Hackers testam urna eletrônica e não encontram ameaça ao sistema

11/11/2009 às 07h49, Por Dilton e Feito

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Com rádio, ‘investigador’ capta interferência do teclado de uma urna.
Porém, ele classifica como improvável a violação do sigilo do voto.

Foto: Nelson Jr – Hacker tenta burlar urna eletrônica em teste promovido pelo TSE

O primeiro dia dos testes de segurança das urnas eletrônicas que serão usadas nas eleições de 2010 foi encerrado nesta terça-feira (10), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sem nenhuma ameaça que pudesse botar em cheque o sistema eleitoral brasileiro.

Único a encerrar seu plano de ação logo no primeiro dia, o especialista em tecnologia da informação Sérgio Freitas, de 35 anos, conseguiu captar interferências eletromagnéticas dos teclados da urna eletrônica, por meio do uso de aparelhos de rádio AM/FM. “Em frequencias FM, ao digitar [no teclado da urna] era possível detectar interferências com o aparelho a uma distância de 5 a 10 centímetros da urna”, explicou.

A partir da captação dos sinais, em tese seria possível detectar o voto do eleitor, pois, segundo Feitas, cada tecla tem um som específico. No entanto, ele classificou como muito improvável a possibilidade de violação do sigilo do voto do eleitor no dia de uma eleição, pois seria inviável captar interferências nas seções eleitorais.

“Essa distância não é significativa em termos de possibilidade de quebra do sigilo do voto. Considero, pela dificuldade, muito improvável que ocorra qualquer violação do voto do eleitor”, disse o especialista.

O hacker citou que até hoje, no mundo, se tem notícia de que interferências semelhantes tenham sido detectadas a uma distância máxima de 20 metros. “No nosso país há muito mais possibilidades para você usar do que essa tecnologia, que seria cara e dependeria de equipamentos e filtros potentes”, afirmou Freitas.

“A segurança é medida sempre em relação ao custo que se vai ter para empreender o ataque. Nesse caso, o custo seria altíssimo”, completou. Sérgio Freitas, no entanto, deixou como sugestão a blindagem das urnas para que o processo se torne 100% seguro no que diz respeito ao sigilo dos votos.

Testes

Ao longo desta terça, 17 hackers iniciaram a tentativa de fraudar as urnas. Até sexta-feira (13), um total de 38 “investigadores”, como são chamados pelo TSE, trabalharão nas cinco ilhas montadas na sede do tribunal, em Brasília. Os hackers inscritos, a maioria especialistas em informática e tecnologia da informação, têm planos de testes que vão desde a quebra do sigilo do voto até a alteração do destino do voto digitado na urna. O secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, afirmou que não acredita na possibilidade de as barreiras que protegem o sistema eleitoral serem vencidas pelos hackers.

Do G1

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