Política

Feira e a BA elegeram uma mulher forte ou um 'pau mandado'?, questiona Dayane Pimentel ao justificar posicionamento contrário a Bolsonaro

Em afirmações acaloradas, a parlamentar falou sobre os diversos embates internos do partido

25/10/2019 às 15h30, Por Brenda Filho

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Orisa Gomes

O PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, está vivendo um verdadeiro embate interno, inclusive com muitas declarações públicas ofensivas entre membros da sigla. Já houve quem anunciasse ruptura com o presidente, quem voltasse atrás e não se sabe ao certo qual a situação atual. Para responder e essa e outras perguntas, o Acorda Cidade ouviu a presidente do PSL na Bahia, deputada federal Dayane Pimentel.

Em afirmações acaloradas, a parlamentar falou sobre a movimentação da família Bolsonaro para que Eduardo assumisse a liderança do PSL na Câmara Federal, a possibilidade do presidente sair do partido, a divisão de grupos na sigla, a especulação de que a pressão dos deputados sobre o presidente é decorrente a não liberação de cargos, se os cargos federais já foram todos ocupados na Bahia e disse se perdeu o encanto por Bolsonaro. Em alguns momentos, Dayane chegou a usar termos de baixo calão para dizer que não faz parte do grupo do partido que abriu mão de ter opinião própria e apoiou Eduardo Bolsonaro por barganhas políticas. Também chegou a questionar: “Feira de Santana e a Bahia elegeram uma mulher forte ou um ‘pau mandado’”? Leia na íntegra:

Acorda Cidade – Qual é a situação atual entre o PSL e o presidente Jair Bolsonaro?

Dayane Pimentel – O sistema democrático permite esses embates. Tanto os embates internos quanto os externos. Nesse caso, o PSL, partido do nosso presidente Bolsonaro, a questão é que aquilo que seria interno veio a público. Mas em todos os partidos existem esses embates. Vale lembrar que com o presidente Bolsonaro esses embates costumam ser mais corriqueiros por conta do próprio temperamento do nosso presidente e também dos seus filhos. Acontece que houve uma declaração muito infeliz do nosso presidente, ao afirmar que o presidente do PSL, Luciano Bivar, estaria sendo rejeitado diante a opinião pública e que estaria queimado. Isso trouxe um grande burburinho dentro do PSL, que já contava com a sua bancada de 53 deputados insatisfeitos com o trato que recebe do Palácio do Planalto. Acontece que desses 53, alguns deputados foram assediados pelo Palácio do Planalto, pela equipe ministerial para estar ao lado do presidente Bolsonaro. Outra parte desses 53 pensou exatamente o seguinte: “Nós não iremos aceitar”. Foi uma declaração infeliz, mas já tiveram outras declarações com outras pessoas importantes do governo, poderão ocorrer declarações com outros componentes e que nós não concordamos com isso. Tudo em busca de fazer Eduardo Bolsonaro, o filho que também é presidente federal, que é mais religionário, líder do PSL. Acontece que a liderança do delegado Waldir foi instituída pelo próprio Eduardo Bolsonaro. O Eduardo escolheu o Waldir no início do mandato, por achar por ser um deputado já de mandato com uma certa experiência trataria a liderança de uma forma mais justa. Inclusive eu, que não concordava com a nomeação do delegado Waldir por hora, aceitei e fizemos um trato com a bancada de que o delegado Waldir ficaria um ano nesse cargo, nessa função de líder. Demos a nossa palavra. Algum tempo depois, em mais uma discussão, a família Bolsonaro achou por bem incitarem uma lista retirando o delegado Waldir dois meses antes de findar o prazo de sua função e nós não concordamos. Juntou as declarações infelizes que o nosso presidente vem pronunciando, vem a insatisfação dos deputados que não recebem o devido trato, a reciprocidade do trato ao governo e explodiu essa crise. Tudo poderia ser resolvido no diálogo, mas os dias vão passando, a crise vai aumentando, cada um faz a sua declaração e isso acumula. É uma celeuma que ao final fica difícil de resolver.

AC – A senhora acha que Bolsonaro fica no partido?

