Saúde
Hidrocefalia pode ser detectada no pré-natal, alerta neurocirurgião
Segundo o neurocirurgião do HEC, Dr. Rui Nei Araújo, o cérebro humano possui uma cavidade em seu interior chamada ventrículo, onde é acumulado um líquido especial denominado líquor
29/07/2015 às 13h53, Por Kaio Vinícius
Acorda Cidade
Casos de hidrocefalia chegam ao Hospital Estadual da Criança (HEC) frequentemente. De fácil detecção, tanto na fase pré-natal como na fase pós-natal, a doença é o acúmulo de excesso de líquido no interior do cérebro, o que leva ao aumento da pressão intra-cerebral.
Segundo o neurocirurgião do HEC, Dr. Rui Nei Araújo, o cérebro humano possui uma cavidade em seu interior chamada ventrículo, onde é acumulado um líquido especial denominado líquor. “Nós produzimos e absorvemos esse líquido todos os dias, de forma a manter uma quantidade no cérebro e na medula em torno de 150 ml. Porém, na hidrocefalia (em torno de 90% dos casos), pode haver uma dificuldade na absorção do líquor – o que provoca aumento da quantidade de líquido no interior do cérebro -, ou uma super produção desse líquido”, explica.
Dr. Rui Nei Araújo acrescenta: “Detectada a hidrocefalia na criança, o tratamento é basicamente cirúrgico. Há duas modalidades de cirurgia frequentemente utilizadas no HEC: a Derivação Ventrículo Peritonial (DVP) – na qual um sistema de catéteres drena o excesso de líquido do cérebro para o abdômen – e o tratamento por Endoscopia. Na DVP, um catéter é colocado no interior do ventrículo, acoplado a uma válvula que detecta diferença de pressão, e outro catéter sai da válvula e vai para o peritônio, onde é absorvido o líquido e o mesmo volta para a corrente sanguínea”.
O tratamento endoscópico, por sua vez, é uma técnica mais moderna, na qual é utilizado um aparelho que permite adentrar a cavidade do cérebro, onde o líquido é acumulado, para fazer uma rota alternativa para esse líquido conseguir circular dentro do sistema nervoso central. “Comparando as duas técnicas, não há uma melhor que a outra; depende da indicação para o paciente e da preferência dos familiares”, pontua o neurocirurgião.
A realização adequada do pré-natal, em especial a ultrassonografia do 2º trimestre, é considerada de grande relevância por Dr. Rui Nei Araújo, pois contribui para a detecção de doenças como a hidrocefalia ainda no período gestacional. “A prevalência de hidrocefalia na sociedade é de um a dois casos a cada dois mil habitantes. Hoje em dia, a forma como os obstetras vêm realizando os exames de pré-natal está ajudando a detectar precocemente esta má formação. Por isso, é importante que as mulheres realizem o acompanhamento de forma correta”, alerta.
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