Bahia

Fotolivro mostra vaqueiros durante caçada de bois no sertão da Bahia

Trabalhadores são retratados por meio de uma linguagem coloquial, cujo objetivo principal é resguardar a cultura desse povo.

24/01/2019 às 08h24, Por Kaio Vinícius

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O fotógrafo baiano Rui Rezende lançou, em novembro de 2018, o livro "Vaqueiros do Raso da Catarina" (editora P55, 156 págs., R$ 120). Trata-se de um fotolivro que conta a história das caçadas de bois no sertão da Bahia. Durante três anos, o fotógrafo participou de viagens e acampou com grupos de vaqueiros para chegar à obra final. O editorial da obra é assinado por Cícero Félix, jornalista e professor da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB).

Os trabalhadores são retratados por meio de uma linguagem coloquial, cujo objetivo principal é resguardar a cultura desse povo. O livro possui ainda um dicionário para identificar as roupas e objetos utilizados pelos vaqueiros e seus cavalos. Na obra, o fotógrafo retrata o cotidiano dessas pessoas. Os vaqueiros da região soltam os gados na caatinga e só voltam a procurá-los depois de dois meses. Tudo para aumentar a sobrevivência dos animais. Em alguns casos, demoram até cinco anos para reencontrar os bois e vacas novamente.

Em entrevista para o jornal Folha de S.Paulo, Rui Rezende explicou que esse não é o ganha pão desses trabalhadores. "Para muitos, é como uma poupança: precisando de dinheiro, saem para recuperar seu animal e vendê-lo", explicou. O trajeto costuma ser de 80 quilômetros a cavalo, em saídas que são tradicionalmente aos domingos. Durante a viagem, passam alguns dias caçando e, se tiverem sorte, conseguem recuperar algumas cabeças.

Eles usam roupas de couro, apesar do calor, para se protegerem de espinhos da vegetação. Por vezes, são confundidos com caçadores de araras-azuis-de-lear e de tatus. Para procurar os gados, precisam predir autorização, já que o raso é uma reserva ambiental.

O lançamento da obra aconteceu no dia 29 de novembro, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade Estadual da Bahia, localizado no Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca). Agora, está à venda no site do autor.

O projeto da publicação foi contemplado no Edital Setorial de Artes Visuais, do Fundo de Cultura, com apoio financeiro da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb/SecultBa).

Sobre os fotolivros

O fotolivro, formato muito utilizado em publicações que destacam imagens, também está ganhando espaço fora do meio editorial. Mais modernos, eles vêm substituindo os antigos álbuns fotográficos e não são mais utilizados apenas por fotógrafos que desejam expor suas imagens com mais qualidade. Sua principal diferença é a impressão das fotos direto no papel, com acabamento especial que garante mais durabilidade. Outra vantagem deste formato é a possibilidade de customização, com acréscimo de textos, ilustrações e outros recursos visuais para personalizados.

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