Moda e cultura

Qual a origem do costume de usar roupa branca no ano novo?

31/12/2022 às 17h03, Por Andrea Trindade

Compartilhe essa notícia

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

No Brasil o branco é a cor tradicional das roupas usadas para celebrar a virada do ano. Remete a paz, a positividade e a leveza. Segundo estudos, o hábito de usar roupas brancas no réveillon tem origem nas religiões africanas, como o Candomblé e a Umbanda.

Em meados da década de 1970 praticantes destas religiões iam para as praias homenagear Iemanjá, trajados de brancos para fazer as oferendas, e o ato atraía bastante a atenção. Com o tempo, a homenagem foi ficando cada vez mais famosa e atraindo adeptos. O uso da cor branca se popularizou, e ao longo dos anos, o significado religioso foi sendo esquecido e passou a ser lembrado apenas pelo seu simbolismo de paz.

A produtora e designer de moda Adrielle Araújo destacou em entrevista ao Acorda Cidade, que o povo brasileiro está sempre associando roupas novas às festividades e que o uso da cor branca não é tão forte em outros países como é por aqui.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“É muito cultural principalmente do brasileiro, durante as festividades, estar sempre com roupas novas, movimentando o comércio. Tanto a roupa nova quanto as cores tem uma questão de espiritualidade, novos ambientes, novos recomeços, isto é muito ligado nesta sinestesia das festividades. Em outros países não há como no Brasil esse costume de usar branco no Réveillon, então, eu acredito a partir de estudos e conhecimento de cultura mesmo, que é uma peculiaridade herdade das religiões de matrizes africanas, e até mesmo os tecidos de origem vegetal como o algodão, o linho, calça bordada que é de algodão também, que sempre tem essa coisa da espiritualidade, por se ser mais clean, mais puro, de começar o ano com energia mais limpa e nova”, explicou.

Ela disse que as roupas com brilho e os vestidos brancos longos são os mais requisitados nas lojas. Já os homens buscam mais camisas com botões e mangas curtas ou batas.

“Neste ano temos bastante referência do brilho, já que a gente está vivendo uma nova era disco, com referência dos anos 70, e então tem bastante brilho, lurex, strasss, mas o longo branco está sempre na preferência. Para o público masculino tem as camisas de botão com manga não muito comprida e as batinhas também. E tem uma estética que se assemelha às das religiões de matrizes africanas”, afirmou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Drika destaca que é importante a pessoa se sentir bem, e estar de acordo com o ambiente é uma dica para não errar.

“Você tem que casar com o ambiente onde você está passando o ano novo. Se estiver na praia, peças mais fluidas vão combinar melhor com o ambiente, se você está numa cerimónia com amigos e famílias, já pode apostar em peças com mais brilho e salto alto, pode usar mais roupas puxando para o fashion ou menos elaboradas, vai depender do ambiente, se você vai se sentir bem, para cada lugar tem a roupa que vai casar de forma perfeita”.

Com qual cor?

No dia a dia o uso das cores tem muito a ver com o que você gosta ou pensou em vestir, mas quando se trata de Réveillon, muita gente pensa no significado e em qual mensagem quer passar.

“Claramente é uma superstição. O brasileiro tem muito isso da simpatia, e as simpatias do ano novo são bem populares. O branco é atribuído a positividade, pureza, o amarelo que tem essa atribuição ao ouro a abundância, é uma cor que vibra muito e traz essa energia. O vermelho tem uma energia mais viva e mais centrada, no amor, na paixão, nas coisas mais fortes. Já o azul é atribuindo a serenidade, o verde a esperança, calmaria. Essas atribuições são algo cultural do brasileiro. O rosa é atribuído a feminilidade então a gente vai para o âmbito da fertilidade, das relações interpessoais, e uma coisa mais sutil.

O uso de cores muito escuras não é tão popular na virada do ano, mas mas de acordo com a sua atribuição o preto, por exemplo, tem uma proposta ótima para trazer seriedade, maturidade, e tem um significado relacionado a afastar a proteção contra a inveja. “Por isso você vai penar em como você quer que as pessoas lhe leiam e você vai escolher as cores de acordo com a sua personalidade”, pontuou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Siga o Acorda Cidade no Google Notícias e receba os principais destaques do dia. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp e Telegram

Compartilhe essa notícia

Categorias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Notícias

image

Rádio acorda cidade