Bahia

Gerente da Embasa esclarece sobre problemas no abastecimento em Feira e região

Ela falou sobre a vazão da adutora, respondeu a reclamações sobre falta de água e informou sobre os canais de atendimento da empresa.

14/01/2021 às 17h34, Por Laiane Cruz

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Acorda Cidade

A gerente da Embasa em Feira de Santana, Thais Dias, esclareceu nesta quinta-feira (14) sobre problemas no abastecimento de Feira de Santana e outras cidades da região. Em entrevista ao programa Acorda Cidade, na Rádio Sociedade News, ela falou sobre a vazão da adutora, respondeu a reclamações sobre falta de água e informou sobre os canais de atendimento da empresa.

Acorda Cidade – De que forma a Embasa está buscando melhorar o serviço no Povoado da Candeia Grossa, na zona rural de Feira de Santana?

Thais Dias – A Candeia Grossa pertence à comunidade do Alecrim Miúdo. Então, fizemos um reforço de rede ampliando o diâmetro da tubulação que joga água para essa região, para que a gente consiga direcionar um volume um pouco maior para essa região e amenizar essa questão do abastecimento nesse período do verão. Isso já está sendo truncado, iremos fazer alguns ajustes no equilíbrio das pressões para que a gente possa minimizar essa questão do ponto crítico do Alecrim Miúdo.

Acorda Cidade – Moradores da zona rural de Santo Estevão, na localidade de Viração, reclamam que há um ano não cai água nas torneiras e eles têm que pagar 180 reais por um carro-pipa. Da mesma forma, moradores dos Povoados Santana, Brita e Mercês, em São Gonçalo dos Campos, reclamam que não têm rede de água encanada. Quando esses problemas serão resolvidos?

Thais Dias – A localidade de Viração, que é abastecida pelo sistema de Santo Estevão, tem sofrido alguns problemas de interrupção de fornecimento de energia elétrica. Ainda ontem tivemos uma situação de falta de energia que perdurou por 10 horas lá no sistema produtor de Santo Estevão e como consequência existem alguns problemas de abastecimento na região. Antes do natal, tivemos algumas ocorrências, foi normalizado nos últimos 10 dias, mas ontem voltamos a ter também esse problema de suprimento de energia. Então essas localidades que são muito distantes demandam um pouco mais de tempo para normalização, porque água não é como energia. Quando o sistema volta, ela precisa encher todas as tubulações até que se pressurize e ela consiga atingir a pressão adequada para chegar na última casa, do ponto mais distante do sistema. Ela demanda um pouco mais de tempo, então o que tem acontecido na região de Santo Estevão são essas questões de falta de energia, mas eu já anotei aqui e vou pedir uma visita de técnicos para verificar se além dessa questão existe mais alguma outra ação que a gente possa fazer para acelerar a normalização da localidade.

Com relação ao município de São Gonçalo, nas localidades que foram mencionadas, nós não temos nesse momento nenhuma previsão de atendimento a novas localidades, até por que a gente está com um sistema que já alcançou o seu limite de produção, tanto é que a gente convive no verão com alguns problemas de falta d’água. Então não temos nesse momento a previsão para ampliar o atendimento. Vamos ter que aguardar um pouquinho a conclusão das obras que vão dar essa condição de volume mais adequado, para que a gente possa estender o atendimento da população.

Acorda Cidade – De que forma a população pode solicitar a ligação de água junto à Embasa?

Thais Dias – Com relação à ligação de água, infelizmente, estamos com o atendimento presencial suspenso por conta da pandemia, mas a Embasa esse ano se desafiou e melhorou muito na disponibilidade de canais para que os clientes possam solicitar seus serviços, então além do 0800 que já é conhecido de todos, onde o cliente pode ligar para solicitar sua ligação, estamos também com a agência virtual e os pedidos de ligação podem ser feitos por lá, pelo aplicativo. Você não precisa nem sair de casa, já anexa toda a documentação nesse aplicativo. Sua solicitação de ligação e já fazem um protocolo nesse aplicativo da agência virtual para que você possa fazer o acompanhamento do seu pedido, então é só acessar a sua loja de aplicativos ou o site da Embasa www.agenciavirtual.embasa.ba.gov.br e fazer o seu pedido de ligação. Aproveito para reforçar esses canais de atendimento para que as pessoas possam nos procurar, não só para fazer pedido de ligação quanto para fazer solicitações de regularização, negociação de débitos; nós estávamos também com o corte de água por falta de pagamento suspenso por conta da pandemia, mas há 30 dias retomamos a atividade e estamos notificando aqueles clientes que possuem débitos para que eles possam se regularizar com a Embasa, e a nossa campanha com condições especialíssimas de negociação foi estendida até o dia 29 de janeiro. Então eu convido a todos que acessem os nossos canais e aproveitem essa oportunidade para negociar seus débitos.

Acorda Cidade – Moradores de Bonfim de Feira também reclamam do abastecimento. Ele é feito por outra adutora?

Thais Dias – Exato, esse abastecimento de Bonfim de Feira também é feito pelo sistema integrado de Santo Estevão.

