Endomarcha

Marcha chama atenção para necessidade de mais informação e assistência médica e social para mulheres que têm endometriose

A doença provoca muitas dores na região pélvica, em alguns casos até manifestações incapacitantes.

25/03/2023 às 14h38, Por Rachel Pinto

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Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Foi realizada na manhã deste sábado (25), na Avenida Getúlio Vargas em Feira de Santana a Endomarcha. A marcha de mulheres, profissionais de saúde e comunidade em prol de divulgar e chamar atenção para a endometriose.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

A endometriose é uma doença que é caracterizada pelo crescimento do tecido que reveste a parede interna do útero (chamado endométrio), fora da cavidade uterina. Provoca muitas dores na região pélvica, em alguns casos até manifestações incapacitantes e outros sintomas, como sangramento retal e vaginal.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

A professora Edilaine Macêdo, de 40 anos, contou que convive com a doença desde os 13 anos. Presente na marcha, ela destacou a importância do movimento, principalmente para a geração de adolescentes. Este momento é o qual a doença mais se manifesta e assim, muitas meninas e mulheres passam a conviver com esta condição que não tem cura. A professora salientou que é preciso divulgar as formas de tratamento e necessidade de acompanhamento com profissionais qualificados.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Muito importante essas multiplicação, as pessoas precisam entender e parar de normalizar a cólica, que não é normal é a manifestação de um problema no corpo das mulheres e precisa de tratamento.  Tenho endometriose, a doença não tem cura. Fui uma adolescente que desmaiava na escola, precisava sair do trabalho. Estou muito feliz de estar aqui, eu gostaria de ter sido uma adolescente que teve maior orientação e melhor atendimento médico inclusive”, afirmou.

Dentre algumas características da endometriose, a professora listou que já apresentou fortes dores na região pélvica e situações de ficar incapacitada. De acordo com ela, já teve sangramentos que foram confundidos com um aborto.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Muitas pessoas dizem que a cólica passa depois que a mulher casa, que tem filhos. Eu casei, a dor não passou e o filho não veio. Meu apelo é que pais, mães e avós não normalizem uma adolescente sentindo esse tipo de dor. Fui tratada com chá, banhos em bacia. Parem de achar que é normal, investiguem e busquem médicos especialistas para tratar essa doença”, alertou.

A psicóloga Layane Cedraz que também é portadora de endometriose e uma das organizadoras da marcha na cidade, informou que o movimento ocorre em mais 75 países, em 12 cidades brasileiras e Feira de Santana é a única cidade na Bahia que sedia a marcha. A iniciativa existe desde 2014 no Brasil, e em Feira de Santana desde 2018. Foi trazida ao Brasil pela ativista Caroline Salazar e ficou sem ocorrer presencialmente durante a pandemia. Os encontros ocorreram de forma online.

Layane observou sobre a necessidade de conscientização sobre a doença e de levar informação para a sociedade.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Uma doença que causa muitas dores, sangramento, dificuldade para engravidar, e infelizmente ainda leva de dez a 14 anos para fechar um diagnóstico. Não e possível evitá-la, mas pode-se evitar sintomas mais avançados e ter uma melhor qualidade de vida”, disse.

A endometriose pode ser diagnosticada através do exame clínico e de imagem e segundo Layane, um dos objetivos da Endomarcha é que a doença seja reconhecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelo INSS como uma doença incapacitante, de modo que as mulheres quando estiverem adoecidas contem com o melhor suporte de saúde e social.

“Essa é uma das grandes lutas, que a doença seja reconhecida como incapacitante e que as mulheres consigam um maior número de profissionais capacitados para atender a toda demanda que existe”, ressaltou.

Layane apontou ainda que há estudos que dizem que as mulheres já nascem com a doença e relatos de mulheres que morreram por causa dela.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.

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