Feira de Santana

'Se meu Fusca falasse': proprietários relembram histórias vivenciadas com veículos produzidos há mais de 40 anos

No Brasil, a fabricação do veículo teve início no ano de 1959.

20/01/2023 às 16h56, Por Gabriel Gonçalves

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Fusca de Zé Neto
Foto: Arquivo Pessoal

Nesta sexta-feira, dia 20 de janeiro, é celebrado o Dia Nacional do Fusca, data que marca o início da fabricação do veículo aqui no Brasil, no ano de 1959. Além desta data, os amantes também comemoram o Dia Mundial do Fusca, celebrado no dia 22 de junho.

Proprietário de quatro Fuscas, o feirense e deputado federal Zé Neto (PT) conversou com a reportagem do Acorda Cidade e relembrou como toda história de paixão começou com os veículos.

“Eu tenho Fusca praticamente desde a minha juventude, porque o meu primeiro carro foi um bugre, estava no segundo ano da faculdade em 1988, estudava na época na Universidade Federal de Bahia (UFBA), e comecei a ganhar um dinheiro e comprei um bugre, mas a gente sabe que é um Fusca por baixo. Quando já estava próximo de me formar, entre 89, 90, comprei um Fusca branco motor 1.500, e comecei a fazer minha vida naquele Fusca, trabalhando para cima e para baixo, Feira – Salvador, último ano de faculdade, mas aí tive que vender para comprar um carro mais possante para viajar na época. Eu sei que voltei a ter Fusca no ano de 2001, quando eu me elegi como vereador, naquela época eu estava fazendo campanha com carros antigos, tinha a Rural e foi naquele momento que o Fusca voltou a fazer parte da minha vida, e hoje eu tenho quatro fuscas, sou um verdadeiro apaixonado e todos fazem parte do meu dia a dia”, contou.

Fusca de Zé Neto
Foto: Arquivo Pessoal

Para juntar os quatro veículos, Zé Neto precisou passar por alguns processos, e até em leilão, chegou a adquirir um dos Fuscas.

“Eu lembro que adquiri um em um leilão, outro foi em um encontro de carros antigos, teve um que comprei em 2001 na mão de uma pessoa, e teve outro que comprei na mão de Roberto. Todos que comprei, sempre tinha que fazer alguma coisa, principalmente o que comprei no leilão, mas aos poucos você vai montando, até que constrói de fato o carro. Eu nunca gostei de repaginar os Fuscas, mas eu sei que quem gosta, consegue fazer um investimento aí de até R$ 10 mil, porque o pessoal coloca roda de liga leve, ar-condicionado, som, mas no meu caso, eu sempre quis deixar de forma original, tudo arrumadinho, valorizando o ano dele. De todos os que tenho, o único que fiz uma modificação foi o Herbie ou também conhecido como 53, eu já tenho esse há mais de 11 anos comprei em um encontro de carros antigos, e ele é do mesmo modelo daquele filme ‘Se Meu Fusca Falasse’, mas a variação que fiz nele foi pouca, justamente para manter a originalidade”, afirmou.

Fusca na família

Fusca de Zé Neto
Foto: Arquivo Pessoal

Segundo Zé Neto, boa parte da população com 45 anos ou mais, terá uma história que envolva o Fusca.

“O interessante de ter um Fusca, é que vem de família. Acho que todo mundo tem uma história de família, como o primeiro carro, aquela pessoa que aprendeu a dirigir em um Fusca. Boa parte das pessoas aí com 45 anos ou mais, vai ter uma história para contar, e quando o Fusca saiu de linha, as coisas foram tomando outro rumo. Vamos sempre encontrar alguém que aprendeu a dirigir em um Fusca, que teve um Fusca, era um carro de tradição. Eu por exemplo utilizo os meus para passeio e já disse lá em casa que o Herbie é das meninas. Eu digo pra Maria, a que tem 17 anos, que ela vai aprender a dirigir no Fusca, porque quem sabe aprender a dirigir em um Fusca, dirige qualquer carro, e Luiza que é a menor, de 11 anos, eu nem preciso falar, porque ela já sabe”, destacou.

Questionado se poderia aumentar a frota, Zé Neto contou à reportagem do Acorda Cidade que neste momento, não pensa em vender, mas também não cogita comprar outro.

