Feira de Santana

Mãe e jovens mortas em incêndio no residencial Iguatemi são sepultadas

O pai das jovens e ex-esposo de Emília, Antônio Rosailton Ribeiro Barbosa, falou em entrevista ao Acorda Cidade sobre a dor de perder as duas filhas.

08/12/2018 às 11h45, Por Kaio Vinícius

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Laiane Cruz

Os sepultamos das jovens Bruna Mile Ferreira Barbosa, de 24 anos, e Jessica Ferreira Barbosa, de 25 anos, e a mãe delas, Emília Lima Ferreira, de 50 anos, que morreram durante o incêndio no residencial Iguatemi I, no bairro Mangabeira, ocorreram na manhã deste sábado (8), no cemitério São Jorge, em Feira de Santana.

Bruna Mile foi a quarta vítima do incêndio que teve a morte confirmada, após ficar internada no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador. Ela teve 90% do corpo queimado e morreu às 5h40 de sexta-feira (7).

A mãe dela, Emilia Lima Ferreira, de 50 anos, morreu na noite de terça (4), também no HGE, e a irmã, Jessica Ferreira Barbosa, de 25 anos, teve o óbito confirmado na noite de quarta-feira (5), no mesmo hospital. 

A outra vítima do acidente, ocorrido na madrugada da última terça-feira (4), foi Bárbara Brás Pereira, de 20 anos, filha de Nelcione Souza Brás, que também teve 90% do corpo queimado e continua internada em estado grave no HGE.

Perda irreparável

O pai das jovens e ex-esposo de Emília, Antônio Rosailton Ribeiro Barbosa, falou em entrevista ao Acorda Cidade sobre a dor de perder as duas filhas.

“Os planos que elas tinham era estudo e trabalho. Eram excelentes meninas, bem sucedidas. Bruna mesmo tirava o primeiro lugar e conseguiu faculdade através disso aí, estava começando a fazer arquitetura, faltava 200 horas pra concluir o curso de técnico em enfermagem e era funcionária de um curso de inglês e era excelente filha, carinhosa”, afirmou.

Emocionado, Antônio Rosailton declarou que a perda foi muito grande e que ele preferia ter morrido no lugar das filhas. Sobre a ex-mulher, de quem se separou há cerca de cinco anos, ele disse que era muito guerreira e excelente mãe.

“Dona Emília era uma guerreira e mãe de excelente qualidade. E colhemos bons frutos, que minhas filhas mostraram. Vem a vontade de fazer uma loucura, mas foi a mão de Deus que pediu e de imediato trouxe o conforto, que chega ao coração. Minhas filhas era muito dedicadas e tão boas filhas, não iria deixar eu passar por isso.”

O pai contou ainda que sempre se comunicava com as filhas e fazia o possível para agradá-las. Em troca, elas o tratavam com muito carinho.

“Eu ligava de manhã e de noite pra saber como elas estavam. Ficava acordado esperando elas chegarem da faculdade. Quando elas passavam o final de semana comigo, elas pediam as comidas que elas queriam e eu deixa pronto. Elas me enchiam de carinho, beijos e abraços. Eu queria dizer, se Deus permitisse a elas em um só segundo, pra elas me levarem junto, eu iria ficar mais satisfeito do que perder minhas duas filhas, porque eu não vou ser mais o mesmo.”

A diretora do Colégio João Durval, Clarisse Batista Barbosa de Souza, que conviveu com as vítimas, contou que Emília foi aluna da escola e cozinheira do turno noturno, e as duas filhas também estudaram no colégio.

“Emília era uma funcionária exemplar, querida por todos os professores, alunos e funcionários. Uma excelente pessoa. E as meninas também, todos gostavam delas. Eram amorosas, dedicadas, bem comportadas e estudiosas. Ficamos estarrecidos em saber que um acidente tão drástico aconteceu com elas”, lamentou.

O policial civil Welmer Pimenta, que já ensinou no colégio João Durval e foi professor de Jéssica e Bruna, expressou o sentimento pelas mortes das garotas e a mãe delas. 

“É um momento que a gente não tem palavras pra dizer. Foi um acidente muito drástico, e a gente tem o sentimento pela família. Elas foram minhas alunas há três ou quatro anos. Foram pessoas atenciosas, muito participativas.” 


 

Com informações e fotos do repórter Ed Santos do Acorda Cidade. 

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