DP – Olha, eu não sei responder, mas eu acho que se você não está satisfeito dentro de algum lugar, é justificável que você saia. Se o presidente não se sente em paz, não se sente satisfeito dentro do PSL, talvez o melhor caminho para ele realmente fosse mudar de partido. Embora nós, os seus correligionários, entendemos que é importante a figura dele para nosso partido, que ele componha essa história junto conosco. O PSL foi o único partido que abriu as portas para o nosso presidente Bolsonaro e ser grato é uma qualidade que na política lhe eleva muito. Eu não poderia ser ingrata a minha legenda, eu não poderia ser ingrata ao presidente Luciano Bivar, eu não poderia ser ingrata aos meus colegas deputados que vivem comigo as suas insatisfações. Tudo isso aconteceu a cerca de relações interpessoais, acabou explodindo e o que deveria ser de cunho pessoal se tornou um explosão de cunho político.

AC – A senhora continua então com Luciano Bivar?

DP – Não. Existe essa fake news sobre dois grupos: o do Luciano Bivar e o de Bolsonaro. Os grupos que existem nesse momento específico [são decorrentes] do trato que o Bolsonaro dá pra sua bancada. O que, mesmo não recebendo o trato que deveria, segue numa linha de “babação de ovo” (sic.) do presidente, e o que diz o seguinte: “Não, nós merecemos ser melhor tratados, lutamos por esse governo, entregamos a votação a ele sem pedir nada em troca”. Existem declarações infelizes do nosso presidente, existe essa interferência dos filhos e esses pontos precisam ser revistos. Eu faço parte desse núcleo, porque eu não posso ser subserviente a ninguém. O presidente Bolsonaro tem de mim toda lealdade, votei incondicionalmente a favor do governo e votações de cunho favorável a nossa população, mas haverão sim momentos em que eu precise dizer não. Dessa forma unilateral nós não concordamos e isso é normal, isso é legítimo e faz parte da democracia. Não existe grupo de Bivar e Bolsonaro, o que existe é o grupo que aceita tudo, que diz amém a tudo, e existe o grupo que não aceita erros, que não diz amém a tudo e eu faço parte desse segundo grupo.

AC – Nos meios políticos existem comentários de que essa pressão dos deputados em cima do presidente é porque ele não liberou os cargos. Tem algum fundamento nisso?

DP – Nenhum fundamento, porque nós já sabíamos que essa é a forma de Bolsonaro. Nós nunca fizemos campanha para Bolsonaro em cima de cargo, embora existam nomeações em outros estados, inclusive aqui na Bahia, que cargos e funções foram passadas para o pessoal de esquerda. Aqui na Bahia, por exemplo, nós temos dois vice-líderes do governo que são da base de Rui Costa, que é o deputado Claudio Cajado e o deputado José Rocha e eu nunca levei essa queixa para o presidente. Se as pessoas forem nas minhas redes sociais irão ver depoimentos de ministros que afirmam que eu nunca cheguei em nenhum ministério pedindo nenhum cargo. A minha causa é a Bahia. O que eu peço é para o povo baiano, agora, obviamente, existe um aparelhamento de esquerda e é óbvio que eu faço coro para que esse aparelhamento caia. Nós temos aqui na direita, nos grupos Bolsonaristas, nos grupos conservadores, pessoas com bons currículos podendo ocupar postos comissionados que hoje são ocupados ainda e são nomeados neste governo pelo próprio governo do presidente Bolsonaro. Eu discordo disso. Eu não tenho como ocupar mais de uma função, sou deputada federal. Eu legislo, tenho currículos em mãos de pessoas que podem contribuir de forma técnica para o governo, porém nunca apresentei nenhum desses currículos ao presidente, que nunca me solicitou. Os guardo porque as pessoas trazem a mim e, se houver necessidade, eu vou entregar. Mas não é por conta de cargos, se fosse, inclusive, nós estaríamos compondo o grupo do presidente, que logo após de ter criado essa confusão ofereceu cargos e funções ao grupo que está com ele. Obviamente ninguém aqui é leigo, sabemos todos que o poder de barganha, esse é o linguajar político do Palácio do Planalto, ele é incomparável. Se fosse por causa de cargo, eu não iria compor a bancada do Bolsonaro, eu iria compor, por exemplo, a bancada do governo do estado. Mas esse não é nosso objetivo. Nosso objetivo é mudar o nosso país, é fazer o discurso de campanha que foi na prática efetivado e nós estamos acompanhando o presidente Bolsonaro, fazemos coro as suas bandeiras, estamos aqui por isso. Mas existem erros pontuais que nós não concordamos e a gente precisa falar, porque esse é o nosso papel. Não estamos lá apenas para repetir discursos, estamos para criar discursos que venham trazer benefícios a nossa população e quem conhece a realidade de Feira de Santana, a realidade da Bahia, sou eu que sou deputada pelo estado. O presidente Bolsonaro tem muitos municípios na cabeça, muitos estados na cabeça e não consegue dimensionar como eu consigo que vivo aqui, que sou daqui. Esses conselhos, essas sugestões, eles não estão sendo acatados, tanto aqui no estado da Bahia, quanto em todos os estados do Brasil, que tem deputados do PSL. Esse trato, ao longo desses 10 meses, tem gerado insatisfação e foi acarretado por essa crise pontual agora dentro do PSL em relação a essa disputa de liderança.