Fusca de Zé Neto
Foto: Arquivo Pessoal

“Eu não me considero como um colecionador, mas sim, como um apaixonado. Hoje para manter um Fusca é barato, mais em conta do que qualquer outro veículo, as peças são baratas, você conhece muita gente que tem Fusca, e um ajuda o outro quando precisa, então se a pessoa tem a vontade de comprar um Fusca, pode investir. Inclusive as pessoas podem até observar nas redes sociais que além do Fusca, tem a Kombi, um veículo bastante usado para viagens, vendas de alimentos, então realmente estes veículos moram no meu coração, é uma paixão número 1 para quem gosta de carro antigo”, declarou.

Motorista autônomo, Paulo Sérgio Alves também é um grande apaixonado pelo Fusca. Atualmente proprietário de um modelo 75, ele contou à reportagem do Acorda Cidade que já teve outros três modelos, e a paixão só aumentou.

Fusca de Paulo Sérgio
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Eu já tive quatro fuscas, um 78 que foi do meu pai, ele comprou em 86, depois eu comprei um 81, vendi, depois meu pai comprou um 86, vendemos também e agora comprei este 75, motor 1.500, com o intuito de fazer o que gosto, que é passear, porque isso não tem preço, é gostoso demais. Esse modelo por exemplo, o pessoal fala que é um freezing, que é no estilo original, só mesmo a cor dele que não é, já comprei nesta cor, é um azul que chama atenção por onde passo e o pessoal gosta bastante”, disse.

Mesmo sendo um veículo antigo e com mais de 40 anos fabricado, Paulo Sérgio mantém total conservação, além das manutenções.

No mês de abril do ano passado, o autônomo percorreu mais de 4 mil Km para participar de um evento no estado de São Paulo.

Fusca de Paulo Sérgio
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“O maior percurso que já fiz com ele, foi indo para São Paulo no mês de abril do ano passado. Rodei 4 mil km, participei do encontro de Águas de Lindóia, que é o maior encontro da América Latina, só perde para os Estados Unidos, foram 10 dias de viagem, porque levei três dias para ir, fiquei quatro dias lá, e passei mais três dias voltando. Ele aqui é minha paixão, eu aprendi a dirigir em um Fusca, converso muito com ele, e antes de ir pra São Paulo, eu fui pro Maranhão, tanto que falei com ele, se ele não for pro Maranhão, não vai pra São Paulo, mas a gente foi e ele não fez cara feia”, afirmou.

Também no segmento de manter a originalidade, Paulo Sérgio contou que fez poucas modificações no veículo.

Fusca de Paulo Sérgio
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Quando peguei esse Fusca, eu procurei colocar ele no formato original, botei os bancos originais, calotas, tudo de acordo com o modelo, troquei o volante porque era do modelo de bugre, era pequeno, então coloquei um maior. Hoje eu não penso em vender, até porque meu intuito é que lá na frente, este carro fique para meu neto, quem sabe? Tanto que quando comprei ele, colocaram o apelido de Blue por conta da cor, e geralmente eu sou conhecido também como ‘Paulo do Blue’, então assim como não penso em vender, espero que também não haja tal necessidade”, disse.

Ao Acorda Cidade, Paulo Sérgio contou que se tivesse a oportunidade, iria investir em outros carros antigos e destacou a valorização que hoje o Fusca tem.

Fusca de Paulo Sérgio
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Se eu tivesse condições, além do Fusca que já tenho, gostaria de ter um Fiat 147, um Chevrolet, que neste caso poderia ser um Opala, Monza ou talvez uma D20. São veículos que a gente conhece, tem uma história e se tratando do Fusca, alguém sempre vai ter uma história envolvendo esse carro. O Fusca hoje é muito valorizado, eu tenho um amigo em Salvador por exemplo que ele tem um Fusca pós-guerra avaliado em mais de 1 milhão de reais. No ano passado quando estava em Águas de Lindóia, teve um Fusca vendido por 460 mil reais, então realmente o Fusca hoje é um carro caro, só tem de barato mesmo o emplacamento que custa pouco, o último que paguei mesmo foi cerca de R$ 149”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos e da jornalista Maylla Nunes do Acorda Cidade

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  1. Eu aprendi a dirigir em um fusca ! Esses carros antigos são bons eu dirigir uma CD 10 aquela do câmbio no volante nossa, o volante dava uma volta, ou seja, uma folga kkk

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