Educação

'Não entrei em defesa do prefeito, entrei em defesa do território quilombola', diz presidente de associação sobre manifestação da APLB

A APLB também respondeu sobre a manifestação.

09/05/2022 às 11h27, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

Na última sexta-feira (6), foi inaugurada na comunidade de Lagoa Grande no distrito de Maria Quitéria em Feira de Santana a Escola Municipal Quilombola Luiz Pereira dos Santos, primeira unidade quilombola da cidade. Estiveram presentes na inauguração o prefeito Colbert Martins da Silva, a secretária de educação Anaci Paim, representantes políticos e da comunidade. Durante o discurso de inauguração o Sindicato dos Professores (APLB) realizou uma manifestação, reivindicando o pagamento de salários e o ato gerou reações do prefeito e da associação quilombola.

Colbert Martins considerou a manifestação como um ato político, enquanto associação, na pessoa da presidente Renilda Cruz, pediu respeito pelo momento e o fim da manifestação. Ela manifestou-se solidária a pauta dos professores, mas disse que o momento da inauguração da escola foi muito sonhado e aguardado pela comunidade e na opinião dela, não era oportunidade para manifestação.

“Eu não sou contra o movimento da APLB, em momento nenhum, a comunidade não é contra o movimento. Apenas o que nós queríamos naquele momento era o respeito a um sonho, que foi sonhado há muito tempo, de luta da comunidade de Lagoa Grande. O momento em que faríamos a leitura da biografia de Vovô Luís era muito importante para aqueles que estavam ali ouvindo. E eu digo e repito, eu não entrei em defesa do prefeito, eu entrei em defesa do território quilombola de Lagoa Grande. Eu não estou com o salário atrasado, simplesmente porque eu não tenho salário, estou desempregada, mas eu me compadeço, sou solícita à luta dos professores. Mas, tudo tem o seu tempo, tudo tem o seu momento, e às vezes a gente tem que respeitar o momento do outro. Não sou contra o movimento da APLB, porque é um movimento justo, está reivindicando por causas justas que é o direito dos salários, direito de ter uma educação de qualidade em Feira de Santana”, enfatizou.

Já a presidente da APLB, Marlede Oliveira, opinou que o protesto foi válido e qualquer momento é momento para se manifestar, principalmente tratando-se da falta de diálogo entre prefeitura e professores.

“É preciso ver o lado de cada um, o prefeito está com o salário dele em dia, os secretários estão com os salários em dia, a gente está até o dia de hoje com atraso, dia 9. Passamos o dia das mães sem poder comparar um presente para as suas genitoras. Professores de Feira, da rede municipal, que grande parte ainda não receberam seus salários, 50% dos seus salários, ou 70%. Lugar de protestar é em qualquer momento, a gente encontra um prefeito que corre da categoria, que se esconde, que não recebe, que manda jogar spray de pimenta, e cassetete no professor quando vai cobrar dele na prefeitura uma audiência para ter resposta, uma pauta de reinvindicações. O sindicato, junto com os professores foram àquela escola porque sabiam que o prefeito estava lá, exigir os seus salários e seus problemas, que eles estão trabalhando e o prefeito não está pagando”, finalizou.
 

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