Feira de Santana
Polícia descarta compra de arma e moto aquática por médico Andrade Santana; delegado afirma que crime foi premeditado
De acordo com o delegado André Ribeiro, as investigações apontam que não houve nenhum tipo de negociação em compra de uma moto aquática, tanto a vítima, quanto o suspeito, estavam no rio em um momento de lazer.
31/05/2021 às 16h59, Por Gabriel Gonçalves
Gabriel Gonçalves
A Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) de Feira de Santana também participou das investigações na busca pelo médico Andrade Santana Lopes, assim que foi noticiado o desaparecimento do profissional. Em entrevista ao Acorda Cidade, o titular da DRFR, delegado André Ribeiro, explicou que incialmente por conta das informações que circulavam, a suspeita seria um latrocínio, em razão da compra ou não de uma moto aquática.
"Quando a gente tomou conhecimento do fato através da imprensa e também do nosso coordenador regional, Dr. Roberto Leal, entramos nessa investigação junto com o coordenador, junto com a equipe S.I da coordenadoria para poder elucidar esse crime, a princípio porque tínhamos a suspeita de que seria um latrocínio, pelo fato das histórias que circulavam, ser motivada pela compra ou não de uma moto aquática. A partir daí, desenvolvemos as diligências por nosso chefe da investigação e em razão das contradições no depoimento do suspeito, o médico Geraldo, nós conseguimos identificar que ele havia comprado uma âncora e uma corda em um mercado aqui no comércio da cidade e na última sexta, culminou com a descoberta do corpo da vítima, a qual estava presa em uma corda e com uma âncora. A gente não teve mais dúvida, que o médico seria o autor do crime que teve como vítima o outro médico Andrade", explicou.
De acordo com o delegado André Ribeiro, as investigações apontam que não houve nenhum tipo de negociação em compra de uma moto aquática, tanto a vítima, quanto o suspeito, estavam no rio em um momento de lazer.
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade
"A gente já está eliminando algumas situações que poderiam ter levado a esse crime. Primeiro essa questão da venda da moto aquática, já constatamos que não houve. Eles foram andar de moto aquática mesmo, eram amigos e foram se divertir. Tem a questão também dessa possível compra de arma de fogo, feita pelo médico Andrade ao médico Geraldo, constatamos que não havia essa venda, na verdade, ele tinha uma intenção de compra. Eles eram atiradores desportivos e tinham muitas armas de fogo, e aí, ele revelou esse interesse em adquirir essa arma na mão do Geraldo, que na verdade se trata de uma doação, não pode ser uma venda, mas também não constatamos a veracidade disso. Estamos tentando identificar qual o motivo que teria levado Geraldo a ter cometido esse homicídio contra o médico Andrade", disse.
Sobre a compra da âncora, o delegado afirmou que os policiais civis estiveram no estabelecimento e constatou com a vendedora que o médico Geraldo foi ao local. De acordo com ele, a funcionária ainda explicou que o tipo de âncora não era adequado para a moto aquática, mas mesmo assim, ele quis levar.
"Estivemos nesse estabelecimento, conversamos com a funcionária da loja, inclusive ela disse que no ato da compra, informou a ele que era uma âncora muito pesada para uma moto aquática, mas mesmo assim ele falou 'é esta mesmo' e adquiriu uma âncora de 3,5kg”, informou ao Acorda Cidade.
Foto: Redes Sociais | Médico Andrade Santana
Durante todo tempo como profissional na Polícia Civil, o delegado André Ribeiro explicou que este homicídio aconteceu de forma particular, envolvendo amigos e uma grande frieza por parte do suspeito após cometer o crime, agir como se não tivesse realizado nenhum tipo de crime.
"Do tempo que estou trabalhando em Feira de Santana, do tempo que tenho na Polícia, eu nunca vi nenhum crime desse tipo, dessa natureza, envolvendo pessoas aparentemente bem conceituadas na cidade, amigos, e inclusive saíram no dia do fato para aproveitar o dia como amigos, então realmente nunca vi algo como isto. Eu não tenho dúvidas que tudo isso foi premeditado, pois ele convida a vítima para ir até o rio, teve a frieza de sair e comprar uma âncora, se dirigir ao comércio, porque a gente sabe que o rio é distante, comprou este material, retornou para praticar esse crime, depois receber a família da vítima aqui na cidade, ir até a delegacia registrar ocorrência, demonstrando total frieza, desta forma, não tem como não ser um crime premeditado", concluiu.
Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade
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