AC – Os cargos federais da Bahia já foram todos ocupados?

DP – Eu não sei dizer, mas eu sei que alguns foram ocupados. Eu não dizer todos, mas existem reuniões de bancada, onde os deputados tratam disso e eu acho isso absolutamente normal. O que eu não concordo, mas aí é o modo de operar, é que cargos e funções estejam atrelados a grupos ligados ao governador do estado, que é o nosso antagonista ideológico e político. Eu acho que qualquer governo em sã consciência jamais fortaleceria o seu inimigo e nós trabalhamos na campanha de Bolsonaro com esse discurso, o discurso do desaparelhamento esquerdista e o aparelhamento por indicações técnicas de pessoas que sejam comprometidas com anseios conservadores.

AC – A senhora perdeu o encanto pelo presidente Jair Bolsonaro?

DP – Não, não perdi o encanto pelo nosso presidente Bolsonaro. Eu conheço o temperamento dele, eu sei que em dados momentos é difícil o diálogo, mas eu continuo acreditando na plataforma do presidente, porque eu ajudei a construir a plataforma. Não existe nenhum escândalo de corrupção eminente no governo de Bolsonaro, ele está tentando fomentar de acordo as condições, ele nomeou uma equipe ministerial muito competente, continuo votando nas causas governistas que trazem benefícios à população, mas eu não posso me abster de minha opinião, de ter uma independência em questões pontuais que eu considere erradas que vem do palácio. Eu tenho que ter a minha personalidade. Eu tenho que continuar sendo essa pessoa corajosa que eu sou. Eu enfrentei uma esquerda com 75% de aprovação dentro do meu estado, por não concordar com muitas de suas iniciativas. Eu não posso me abster de não concordar com o presidente, que em alguns pontos vem fazendo uma política inversa aquilo que nós prometemos em campanha. Nós, em momento algum, muito pelo contrário, prometemos nomear, ainda que sem remuneração, pessoas ligadas a esquerda, para deliberarem ações do governo federal dentro dos nossos estados brasileiros. Essa é uma insatisfação acerca de todos os deputados do PSL. É importante também salientar a população feirense se esse grupo que apresenta essa insatisfação com o presidente Bolsonaro em alguns pontos é formado por delegado da polícia federal, inclusive lava-jatistas. Temos três delegados da polícia federal nesse grupo. Temos delegados da polícia civil, temos médicos, professores, profissionais liberais com seus históricos cenáculos. Ninguém desse grupo tem nenhuma mágoa com corrupção, com nada, ninguém matou ninguém, somos pessoas conscientes, pessoas equilibradas, que não estamos em busca de “likes” na internet. Estamos em busca de fazer política para a política de ponta que é o nosso alvo, a política que vem para a população. Seria muito mais conveniente pra mim mais uma vez, neste momento, estar do lado do nosso presidente. Mas se eu faço isso, nós estamos caminhando para uma política unilateral e se nós temos um espectro já definido, que é o espectro da direita, devemos sim buscar opiniões divergentes nesse espectro. Isso inclui esse momento, onde nós não concordamos com essa liderança dessa forma feita através de uma lista do próprio presidente da República, liga para seus correligionários, existem pessoas dentro do PSL que nunca conseguiram encontrar o presidente depois de eleito e receber seu telefonema pedindo para que apoiasse seu filho. É muito difícil caminhar com um grupo que só lembra de você quando é para pedir um favor pontual, um favor nada republicando ao meu ver. Nós tínhamos dado nossa palavra contragosto, vale lembrar. E na política quem não tem palavras, não tem nada. O homem precisa honrar as suas calças, eu preciso honrar a saia que eu visto. Eu fui corajosa até aqui e não posso deixar essa coragem esvaziar, porque eu sou governista, continuo sendo e nesse momento específico, tem um pensamento diferente e não posso me abster de expor a minha opinião.

