Educação

'Não entrei em defesa do prefeito, entrei em defesa do território quilombola', diz presidente de associação sobre manifestação da APLB

A APLB também respondeu sobre a manifestação.

‘Não entrei em defesa do prefeito, entrei em defesa do território quilombola’, diz presidente de associação sobre manifestação da APLB ‘Não entrei em defesa do prefeito, entrei em defesa do território quilombola’, diz presidente de associação sobre manifestação da APLB ‘Não entrei em defesa do prefeito, entrei em defesa do território quilombola’, diz presidente de associação sobre manifestação da APLB ‘Não entrei em defesa do prefeito, entrei em defesa do território quilombola’, diz presidente de associação sobre manifestação da APLB

Rachel Pinto

Na última sexta-feira (6), foi inaugurada na comunidade de Lagoa Grande no distrito de Maria Quitéria em Feira de Santana a Escola Municipal Quilombola Luiz Pereira dos Santos, primeira unidade quilombola da cidade. Estiveram presentes na inauguração o prefeito Colbert Martins da Silva, a secretária de educação Anaci Paim, representantes políticos e da comunidade. Durante o discurso de inauguração o Sindicato dos Professores (APLB) realizou uma manifestação, reivindicando o pagamento de salários e o ato gerou reações do prefeito e da associação quilombola.

Colbert Martins considerou a manifestação como um ato político, enquanto associação, na pessoa da presidente Renilda Cruz, pediu respeito pelo momento e o fim da manifestação. Ela manifestou-se solidária a pauta dos professores, mas disse que o momento da inauguração da escola foi muito sonhado e aguardado pela comunidade e na opinião dela, não era oportunidade para manifestação.

“Eu não sou contra o movimento da APLB, em momento nenhum, a comunidade não é contra o movimento. Apenas o que nós queríamos naquele momento era o respeito a um sonho, que foi sonhado há muito tempo, de luta da comunidade de Lagoa Grande. O momento em que faríamos a leitura da biografia de Vovô Luís era muito importante para aqueles que estavam ali ouvindo. E eu digo e repito, eu não entrei em defesa do prefeito, eu entrei em defesa do território quilombola de Lagoa Grande. Eu não estou com o salário atrasado, simplesmente porque eu não tenho salário, estou desempregada, mas eu me compadeço, sou solícita à luta dos professores. Mas, tudo tem o seu tempo, tudo tem o seu momento, e às vezes a gente tem que respeitar o momento do outro. Não sou contra o movimento da APLB, porque é um movimento justo, está reivindicando por causas justas que é o direito dos salários, direito de ter uma educação de qualidade em Feira de Santana”, enfatizou.

Já a presidente da APLB, Marlede Oliveira, opinou que o protesto foi válido e qualquer momento é momento para se manifestar, principalmente tratando-se da falta de diálogo entre prefeitura e professores.

“É preciso ver o lado de cada um, o prefeito está com o salário dele em dia, os secretários estão com os salários em dia, a gente está até o dia de hoje com atraso, dia 9. Passamos o dia das mães sem poder comparar um presente para as suas genitoras. Professores de Feira, da rede municipal, que grande parte ainda não receberam seus salários, 50% dos seus salários, ou 70%. Lugar de protestar é em qualquer momento, a gente encontra um prefeito que corre da categoria, que se esconde, que não recebe, que manda jogar spray de pimenta, e cassetete no professor quando vai cobrar dele na prefeitura uma audiência para ter resposta, uma pauta de reinvindicações. O sindicato, junto com os professores foram àquela escola porque sabiam que o prefeito estava lá, exigir os seus salários e seus problemas, que eles estão trabalhando e o prefeito não está pagando”, finalizou.
 

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