Acorda Cidade – Não dá para reforçar o problema da energia lá não, para não ter mais esses problemas?

Thais Dias – Temos mantido o diálogo com o pessoal da Coelba para analisar o que tem causado essa questão, mas o nosso suprimento de energia é feito pela Coelba, então toda vez que tem uma ocorrência, entramos em contato, pedimos prioridade e quando o problema se agrava e começa a ficar recorrente, temos encontros com a diretoria da Coelba para poder equacionar essas questões.

Acorda Cidade – Quando falta energia, despressuriza, é assim o termo?

Thais Dias – Na verdade, assim, temos algumas unidades que tem equipamento bomba e motores que só funcionam se tivermos energia, então na medida que a energia falha, esse equipamento para de funcionar e não conseguimos manter o funcionamento do sistema sem o funcionamento dos equipamentos.

Acorda Cidade – Ouvintes informam que com a troca do hidrômetro, inclusive, está tendo muita reclamação. A conta de um cliente que vinha de R$ 80, quando trocou foi para R$ 604,00. O que é isto?

Thais Dias – Na verdade, temos uma política de substituição desses aparelhos chamados de hidrômetro, que são os aparelhos que medem o consumo de água dos imóveis. Como todo equipamento, os hidrômetros têm a vida útil limitada. Quando essa vida útil é atingida, precisamos fazer a substituição, porque senão ele passa a funcionar de forma ineficiente e passar a não medir de forma adequada, aquele consumo que o cliente fez naquele determinado mês. Tanto é que quando fazemos a substituição de hidrômetro, a gente sempre entrega um informe ao cliente, informando que vai efetuar a troca do hidrômetro e normalmente quando o hidrômetro é um equipamento novo ele vai medir com a exatidão maior, então a gente faz esse informe para que o cliente fique ciente de que se ele não fizer o uso racional da água, a conta dele vai aumentar. Então, na verdade, não existe o aumento de consumo, o consumo do cliente é o que ele sempre fez ao longo do mês, mas estamos colocando um aparelho que ele mede esse consumo com a exatidão maior, então a tendência é que a conta suba e aí se o cliente não tiver um controle rigoroso no seu consumo de água, essa conta tende a subir de forma mais acentuada porque começa a entrar nas taxas de consumo que cobram o excedente por metro cúbico de água. De zero a seis, a gente tem um valor fixo independente de quantos metros o cliente consome, de 0 a 6 é sempre o valor fixo. A partir de 6 metros, a cada metro você tem um valor, que a gente chama de tarifa progressiva, que é utilizada para inibir esse consumo exagerado das pessoas.

Eu queria reforçar que, caso o cliente se sinta prejudicado e ache que o consumo está exagerado, ele pode registrar nesses canais de atendimento que citei, tanto o 0800 quanto a agência virtual, uma reclamação de análise de consumo, que iremos analisar cada caso. Ás vezes, pode acontecer também vazamentos internos que podem gerar esse aumento de consumo e que o hidrômetro antigo como estava desgastado não tinha capacidade de pegar essas medições.

Acorda Cidade – A obra da nova adutora que vem de Conceição da Feira está andando?

Thais Dias – Essa obra foi iniciada no final do ano passado, ela está em andamento. são 27 quilômetros de uma nova adutora, de diâmetro de 1 metro e 40 cm, então ela está sendo implantada, quem passa ali nas margens da BA já tem visto um movimento de máquinas e tubulações, inclusive gerando pequenos transtornos no trânsito, mas que são necessários para que a gente possa trazer esse benefício para a população e na complementação dessa adutora. Iremos conseguir ampliar essa vazão do nosso sistema e resolver de forma definitiva essas questões de abastecimento.

Acorda Cidade – Qual a vazão hoje por minuto?

Thais Dias – Hoje disponibilizamos na nossa estação de tratamento algo em torno de 1.580 litros por segundo de água. Com a nova adutora vai para 3 mil litros por segundo de água.

Acorda Cidade – Você acha que é suficiente?

Thais Dias – Na verdade, quando fazemos um projeto dessa natureza, fazemos pensando no horizonte de 20 a 25 anos. Então essa demanda de água foi calculada para um horizonte futuro, a gente conclui a obra no início de operação dela. Provavelmente iremos alcançar algo em torno de 2.100 a 2.300 litros por segundo, que seria a demanda atual de Feira de Santana projetada para quando a obra estiver concluída.

Acorda Cidade – E na capitação também vai ter obra de requalificação, não é?

Thais Dias – Sim. Vamos duplicar toda a estrutura de produção de água, através de uma obra que vai colocar uma nova captação, fazer uma nova estação de tratamento e uma nova estação de bombeamento. Essas obras estão sendo licitadas agora no primeiro semestre do ano de 2021 para que elas também sejam iniciadas e, junto com a adutora, possam complementar o investimento total que está sendo feito em Feira de Santana, ao longo dos últimos 10 anos, algo em torno de 300 milhões de reais para ampliar o sistema de abastecimento de água.

Acorda Cidade – A Embasa está usando a tecnologia para o monitoramento eletrônico, é isso?

Thais Dias – Sim, estamos usando a tecnologia para fazer esse monitoramento remoto. 

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