AC – A senhora falou em erros pontuais do presidente. Quais são esses erros que a senhora não concorda?

DP – As nomeações de pessoas ligas à esquerda. Agora nós não somos contra o novo líder de governo Eduardo, mas ele é uma pessoa que vem do MDB e todo mundo que acompanhou a trajetória de Bolsonaro sabe que ele fez a política dele, fez a campanha dele com discurso contrário ao posicionamento dessas siglas, que já comandavam o país e que não apresentaram resultados satisfatórios. Existem essas questões pontuais. Outra questão. O Coaf ter saído do ministério da justiça para nós, deputados do PSL, foi um baque. Nós entendemos que o presidente deveria ter trabalhado mais para que não se saísse das mãos de Sérgio Moro essa importante ferramenta de investigação. As narrativas de assassinato de reputações oriundos dos grupos bolsonaristas também é um grande erro. Atirar em aliado, por exemplo, a gente ter críticas a Joice Hasselmann sobre a reforma da previdência, obviamente não fez isso sozinha, contou com o apoio de outras pessoas, mas trabalhou muito. Veio na Bahia em busca de angariar apoio dos deputados federais para a reforma da previdência, de onde teve a sua reputação extremamente metralhada por aquelas pessoas que não conseguem fazer juízo de valor, mas que cedem um contexto de informações e calúnias e nós temos o exemplo do próprio General Santos Cruz, um homem decente, um homem com um currículo maravilhoso, de excelência, que teve sua reputação assassinada. Toda essa narrativa de criar um embate contra a reputação de quem se coloca contrário em pontos específicos, é uma queixa nossa. Essas nomeações acerca de pessoas que fazem parte do plano da esquerda, também é uma queixa nossa. Esse trato com os parlamentares, essa falta de engajamento, de conversar, de dialogar, sobretudo com os deputados governistas, porque nós fazemos parte. O PSL entregou até hoje ao Bolsonaro 98,5% das votações e nenhum partido ofereceu essa votação ao presidente. Eu estava olhando os meus históricos, deputados como Carla Zambelo, Carlos Jordy, Bia Quifes , Luís Lima, pessoas que fazem parte do grupo hoje do lado do Bolsonaro nesta questão pontual, votaram mais vezes contra o governo do que eu. Que injustiça é essa? Será que Feira de Santana e a Bahia elegeram uma mulher corajosa, para levar o seu discurso, para levantar a sua voz ou elegeram um “pau mandado”, um fantoche? Porque se elegeram um fantoche, chegou a hora de eu dizer que não. Eu não vou aceitar. Mas se eles elegeram uma mulher de coragem, a população baiana pode contar comigo.

AC – No último fim de semana, o marido da senhora, o Secretário de Esportes e Lazer de Salvador, Alberto Pimentel, declarou ruptura com presidente nas redes sociais. Ele voltou atrás nessa decisão?

