Moradores da Mangabeira e Feira V interditam Avenida Fraga Maia após residências serem invadidas pela chuva

Os moradores do Conjunto Feira V, bairro Mangabeira e regiões próximas, em Feira de Santana, interditaram um trecho da Avenida Fraga Maia, no final da tarde desta terça-feira (20), e realizaram um protesto após suas residências serem invadidas pelas águas das fortes chuvas.

Com colchões e resto de móveis, todos os moradores da Rua Acesso I e dos caminhos 29, 30, 31 e 32, fecharam apenas um único lado da via, gerando um grande congestionamento. Ao Acorda Cidade, Vaneide Maria Machado informou que quase perdeu a filha na correnteza.

“A população não aguenta mais. Nós já perdemos os nossos móveis, não temos onde dormir, não tem colchão, não tem cama, não tem nada para dormir. Quase que perdi a minha filha afogada, o pessoal tirou ela da água para não morrer. Não aguentamos mais esta situação, estamos aqui nesta manifestação contra essa construção que eles fizeram para andar de bicicleta, sendo que do outro lado tem um córrego, e como é que a população do Feira V fica? Já tenho 20 anos morando aqui nesta comunidade”, lamentou.

Edinalva da Cruz também é moradora da Rua Acesso I. Segundo ela, assim como na casa das outras pessoas, teve a residência alagada.

“Com essa chuva que deu hoje no período de meio-dia, alagou tudo, alagou toda a minha casa, eu estava no trabalho e me ligaram para contar o que estava acontecendo”, disse.

Proprietária de um estabelecimento comercial, Keila informou que a estrutura da loja já está danificada.

“A laje da frente da minha loja desabou, pois a quantidade de água que vem da chuva, acaba fazendo uma bacia na porta. Todo ano eu sou afetada, já recorri diversas vezes, mas nunca foi resolvido. Acredito que isso só vai ter uma providência na hora que acontecer algum desastre. Eu sei que qualquer manifestação é bem-vinda, nós estamos gritando por um socorro, precisamos que alguém se mobilize e faça mudança, é disso que a gente precisa”, pontuou.

José Carlos de Souza também é morador do conjunto Feira V. Ao Acorda Cidade ele contou que em outras chuvas, o impacto não era dessa forma.

“Pela primeira vez, a proporção de água foi com este volume. Sempre alagou, mas não como aconteceu hoje. Eles fizeram uma obra aí no passeio, puxaram três manilhas para jogar água no esgoto, mas hoje a água estava parecendo uma cachoeira, e com isso, invadiu a casa de todo mundo”, afirmou.

Os moradores também interditaram a entrada da Rua Acesso I.

Ianco Pinho, engenheiro da Superintendência Municipal de Obras e Manutenções (Soma), esteve no local e falou ao Acorda Cidade sobre a situação. Segundo ele, a vazão de água do canal que há na região diminui e por isso muitas residências foram atingidas.

“Realmente o canal recebeu uma carga muito violenta devido a concentração de chuvas, associado a isso teve um acúmulo de vegetação que acabou diminuindo a capacidade de vazão do canal e acabou atingindo muitas residências. Os moradores ficaram realmente vulneráveis em algumas situações. Vamos acionar o plantão social, orientar a população para solicitar junto a Sedeso cestas básicas, kit de colchão e higiene, entrando em contato pelo 156 tanto pelo telefone quanto pelo aplicativo”, disse.

Ianco informou que a Defesa Civil irá fazer um monitoramento das pessoas para detectar quem está em condição de vulnerabilidade social e detectada essa situação, será solicitada a relocação destas pessoas para o abrigo da prefeitura ou terão o benefício do aluguel social em que passam um período em uma residência alugada.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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