Feira de Santana

Paciente que morreu na policlínica do Parque Ipê aguardou mais de 3 horas por uma ambulância do Samu

Ivonete Santos Nascimento foi sepultada no início da tarde desta quarta-feira (28).

28/12/2022 às 17h05, Por Gabriel Gonçalves

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Foto: Arquivo Pessoal

A idosa Ivonete Santos Nascimento, 66 anos de idade, que morreu na tarde de ontem (27), na policlínica do Parque Ipê, em Feira de Santana, precisou aguardar mais de 3 horas para ser transferida até o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA).

Ao Acorda Cidade, a filha da paciente, Lorena Santos Nascimento, contou que a mãe começou a passar mal dentro de casa e foi encaminhada para a unidade hospitalar.

Após ser atendida, a equipe médica solicitou uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), equipada com Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas a mesma demorou para chegar.

“A minha mãe começou a passar mal, por volta de 8h30, dentro de casa, aqui no bairro Campo Limpo. Ela acordou, tomou café, fez as coisas e começou a sentir uma dor no peito, então a levamos para a policlínica do Parque Ipê. Chegando lá, ela passou pela triagem, a médica avaliou a pressão, que estava boa, verificou o açúcar e pediu que fizesse um eco. Quando fez pela primeira vez, deu negativo para infarto, mas o médico que estava atendendo disse que ela tinha todos os sintomas e pediu para refazer. Neste segundo exame deu positivo e ficamos no aguardo de aparecer uma ambulância do Samu, pois no momento não tinha nenhuma disponível, e ela só poderia sair da policlínica em uma ambulância com UTI. Ficamos de 8h50 até 12h30, foi quando chegou o carro”, disse.

Segundo Lorena, a equipe médica já tinha informado que o quadro da paciente estava avançando de forma rápida.

“O primeiro médico que nos atendeu disse que minha mãe estava tendo um infarto e que estava progredindo muito rápido, ela precisava de forma urgente ser transferida, mas nada de ambulância. E quando chegou, que o motorista foi sair, eu ainda percebi que ele acelerou ao máximo, mas o carro só andou um pouco e parou. Eu lembro que muito antes da ambulância chegar, minha mãe estava sentindo muitas dores que nem estava mais respondendo aos enfermeiros. O pessoal chamava pelo nome dela, mas só abria os olhos, eu não sei se foi porque deram alguma medicação para controlar as dores, eu só sei que escutava o pessoal chamando pelo nome dela, e ela não respondia. Não levou 20 minutos que minha mãe saiu da ambulância e retornou para a policlínica, e ela morreu. E durante esse tempo, uma segunda ambulância ainda chegou, mas não tinha UTI, eu nem sei o que foi fazer lá, se não tinha como transferir minha mãe”, disse.

Como forma de agilizar o processo da transferência, Lorena contou à reportagem do Acorda Cidade que contratou uma ambulância particular, mas foi orientada pelo médico da policlínica, que desta forma, ela não teria acesso ao HGCA.

“Nós contratamos uma ambulância de uma empresa particular, mas o coordenador lá da policlínica disse que eu não iria conseguir entrar com minha mãe dessa forma, porque para ter a vaga lá dentro, tinha que ser pelo Samu. Eu não poderia tirar minha mãe por conta própria. O quadro da minha mãe era instável, a situação dela estava progredindo a cada minuto, mas a policlínica não tinha os aparatos que ela precisava, o mínimo que poderiam fazer era um paliativo até a ambulância chegar”, relatou.

Diante de toda esta situação, Lorena informou que entrará na justiça.

“A gente vai entrar na justiça, eu acho que é o mínimo, porque isso foi uma negligência. Uma cidade com tantos habitantes e com apenas duas ambulâncias do Samu com UTI, e ter que esperar de 9h da manhã até o meio-dia, sendo que é um serviço de urgência e emergência. No momento, disseram que só tinham duas e todas as duas estavam em ocorrências”, concluiu.

