Receita Federal faz alerta sobre golpes aplicados por e-mail; saiba como se proteger

O prazo para a declaração do Imposto de Renda (IR) terminou na última semana, mas os golpes praticados usando o nome da Receita Federal tem sido recorrentes durante o ano em todo o Brasil. A regularização do CPF ou de pendências com a Receita Federal também têm sido um dos assuntos utilizados por golpistas, principalmente no envio de links e arquivos maliciosos ou falsos e-mails de confirmação.

Na tentativa de ganhar maior visibilidade, os sites utilizados pelos criminosos podem se parecer com os originais, já que utilizam endereços ou logotipo da Receita Federal. Como forma de alertar à população sobre os principais golpes relacionados ao órgão e como prevenir, o portal Acorda Cidade ouviu a analista tributária e chefe do Centro de Atendimento ao Contribuinte da Receita Federal, Rosângela Santos.

Inicialmente, Rosângela Santos enfatizou que a Receita Federal não se comunica através de e-mails, visto que possui canais próprios para atendimento. Segundo ela, esse é um sinal de que o cidadão pode estar prestes a cair em um golpe.

“Primeiramente, precisamos enfatizar que a Receita não se comunica através de e-mails. O cidadão já precisa desconfiar ao receber um e-mail em nome da Receita, porque a Receita Federal tem canais de comunicação oficial, a exemplo do próprio site (https://www.gov.br/receitafederal) ou através do Centro de Atendimento Virtual, que é o e-CAC. Se a pessoa receber um e-mail, precisa ficar atenta, olhar quem é o remetente. É preciso verificar sempre a autenticidade das comunicações. O site da Receita, inclusive, destaca uma crescente ameaça relacionada a tentativas de golpe utilizando o nome da Instituição”, disse.

Outro ponto crucial para identificar um golpe é entender que programas de regularização de CPF ou outros dados são realizados somente através dos canais verificados. Conforme a analista tributária, o órgão também não envia links ou pede a instalação de programas para os contribuintes.

Rosângela Santos também reforçou que a prática dos ‘cibercriminosos’ é criar sites de regularização do CPF que sejam semelhantes aos oficiais, para que os contribuintes incluam os seus dados.

“Links maliciosos são links falsos utilizados com o intuito de enganar, incluindo, por exemplo, o logotipo da Receita na mensagem, para fazer a pessoa acreditar, erroneamente, que quem está encaminhando aquela comunicação é a Receita Federal. O golpista tenta fazer com que a pessoa clique no link para captar informações pessoais como o CPF, dados bancários. Com isso o cidadão pode ter sérios prejuízos. Muitas vezes, por exemplo, o CPF apresenta alguma incorreção ou precisa de ser alterado algum dado, aí o cidadão acaba pesquisando, em navegadores de busca na Internet, uma maneira de regularizar a situação cadastral do seu CPF e acaba abrindo sites falsos. Os golpistas criam sites com parte do nome sugestivo, visando enganar mesmo: “cpf… com”, “regularizeseucpf… com”. Quando a pessoa entra, sem perceber que não entrou no site oficial da Receita, irá colocar seus dados pessoais e poderá ter seus dados utilizados indevidamente, além de muitas vezes ainda ser gerado um boleto para pagamento, sendo que o serviço de alteração/regularização de CPF é um serviço gratuito à população, quando realizado no site oficial da Receita Federal (www.gov.br/receitafederal). Os falsos sites prometem que vão regularizar o CPF mas não regularizam, pegam os dados e o dinheiro do cidadão, mas a situação cadastral do CPF permanece a mesma. É preciso ter muito cuidado”.

Quando desconfiar de um golpe, o que fazer?

Ao receber qualquer e-mail de que há pendências na Receita Federal ou da regularização de dados, o primeiro passo para não cair em um golpe é não clicar no arquivo recebido. Ainda de acordo com Rosângela Santos, muitos golpes ainda são aplicados a partir do convencimento de que sites e arquivos são, de fato, oficiais.

“No primeiro momento, eu já daria uma dica simples que é não abrir link recebido por e-mail de remetente duvidoso. A Receita Federal não encaminha e-mail. Se uma pessoa recebeu um e-mail em nome da Receita já precisa desconfiar, principalmente se solicitar informações pessoais, especialmente relacionadas à Declaração de Imposto de Renda ou CPF. Portanto, ao desconfiar do remetente não abra link nenhum, não abra arquivos anexados, pois normalmente são programas executáveis que podem capturar informações pessoais do cidadão”, relatou.

Site da Receita Federal

Além de evidenciar informações que chamam atenção para a prevenção de golpes, órgãos federais e estaduais, como a Receita Federal, também possuem um programa de proteção do CPF. Como destacou a analista tributária, essa também é uma medida de prevenção para proteger o cidadão de prejuízos sociais e financeiros.

“A Receita vem incluindo em seu site oficial vários alertas de tentativa de golpes por e-mail, utilizando o nome da Instituição. A Receita pede que as pessoas tenham cuidado com guarda de senhas, que verifiquem sempre a autenticidade das comunicações que parecem ser da Receita Federal. Visando aumentar a proteção dos dados do cidadão, a Receita Federal lançou recentemente uma ferramenta importante: ‘Proteção do CPF’ . Essa funcionalidade protege o CPF do cidadão de ser incluído em um CNPJ sem que ele deseje. É muito comum que a gente receba contribuintes que informam que nunca tiveram nenhuma empresa, e o CPF está vinculado a um CNPJ. Essa proteção do CPF é mais uma ferramenta gratuita, que protege o CPF do cidadão de ser incluído de forma indesejada no quadro societário de alguma empresa”, informou a analista ao Acorda Cidade.

Golpes em Feira de Santana

Questionada se a prática de golpes por e-mail também tem sido registrada em Feira de Santana, Rosângela Santos finalizou ainda reforçando que muitos contribuintes alegam o recebimento de links. Ela voltou a enfatizar que o órgão não se comunica através de e-mail.

“Não podemos informar com precisão o quantitativo de tentativas de golpes, mas recebemos com muita frequência, no Centro de atendimento ao Contribuinte, cidadãos que informam que receberam e-mails diversos com teor duvidoso. A Receita Federal reitera que não envia comunicações por e-mail ou mensagens de texto solicitando correção de erros em declarações por meio de links, nem cobra por serviços realizados. Todos os nossos serviços são gratuitos”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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