Feira de Santana

Permissionários do Shopping Popular reclamam de abusos em cobranças de energia: "não tem nem medidor"

Segundo uma das permissionárias, as vendas não estão atingindo R$ 100 por dia, e já imagina como vai ter que pagar uma conta no valor de R$ 720.

21/09/2023 às 11h35, Por Gabriel Gonçalves

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Shopping Popular
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

A reportagem do Acorda Cidade foi solicitada na manhã desta quinta-feira (21), por permissionários do Shopping Popular Cidade das Compras, em Feira de Santana.

Segundo eles, as taxas de energia para quem atua na praça de alimentação do entreposto comercial, começaram a serem enviadas, mas não há medidor de energia nos boxes.

Lúcia Tito tem uma lanchonete. Ao Acorda Cidade, ela contou que a energia deste mês veio no valor de R$ 1.300.

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Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Colocaram para pagar o condomínio junto com a energia. Quando eles entregaram os boxes, não tinha o medidor, mas agora estão querendo cobrar a energia pela imaginação deles, e querem me cobrar R$ 1.300. O boleto já venceu e vai ter que pagar, ainda disseram que se não pagar, os boxes não serão lacrados, mas querem expulsar a gente”, lamentou.

Ana Márcia também tem uma lanchonete no Shopping Popular. Segundo ela, as vendas não estão atingindo R$ 100 por dia, e já imagina como vai ter que pagar uma conta no valor de R$ 720.

Shopping Popular
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Todos nós estamos com o mesmo problema, eles estão querendo cobrar da gente uma conta de energia, sendo que nem contador tem aqui. Como é que eles querem cobrar dessa forma? Vão chegar aqui e vão dizer, a conta dessa pessoa vai ser tanto. Nós estamos sendo expulsos, o meu boleto mesmo foi no valor de R$ 720, olha que só tenho um freezer. Eu não estou conseguindo vender praticamente R$ 100 por dia, a situação aqui está estreita. Não temos condições de pagar estes valores”, afirmou.

Segundo o permissionário Beto Lanches, o fraco movimento que tem na lanchonete, é causado pelos outros boxes que estão fechados.

Shopping Popular
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Todo mundo está no mesmo barco. O prefeito fez este projeto, porém desempregou mais de 1.800 pais de família. Como podemos ver, existem diversos boxes que estão fechados, porque o pessoal não aguentou continuar pagando, seja o condomínio, seja o aluguel, e agora com esta energia excedente. O meu boleto mesmo, veio no valor de R$ 320. O pouquinho que vende aqui, é do movimento que tem no Centro de Abastecimento e dos 30% de boxes que estão funcionando aqui. O prefeito precisa verificar o que ele pode fazer por todos nós, pois daqui uns dias, seremos expulsos”, afirmou.

Shopping Popular
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

Claudiana de Jesus Oliveira também tem um restaurante no Cidade das Compras. Ao Acorda Cidade, ela expressou as dificuldades que está passando e afirmou que precisa vender o almoço pela metade do preço.

“Assim que eu cheguei aqui, eu trabalhava com lanche e almoço, porém o bicho pegou e malmente nem almoço eu estou mais vendendo. Quando eu consigo vender, são dois, três pratos e ainda pela metade do preço diante da concorrência. O pessoal chega aqui perguntando onde é o restaurante popular, porque sabem que lá, o prato é R$ 2. Então eu não sei mais o que fazer, o fluxo já não é mais o mesmo, chegou agora um boleto de R$ 538 para pagar, uma energia que eu não sei como é que eles contabilizaram, já que eu só tenho um freezer, e nem água eu estou vendendo mais. Quando eu vejo que o pacote está acabando, eu vou lá e compro, mas até o pacote para vender, está sendo difícil aqui, leva quase duas semanas”, apontou.

O secretário de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico (Settdec), Wilson Falcão, informou ao Acorda Cidade que hoje nas primeiras horas da manhã foi comunicado pela presidente da Associação de Camelôs do Shopping Popular, Elizabeth Araújo, que ela estava preocupada e aterrorizada com as cobranças do feitas no Shopping Popular Cidade das Compras em um boleto único em que é cobrado aluguel, internet, energia e condomínio. Ele relatou que imediatamente entrei em contato com o prefeito Colbert Martins e que o mesmo se sensibilizou com a demanda dos permissionários.

“Pediu que imediatamente informássemos a direção do Shopping Cidade das Compras, na pessoa do senhor Elias Tergilene, para que essas cobranças não fossem feitas em um único boleto. A direção informou que esse é um sistema que eles usam e o a partir disso o procurador Guga Leal foi informado e vai notificar a direção para que a cobrança não seja feita dessa forma, pois isso cria mais dificuldades aos permissionários fazendo-os sofrer mais com as situações”, declarou.

Segundo Wilson Falcão o prefeito está sensível e o Shopping será acionado com relação a esse abuso. “Nesse momento temos que apoiar e não prejudicar mais ainda os inquilinos e permissionários do Shopping Cidade das Compras. Hoje a prefeitura está engessada em tomar qualquer posição em função da CPI em curso da Casa da Cidadania”, acrescentou.

O presidente do Consórcio Shopping Popular, Elias Tergilene relatou que os camelôs nunca pagaram aluguel no entreposto até hoje. De acordo com ele, a cobrança de energia é para quem trabalha com alimentação tem freezer, geladeira , estufa para self service e micro-ondas.

“Não tem como pagar o mesmo preço de energia de quem tem um box que vende roupas e tem apenas uma lâmpada e uma tomada. Conforme fotos da própria reportagem os restaurantes têm refrigeradores e estufas de aquecimento. Os medidores de energia foram solicitados aos próprios restaurantes pois a compra é de responsabilidade do restaurante e a instalação responsabilidade do shopping. A conta de energia mensal do shopping é de mais ou menos 40 mil reais. Se não tivermos o critério de cobrar mais de quem gasta mais e menos de quem gasta menos estaremos sendo injustos com os box dos camelos”, concluiu.

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade

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  1. Meu Deus a quem recorrer? Nunca vi tamanhos absurdo , ninguém vende nada nesse lugar , jogaram as pessoas lá, tem gente que as vezes não abrem o Box por falta de dinheiro de ônibus , não tem sequer o dinheiro da passagem, imagine aí tiraram todas as possibilidades de sobrevivência das pessoas

  2. parabens ao acorda cidade pelas reportagens que faz a favor dos sofredores desse camelodromo falido,outros sites todos calados,vergonha pra feira de santana,os camelos passando fome,sofrendo a anos,e a imprensa quieta,ah e como nao bastasse a administraçao agora eles trabalham como vidente tambem,advinham quanto uma pessoa gasta de energia,isso ai e mais um crime dos diversos que esses caras cometem e ninguem faz nada,vcs tao de parabens mais uma vez!!!

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