DP – O Alberto Pimentel é responsável por minha metamorfose ideológica. Alberto Pimentel é patriota, extremamente de direita. Em determinado momento, ele se sentiu muito triste com essa situação toda. Ele entende que essa forma de fazer política, neste momento, não é a melhor opção. É preciso diálogo com pessoas sérias, com pessoas competentes. O Alberto Pimentel é uma pessoa independente. É aliado do presidente aqui na Bahia, assim como nós somos ajudados e somos eternamente gratos por isso, e a minha maior forma de gratidão é justamente poder chamar por Bolsonaro em determinados momentos. O Alberto Pimentel é uma pessoa, a Dayane Pimentel é outra pessoa. Eu continuo aqui votando no governo federal e o presidente pode contra comigo para o que der e vier desde que seja dentro da ajuda à população. (…) O PSL Bahia entende que essas declarações infelizes do presidente prejudicam muito na montagem do nosso partido e a gente sabe que o nosso partido democrático faz parte. O presidente faz parte do partido e nega a parte partidária. O Alberto se vê no direito de também criar sua independência e eu acho que foi isso que aconteceu neste momento.

AC – Mas ele continua com Bolsonaro?

DP – O Alberto Pimentel continua com as bandeiras que ele defende: o combate a corrupção, com os anseios conservadores, o combate a promiscuidade social. O Alberto é um conservador nato, então, obviamente, a junção entre ele e o Bolsonaro é algo natural. Agora, ele não tem condições de seguir o caminho sem o diálogo e ele entende, neste momento, que o presidente não está dando razão aos diálogos como os seus.

AC – O senhor indicou José Ronaldo para algum cargo na Bahia?

DP – Não. Não indiquei, não fui acionada para nomear ninguém e o Bolsonaro sabe, ele me conhece muito bem, e sabe que eu não fiz campanha por isso, porque se eu quisesse fazer campanha por isso, não teria apoiado Bolsonaro com 2%, eu teria apoiado Rui Costa. Já tínhamos uma dimensão de sua reeleição, porque é o que a população baiana quis. Então, eu fiz uma campanha para as pessoas que têm as mesmas bandeiras que eu. Entendo que o PT deve ser extinto democraticamente, acabou essa era, precisamos de um espaço para a direita, chegou a vez dos conservadores, chegou a vez de nós fazermos a política diferenciada. Foi por isso que eu aceitei me candidatar, foi por isso que eu lutei ao longo de 4 anos, rodei a Bahia inteira, fiz palestras de graça, levei os conceitos conservadores, levei o Olavo de Carvalho para muitas cidades, construí uma base de apoio para mim e essa base está toda dentro do PSL e o meu partido foi distribuído aqui na Bahia para pessoas comuns, mas agora alguns preceitos estão nos buscando em cidades onde não temos lideranças. Mas então todas as lideranças vieram desses anseios conservadores e bolsonaristas.

AC – A senhora foi retirada da vice-liderança do PSL. Como a senhora está avaliando a liderança de Eduardo Bolsonaro a frente do partido na Câmara?

DP – Na verdade, essa vice-liderança me foi oferecida no começo e eu abri mão, porque para isso eu teria que estar mais disponível em Brasília. Mais de 80% do meu tempo já é em Brasília. Nesse caso, eu teria que ficar 100%. Quando alguns deputados saíram da vice-liderança do delegado Waldir, ficaram vagos e eu fui colocada para preencher esses espaços, sempre dizendo que eu não teria tanto tempo para estar a disposição do partido lá em Brasília. Mesmo assim, eu fui colocada para preencher esse espaço. Com a entrada do Eduardo, os vice-líderes que antes já estavam e que eram do grupo, voltaram, o que é normal. Alguns deputados ficaram chateados com a entrada do Eduardo. Eu não me importei.

AC – [Gustavo] Bebiano, que foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência, afirmou que o presidente não consegue deixar as crianças em casa e leva para o trabalho e cria uma série de situações. A senhora acha que os filhos de Bolsonaro estão atrapalhando o presidente?


DP – Eu acredito que em determinados pontos o presidente precisa estar mais independente, precisa chamar mais a responsabilidade para ele. Nesse momento, é necessário fazer uma política porque os filhos, em alguns momentos, tem atrapalhado esse diálogo do pai, que é o presidente, como político. Eu acredito que esse é um consenso. Mas que tem ajudado e agente também não pode esquecer do desempenho.

Colaborou a estagiária de jornalismo Maylla Nunes 

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