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Polícia Civil ‘briga’ por autonomia na investigação criminal, diz delegado em lançamento de revista

O evento contou com presença de autoridades policiais, a exemplo de Fábio Lordelo, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado da Bahia.

07/06/2017 às 13h11, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

A revista de classe da Polícia Civil do Estado da Bahia, a Adpeb, foi lançada na manhã desta quarta-feira (7), em um restaurante na cidade de Feira de Santana. O lançamento contou com presença de autoridades policiais, a exemplo do delegado Fábio Lordelo, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado da Bahia.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A publicação, segundo Fábio Lordelo, busca divulgar o trabalho desenvolvido pelos delegados de Polícia Civil, e o tema do primeiro exemplar é sobre a autonomia da categoria. Para ele, esta é uma questão primordial, principalmente em investigações da Polícia Federal e também da Polícia Civil.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Estamos brigando por uma maior autonomia na investigação criminal. Precisamos modificar o texto constitucional que é o passo mais importante. Também em nosso estado nós contamos hoje com o sistema de gestão da interceptação telefônica que vem cerceando essa autonomia investigativa. Isso repercute na criminalidade que deixamos de combater com maior eficiência. Apesar de toda a responsabilidade que o delegado de polícia tem nessas investigações, isso compromete o resultado final das operações policiais”, declarou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O delegado afirmou que o modelo de gestão implantado pela Secretaria de Segurança Pública cria quase um filtro que antecede a ouvida de áudios de interceptação telefônica.

“Todas as informações da interceptação telefônica passam antes no âmbito da Secretaria Segurança Pública. A Bahia é o único estado da federação que atua dessa forma. A sociedade civil cobra da polícia civil, e os delegados de polícia, como gestores dessa instituição, precisam dar essa resposta imediata, principalmente no combate ao crime organizado do colarinho branco. A Bahia precisa desse salto de qualidade e por isso temos denunciado com fundamento jurídico suficiente para dizer que o modelo da Bahia é um grande equívoco histórico. Nós estamos na batalha, os delegados tomaram a decisão ano passado pela suspensão das interceptações telefônicas. Chegamos a esse extremo e nossa tentativa sempre é o diálogo. Mas, diante da falta de diálogo por parte do governo do estado e do secretário de segurança pública, nós fomos às instâncias responsáveis e denunciamos o fato. Estamos aguardando e confiantes na decisão do poder judiciário sobre essa questão”, acrescentou.

Fabio Lordelo listou ainda algumas dificuldades encontradas pela Polícia Civil. Ele salientou que falta um planejamento específico e que a instituição está abandonada pela gestão estadual. Falta estrutura que permita um melhor funcionamento dos serviços, mas a classe continua esperançosa e busca reivindicar melhorias.

“A Polícia Civil hoje não tem um planejamento específico. Praticamente foi abandonada por essa gestão que aí está. É uma gestão mais midiática do que efetiva e a sociedade está sofrendo com isso e nós também. Temos delegados de altíssima qualidade preparados intelectualmente pelo combate efetivo da criminalidade e estamos com vários instrumentos cerceados da utilização para dar esse combate mais efetivo. Apesar de todo esse caos, os delegados continuam esperançosos em vencer todas essas batalhas. Quando se escolhe ser delegado de polícia se escolhe servir à sociedade e ao defender a autonomia da investigação e o maior planejamento da Polícia Civil nós estamos defendendo a sociedade, que carece muito dos nossos serviços”, finalizou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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