Ilhados
Moradores do distrito de Jaíba se sentem esquecidos pelo poder público e clamam por melhorias
Morando há mais de 15 anos na localidade, Jeane de Jesus Silva explicou que os ônibus coletivos já tinham parado de circular aos finais de semana e feriados.
10/11/2021 às 16h20, Por Gabriel Gonçalves
Gabriel Gonçalves
Os moradores do povoado Lagoa das Pedras no distrito de Jaíba em Feira de Santana, estão ficando 'ilhados' por conta das fortes chuvas que estão caindo no município.
Entre terça (2) e sexta (5), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inep), informou que choveu em Feira de Santana, cerca de 106mm, número equivalente a quase o dobro do que era previsto para todo o mês de novembro.
Com o direito de ir e vir prejudicado, os moradores da Rua Bonsucesso no povoado solicitaram à reportagem do Acorda Cidade, para reivindicar sobre a atual situação.
De acordo com Joseane Santos, os motoristas que se arriscam a passar pelas poças de água, acabam perdendo as placas ou tendo algum tipo de prejuízo no veículo.
"Eu moro aqui desde que nasci e hoje estamos mais uma vez para reivindicar sobre toda esta situação que nossa comunidade está passando. Estamos alagados, onde temos dificuldades para se deslocar para o trabalho, levar as crianças para a escola, as motos passam com dificuldade, os carros perdem as placas e os ônibus nem passam mais por aqui", explicou.
Ainda segundo Joseane, as pessoas que necessitam passar pela rua, possuem duas alternativas, seja se equilibrando nos arames das cercas ou caminhando no meio da água.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"Essa rua aqui dá acesso ao Aeroporto e para a Avenida Iguatemi também. Se a gente for lá para a Avenida Sérgio Carneiro, precisa passar segurando nos arames ou por dentro da poça de água. Carro de aplicativo, aqui nem entra", disse.
Morando há mais de 15 anos na localidade, Jeane de Jesus Silva explicou que os ônibus coletivos já tinham parado de circular aos finais de semana e feriados.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"Os ônibus pararam de circular aqui nos finais de semana e em dia de feriado e isso é algo desumano, porque a gente precisa passar por esse poça podre de água. Não temos esse direito de se locomover à lugar nenhum. Se tiver alguém passando mal, vai morrer dentro de casa ou aqui nessa poça. O prefeito até hoje nunca trouxe uma solução para nós moradores, só querem benefícios dentro da cidade, mas a zona rural também está sofrendo, estamos sendo humilhados sem poder sair, sem ter o nosso direito de ir e vir", lamentou.
O senhor Mariano de Souza, é morador da região há 65 anos. Segundo ele, vereadores só aparecem na localidade em época de eleição para solicitar votos.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
"Isso aqui é uma grande vergonha, e estes vereadores, prefeitos, deputados que se elegem com nossos votos, só fazem benefício para o centro da cidade, mas eles esquecem que é a zona rural que leva a comida para dentro de casa de muitos. Eles deveriam passar por tudo isso que nós estamos passando, a gente liga para o tal do 156, só fica uma musiquinha tocando, só humilhando os moradores, mas na época de política, eles não possuem vergonha na cara, pisam até na lama se mostrando e dizendo que vão resolver nosso problema", destacou.
Além das péssimas condições de acesso à região, Katiane de Albuquerque que é moradora do distrito, informou à reportagem do Acorda Cidade, que o transporte coletivo já não está mais seguindo um horário fixo de circulação, prejudicando a todos os passageiros.
"Tem dia que não tem ônibus, tem dia que a gente precisa ir lá para a pista pegar outro tipo de transporte se arriscando, porque esse caminho é muito arriscado, mato de um lado, mato do outro e acaba que não tem ônibus no horário fixo. As vezes passa 6h da manhã, tem dia que passa 7h, 7h30, vai chegar ao centro da cidade, mais de 8h, quando a gente quer retornar para casa, não tem ônibus ainda pela manhã, quando vai ver, o ônibus só sai 13h45 e não tem condições de ficar desta forma, a gente se sente excluído", concluiu.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade
A reportagem do Acorda Cidade entrou em contato com a Superintendência de Obras e Manutenção (Soma) e até o momento não teve retorno.
Ao Acorda Cidade, a Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) informou que o atendimento da linha 101 – Lagoa das Pedras é feita normalmente por micro-ônibus.
Horários:
– 5h30 e 7h – saindo do Terminal Central
– 6h e 8h – saindo do fim de linha
Após estes horários, o atendimento é compartilhado com a linha 85 – Aeroporto.
Já aos fins de semana a baixíssima demanda de passageiros inviabiliza a manutenção da operação.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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