Ivonete Santos Nascimento deixou duas filhas e foi sepultada no início da tarde desta quarta-feira (28), no Cemitério Jardim das Flores, na BR-116 Norte.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

Leia também: Idosa morre após Ambulância da Samu quebrar durante transferência em Feira de Santana

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  1. O pior é saber que isso vai continuar acontecendo, o gestão é uma merda, e o povo fica calado, só reclama quando acontece com os seus, votamos nesses Coisos, temos que cobrar, Feira de Santana está entregue e nada é feito, saúde, educação e segurança não são levadas a sério, enquanto isso nós sofremos.

  2. Isto cabe processo embora as que não vai trazer a mãezinha dela de volta mas serve de exemplo para que não aconteça com outros pais ou Mães de família ou qualquer ser humano o estado ele é responsável pelos pacientes ele tem que dar manutenção as ambulâncias certo o estado da união e o município Então tem que processar entra com processo nos três E aí pronto essa indenização vai ajudar ela a resolver algumas coisas não vai trazer a mãe de volta mas vai punir os responsáveis

  3. O SAMU de Feira de Santana, “Heróis”, demora muito o atendimento, muito mesmo. Carro quebrado, falta de colaboradores, quadro de funcionários totalmente desproporcional para o tamanho da cidade.

    Cadê os representantes do povo ??? Porque não usa a prerrogativa de fiscalizador(a) que possui, e verifica essa situação… ver as condições de trabalho, a demanda, as necessidades ?

    SAMU – está sucateada, assim como a Guarda Municipal, Agentes de trânsito, Professores… a lista é grande…. setores importantes que tecnicamente deveria ter uma atenção especial, pelo contrário a cada dia só piora…

    Enquanto os vereadores e o prefeito, não fazem absolutamente nada pela cidade. É uma vergonha.

    1. Fazem sim! Aumentam os salários deles, criam mais cargos de indicação política colocam o nome bonito de “reforma administrativa”. Ai rola o cala a boca gordo para as “Otoridade” para não fiscalizar nada e praça, festa e o pão com mortadela para o povo. “E todos viveram felizes para sempre!”

  4. A policlínica do pq ipê é um local de total descaso com qualquer pessoa que chegue lá. Começa desde a recepção, até às enfermeiras que atendem a pessoa de má vontade e com a cara emburrada, aí quando tá na faculdade ainda, bota no Instagram: “Enfermagem por amor”. Santa hipocrisia! As policlínicas da cidade não tem aparatos necessários para os primeiros socorros, os profissionais são frios com qualquer paciente que esteja precisando e as ambulâncias da cidade estão caindo aos pedaços. Tomara que a família procure mesmo a justiça. Infelizmente, nada trará essa senhora de volta para sua família, mas pelo menos não ficará impune, pois isso poderia acontecer com qualquer pessoa.

  5. SITUAÇÃO QUE NÃO É NOVIDADE, MAIS DE EXTREMA GRAVIDADE QUE PRECISA SER APURADA AS RESPONSABILIDADES E TAMBEM QUE OS FAMILIARES PROCUREM O MINISTERIO PÚBLICO PARA QUE ESTE Órgão entre nas investigações

    1. O atendimento do SAMU é péssimo. 3 vezes que precisei prestando socorro. uma vez a atendende desdenhou da situação. A outra por sorte paramos uma socorrista que passava no local e precisou gritar com a atendente, se itemdificar com socorrista do SAMU para a atendente por fim resolver mandar uma ambulância. Outra vez uns 40 minutos para chegar ao local com a pessoa sangrando, sendo o acidente na av iguatemi e a base da SAMU fica na J. Durval ( quase uma reta e relativamente próximo.).
      Pessoal precisa avaliar qual estrutura é necessário para melhorar o atendimento. Acho que criar mais ministérios vai resolver o problema.

    2. Não sei como essa policlínica do parque ipê ainda está aberta, ali é horrível, não tem direção, não tem diretor, não tem ouvidoria, até quando aquilo ali vai ser desse jeito????

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