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'Parecia um trovão', diz moradora sobre desabamento de casas após encosta desmoronar

Caso aconteceu na madrugada desta sexta-feira (4), no bairro Fazenda Grande do Retiro, em Salvador. Imagem aérea mostra alguns imóveis 'pendurados' em volta de cratera gigante.

05/10/2019 às 09h59, Por Rachel Pinto

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Mais 24 casas foram interditadas na sexta-feira (4) após uma encosta desmoronar e cinco imóveis desabarem, no bairro Fazenda Grande do Retiro, em Salvador, segundo informações da Defesa Civil de Salvador (Codesal). Algumas estão "penduradas" em volta de uma cratera gigante que se formou no local após o desmoronamento da encosta.

Na quinta-feira (3), parte de um dos imóveis já havia desabado. Desde o mês de agosto, quando a parede de uma das casas caiu, até esta sexta, a Codesal desocupou 53 casas por causa do risco de novos desabamentos.

Não havia pessoas dentro dos cinco imóveis que desabaram, porque eles estavam já tinham sido interditados antes. Um deles, que tinha pavimento térreo e primeiro andar, continuou inteiro mesmo depois de cair na cratera.

Maria Helena, de 69 anos, que teve a casa interditada nesta sexta, mora com a filha e duas netas no local. A idosa foi retirada de dentro de casa por técnicos da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.

"O dia começou caindo parede. Vários baques, aqueles estalos. A gente tentava dormir, mas ninguém conseguia, porque toda hora era um baque. Mais tarde quando eu saí de casa só vi tudo desabando lá embaixo. Um barulho que parecia um trovão", lembrou.

A casa Celso Augusto, de 54 anos, estava interditada desde quinta-feira (3). No entanto, ele permanece no local e precisou sair correndo quando ouviu os primeiros estalos na madrugada desta sexta, quando chovia bastante na região. A área de serviço e parte da cozinha do imóvel desabaram.

"Minha família já saiu de casa tem um mês e eu estava [morando no local] para cuidar das nossas coisas e da nossa casa". Até ontem [minha casa] tinha uma área de serviço, que a gente colocava uma piscina e parte da minha cozinha".

Celso ainda relatou o desespero ao ouvir os estalos. "Foi um pânico na hora [momento dos estalos], eu saí correndo para fora de casa. Três horas da manhã a chuva foi passando e as pessoas se recolhendo para dentro das casas. Como eu não sabia para onde ir, fiquei lá na sala querendo até dar um cochilo, mas como é que consegue? Chovendo e só os estalos, tive que sair correndo para a rua", contou.

Outra moradora que teve a casa interditada na quinta-feira foi Ana Paula, de 48 anos. O imóvel dela não desabou, mas ela recebeu a notícia, nesta sexta, de que ele será demolido nos próximos dias.

"Minha casa tem três pavimentos. Não sei o que vão fazer, só sei que isso está destruindo minha vida. Vão demolir tudo e agora é Minha Casa, Minha vida ou indenização", lamentou.
Mais de 10h depois do desabamento, a idosa ainda não tinha dormido e tentava resolver onde iria passar a noite. "O medo foi muito grande, até agora eu não durmo. Nós saímos todos de casa, a Codesal tirou todo mundo".

Os moradores acreditam que as causas do desabamento foram as chuvas que atingem Salvador desde a quarta-feira (2) e a obra de contenção que foi feita na encosta que desmoronou.

Fonte: G1

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