Feira de Santana

Jovem que matou amigo por causa de dívida é condenado a 13 anos de prisão

Ele deverá cumprir pena inicialmente em regime fechado no Conjunto Penal de Feira de Santana, sem o direito de recorrer em liberdade.

31/05/2017 às 08h30, Por Andrea Trindade

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Andrea Trindade

Foi condenado a 13 anos e nove meses de reclusão pela morte de Lucas Majdalani de Melo, 22 anos, em agosto de 2013, João Victor Oliveira Castro, conhecido como Victinho, 23 anos, que já estava preso há quatro anos pelo crime. O julgamento ocorreu na terça-feira (30), no Fórum Desembargador Filinto Bastos, em Feira de Santana.

Conforme sentença aplicada pela juíza Márcia Simões, ele deverá cumprir pena inicialmente em regime fechado no Conjunto Penal de Feira de Santana, sem o direito de recorrer em liberdade.  A promotoria de justiça esperava uma condenação por homicídio duplamente qualificado, mas houve o reconhecimento de uma circunstância atenuante que contribuiu com a diminuição da pena.

“Estamos pensando em recorrer. Ele ficará preso até completar cinco anos e seis meses. Por ser primário, ele tem uma contagem diferente. Aceitamos a pena aplicada pelos jurados, mas para ficar de acordo com as provas do processo, o Ministério Público acredita que caberia a qualificadora do motivo fútil, o que levaria a uma pena maior”, explicou.

A defesa

Fotos: Aldo Matos/Acorda Cidade

Para a defesa, a pena foi muito alta e acredita que deverá haver a redução. “A defesa alegou que diante das ameaças que ele vinha sofrendo, ele não poderia agir de outra forma a não ser se antecipar e repelir a agressão da vítima, que era bem possível, mas a principal tese foi o homicídio privilegiado, relevante valor moral e o relevante fato de valor social porque ele recebia várias ameaças e a vítima já tinha antecedentes criminais, passagens por tráfico de drogas”, informou o advogado Ivan Jezler.

Segundo ele, a tese de homicídio privilegiado permite a redução da pena. “A pena ficou muito alta por ser um réu primário, tinha circunstâncias favoráveis, e recorremos da sentença, entendendo que a sentença foi contrária à do júri, e que também houve um excesso na aplicação da pena. A tendência é que ela reduza ainda mais. Mesmo com estes 13 anos ele já tem direito a progredir para o regime semiaberto”, declarou o advogado.

A família

O pai de Lucas, Wilson Majdalani, acompanhou o julgamento e lamentou o tempo em que o assassino de seu filho ficará na prisão.

“Eu não gostei da condenação, foi muito pouco tempo. Com dois anos ele terá a pena abrandada e para quem tira a vida de alguém essa pena não foi justa. Quem sofre somos nós. A minha esposa até hoje toma remédios antidepressivos, chora muito, não tenho palavras. Eu nunca abandonei meu filho, eu não era permissivo com o que ele fazia, mas eu tentava tirar ele das drogas. Levei a psiquiatras, fizemos internamentos até em São Paulo, mas infelizmente lutar contra a droga não é tão fácil”, declarou.

O assassinato

O crime ocorreu em um lava jato situado na Rua Cristóvão Barreto, no bairro Brasília. Segundo consta na denúncia do Ministério Público, João Victor devia dinheiro para Lucas e não queria pagar, o que motivou uma rixa. Um outro envolvido no crime, Wallassy Silva Bastos, recorreu da denúncia e não foi julgado.

No dia 12 de junho de 2012, Lucas foi preso por policiais civis da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos Feira de Santana (DRFR), após ter sido flagrado com drogas no interior de um veículo. Na delegacia, ele confessou um homicídio.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade
 

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