Economia

Pagar com dinheiro vivo é a solução para gastar menos?

Economia comportamental comprova que a “dor” de gastar com dinheiro é maior do que a de gastar com cartões

26/02/2020 às 13h18, Por Maylla Nunes

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Praticidade e segurança são dois dos motivos que levam consumidores a realizarem suas compras com cartões de débito e crédito. A este último, soma-se a vantagem de poder realizar a compra mesmo sem dispor do dinheiro no momento da transação. Entretanto, o que muita gente não sabe é que o uso dos cartões pode tornar os gastos menos “dolorosos”. É o que aponta um estudo realizado pelo professor e pesquisador Drazen Prelec, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

O professor analisou o comportamento de dois grupos de estudantes durante um leilão silencioso que oferecia ingressos esgotados para um jogo da NBA, a liga de basquete americana. O primeiro grupo foi orientado a pagar apenas com dinheiro vivo, enquanto o segundo deveria utilizar-se do cartão de crédito. Durante a realização do experimento, o professor observou que os estudantes que usavam cartão faziam, em média, duas vezes mais lances do que os que usavam dinheiro. 

Prelec, que leciona a disciplina de economia comportamental — matéria cada vez mais presente nas grades da graduação de economia e da faculdade de administração –, chegou à conclusão de que o “custo psicológico” de gastar um dólar no crédito era de somente 50 centavos. De acordo com os economistas comportamentais, estudos como este provam que o impacto de comprar com crédito é diferente do de comprar com dinheiro. Por outro lado, também é sabido que o recebimento das faturas dos cartões pode ser extremamente doloroso para os usuários do serviço.

Brasileiros preferem pagar com dinheiro

Segundo a pesquisa "O brasileiro e sua relação com o dinheiro", realizada pelo Banco Central em 2018, 52% das compras em lojas físicas no país são pagas com dinheiro em espécie. Apesar da popularidade, este índice vem caindo com o tempo, já que em 2013 era de 57%. Em 2018, o cartão de crédito foi utilizado em 31% das transações, enquanto o débito foi usado em 15%.

De acordo com os dados do estudo, a preferência pelo dinheiro pode ser explicada por alguns fatores, como a alta aceitação nos pontos de venda, chegando a 99% dos estabelecimentos entrevistados pelo BC — enquanto o débito era aceito por 76% e o crédito, por 74%. Além disso, o valor da compra também influencia a escolha pelo dinheiro, já que 88% das compras de até R$ 10 foram realizadas com notas ou moedas. 

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