Feira de Santana

Paciente com câncer enfrenta sofrimento para ser atendida em unidades de saúde de Feira de Santana

O drama da paciente com dores e com imobilidade nas pernas foi acompanhado pela reportagem do Acorda Cidade

07/05/2019 às 11h38, Por Rachel Pinto

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Ney Silva e Rachel Pinto

Com diagnóstico de um câncer na bexiga, a dona de casa Francisca Melo dos Santos de 62 anos está há um mês tentando um internamento na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia de Feira de Santana (Unacon) e não consegue. O drama da paciente com dores e com imobilidade nas pernas foi acompanhado pela reportagem do Acorda Cidade na segunda-feira (6).

A reportagem acompanhou as irmãs dela Rita e Alaíde Melo e um filho em unidades de saúde como a Upa da Queimadinha, a do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) e o pronto socorro do Hospital Dom Pedro de Alcântara (HDPA) que é o único local para atender urgências em oncologia. No caso do HDPA a alegação pra não atender é que a paciente precisaria ser cadastrada na Unacon, caso contrário não poderia ser medicada.

A paciente foi levada para o HGCA e sensível com a situação o diretor José Carlos Pitangueira, disse que mesmo não sendo paciente indicada para aquele hospital, a unidade poderia dar um apoio para amenizar as dores, mas que dependia de surgir vagas. O HGCA amanheceu na segunda-feira super lotado.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Em uma enfermaria com capacidade para 13 mulheres, estamos com 30 pacientes. Me comprometo a conseguir uma maca para dar um atendimento digno para ela. Só não posso é colocar a paciente no chão. Eu acho que se o HDPA e a Unacon ganham par atender o paciente oncológico de Feira de Santana, eles têm que ter a vaga. Esse negócio de estar inscrito ou não está inscrito é conversa fiada. Se está comprovado que ela tem a patologia tem que ser atendida”, frisou.

A irmã de Francisca Melo, a senhora Alaíde Melo falou sobre o sofrimento da irmã em busca de atendimento. Ela destacou a peregrinação da família pelas unidades de saúde e a tristeza de não poder ajudar a irmã.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“No primeiro momento trouxemos na UPA do HGCA, a médica disse que era um câncer, encaminhou para a Unacon e isso foi no início de março. Fomos na Unacon, tiraram a xerox da biópsia e depois me ligaram informando que só tinha vaga no dia 18 de junho para começar a tratar a minha irmã. Daí então conseguimos em Salvador, através da secretaria e fomos para o Hospital da Mulher, aonde estamos fazendo acompanhamento. Mas, o caso dela só está se agravando, o câncer já atingiu a bexiga, começou pela bexiga, já atingiu o pulmão, já atingiu os rins e cada tempo que passa é muita dor que ela sente. Não consegue dormir e já está em situação de metástase. O médico de Salvador pediu uma biópsia da bexiga que no caso está marcada para quarta-feira. Mas, com essa situação ela não tem condições de fazer mais. A situação é muito grave, ela sente muitas dores e o que nós da família queremos é que pelo menos ela tenha uma morte digna. Às vezes as pessoas não se sensibilizam e aí nós ficamos aqui e ali e vamos em um canto e outro não tem vaga, não tem porque está tudo cheio, a UPA não dá regulação e ela está morrendo aos poucos, sentido dor e sem o atendimento necessário", lamentou.

No final da tarde de segunda-feira a diretora do HDPA Sandra Peggy ao tomar conhecimento da situação de Francisca determinou que um médico de plantão no pronto-socorro avaliasse a paciente. Ficou constatado que realmente ela está com câncer em estado terminal.

Francisca foi medicada e foi recomendado que retornasse para a sua residência. Familiares informaram que o médico disse que o câncer está muito avançado e no hospital ela corria risco de adquirir outras infecções.
 

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