em nossa cidade q ninguém se quer chegar para ajudar e no final a criança vêm na óbito

  13. A maneira que ele pega a menor e a joga na areia é muito brutal. Imagina o impacto que essa criança não sofreu? Pode até estar arrependido, mas a repercussão do caso ajudou nesse arrependimento. Essas crianças jamais vai esquecer isso. E esse pai precisa entender que não se educa com essa agressividade.

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