Lojas do comércio sem movimento, pontos de ônibus vazios, motoristas estressados e ameaças de incêndio em ônibus marcaram a manifestação de estudantes secundaristas e universitários na tarde desta quarta-feira (06), nas ruas e avenidas do centro comercial de Feira de Santana.
Eles protestaram contra o decreto do prefeito Tarcizio Pimenta que aumentou a passagem de ônibus de R$ 2,15 para R$ 2,35. O novo valor já está vigorando desde a última segunda-feira (04).
De acordo com informações da Policia Militar a manifestação reuniu cerca de 600 estudantes. Por volta das 14hs eles se concentraram na praça em frente ao Instituto de Educação Gastão Guimarães e depois seguiram em passeata pela Avenida Getúlio Vargas.
No cruzamento com a rua Visconde do Rio Branco na área de um posto de combustíveis os estudantes fizeram um cordão de isolamento impedindo o trânsito de carros e motos.Uma viatura da Policia Militar foi atravessada na pista sendo que os carros tiveram que entrar pelo retorno em frente ao edifício Ana Muller Falcão.
Nesse momento houve um grande engarrafamento na Getúlio Vargas e na rua J.J. Seabra. A Superintendência Municipal de Trânsito – SMT só dispunha no local de um único agente de trânsito e os policiais militares tiveram que ajudar no controle do tráfego.
Depois de percorrerem a Visconde do Rio Branco os estudantes retornaram pela Avenida Senhor dos passos e se concentraram em frente a Prefeitura. Um grupo de policiais fez o isolamento do prédio que ficou fechado.
Segundo o coordenador do Movimento de Luta dos Bairros- MLB, Jader Dourado a manifestação foi positiva porque teve o apoio da população que está inconformada com o reajuste. “Queremos sensibilizar o prefeito para rever esse reajuste. A população está prejudicada”, afirmou.
Movimento fica dividido
Depois da Prefeitura os estudantes se dividiram. Os secundaristas foram em direção ao Terminal Central e os universitários ficaram.
Segundo Iracema Santos do Movimento Levante da UEFS a permanência dos universitários não significou um racha entre os manifestantes. De acordo com a líder estudantil os universitários não foram para o Terminal Transbordo Central por que normalmente quem desce para lá são os secundaristas.
Os estudantes foram para o terminal na tentativa de voltarem para casa gratuitamente. Lá encontraram os pelotões de Cavalaria, Motocicleta (Asa Branca), a Ceto e o Geto- Companhia e Grupo Especial Tático Ostensivo.A entrada do terminal foi totalmente bloqueada por policiais.
Sem conseguir voltar para casa como queriam, alguns estudantes ameaçaram queimar ônibus e foram para o cruzamento da rua Olimpio Vital com a Avenida Canal.
Nesse momento houve muita confusão entre motoristas de carros particulares, motociclistas e estudantes. Um motorista chegou ameaçar atirar nos estudantes se continuassem a bater no carro dele com as mãos. Mas a situação foi contornada.
O trânsito foi interrompido na Avenida Canal nos dois sentidos e na Olímpio Vital. Os veículos que vinham dos bairros Sobradinho e Baraúnas foram desviados pelo bairro Rua Nova.
Com apoio de pessoas alheias ao movimento, os estudantes conseguiram pneus e atearam fogo.
Uma cortinha de fumaça com quase 10 metros de altura chamou atenção de pessoas que passavam pelo local e de moradores do outro lado do Canal de Macro drenagem.
PM preocupada com participação de crianças e adolescentes
O Capitão Cavalcante da Polícia Militar que comandou a operação com cerca de 100 policiais mostrou-se preocupado com o expressivo número de crianças e adolescentes na manifestação. Segundo o militar eles estão sendo usados nessas manifestações e exagerando em suas ações." Isso pode ser ruim no caso de um tumulto", afirmou.
