Mistério
Exame em múmia revela 49 amuletos, dois 'corações' e mantém mistério sobre morte do 'Menino de Ouro'
Múmia foi encontrada em 1916 e permaneceu armazenada em um porão no Museu do Cairo, no Egito. Exame não apontou sinais de desnutrição ou outras condições que pudessem ter levado à morte do garoto que tinha entre 14 e 15 anos.
26/01/2023 às 18h20, Por Acorda Cidade
Uma equipe de cientistas “desenrolou” digitalmente uma múmia egípcia de 2,3 mil anos e encontrou 49 amuletos – a maioria de ouro – protegendo o corpo de um garoto que tinha entre 14 e 15 anos. O exame de tomografia computadorizada revelou que parte dos amuletos destinados a proteger o garoto em sua jornada depois da morte foi colocada dentro da cavidade corporal, e entre eles estão uma pequena escultura de coração e outra de uma língua.
O estudo foi publicado na terça-feira na revista científica “Frontiers in Medicine”. Apesar da riqueza de detalhes que mostraram a importância das peças para rituais da crença egípcia que buscava preparar a “ressurreição corporal”, o exame não apontou uma possível causa para a morte do “Menino de Ouro”.
Os principais destaques da pesquisa são:
- Pequena escultura dourada de língua foi colocada dentro da boca para garantir que ele pudesse falar na vida após a morte;
- Múmia também foi calçada com sandálias; crença aponta que ele precisava estar com calçados brancos para sair do caixão;
- Dentes do siso não tinham “nascido”, esse foi um dos fatores que ajudou a estimar a idade de no máximo 15 anos. Ele tinha 1,28 cm de altura;
- Entre os 49 amuletos de 21 tipos, havia a representação de penas de falcão e avestruz, que representam a dualidade da vida espiritual e material;
- Quase todos os órgãos foram retirados na mumificação, mas o coração foi mantido na cavidade que foi preenchida de resina. Na região, ainda foi colocado um amuleto que simbolizava o mesmo órgão;
- Depois do exame, uma versão do amuleto de coração foi impressa em plástico 3D e ficará exposta ao lado da múmia em uma sala do Museu do Cairo;
- Líder do estudo e professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Cairo, Sahar Saleem conta que os amuletos foram dispostos em um arranjo de três colunas junto do corpo.
“Muitos eram feitos de ouro, enquanto alguns eram feitos de pedras semipreciosas, argila cozida ou faiança. O objetivo era proteger o corpo e dar-lhe vitalidade na vida após a morte”, disse Saleem.
Outro aspecto revelado pelo exame foi a qualidade do embalsamamento, que indicava que o garoto pertencia a uma família abastada. O exame mostrou que ele não apresentava sinais de violência, de desnutrição ou outra causa aparente que pudesse estar ligada ao motivo da morte.
Fonte: G1
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