Descumprimento de Liminar

Mesmo com pedido de suspensão, Corrida de Jegue é realizada; advogada diz que evento não apresentou documentação necessária

A reportagem do Acorda Cidade tomou conhecimento que foi enviada uma intimação ao governo do estado, informando sobre a liminar de suspensão da corrida. Dessa forma, sem a ação do estado houve o descumprimento da liminar.

03/12/2023 às 15h22, Por Rachel Pinto

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Foto: Paulo Silva

Mesmo com a decisão judicial emitida pela 2ª Vara de Fazenda Pública de Feira de Santana suspendendo a realização da Corrida de Jegue, o evento foi realizado neste domingo (3), no Parque Coliseu do Sertão, integrando a programação da I Cavalgada Princesa do Sertão.

Foto: Paulo Silva

Paulo Silva, um dos organizadores do evento e filho de Silvério Silva, o criador da Corrida de Jegue, disse ao Acorda Cidade que a organização não foi comunicada sobre a liminar e que ficou surpresa sobre o pedido de suspensão, pois houve reuniões com o Ministério Público (MP) e entidades ligadas a proteção animal. Segundo ele, o evento cumpriu todas as normas de cuidados com os animais, inclusive avaliação com veterinário. Ele destacou que a iniciativa é uma brincadeira e é cultural.

Paulo Silva
Paulo Silva – Foto Ed Santos – Acorda Cidade

“Oficialmente não fomos comunicados e inclusive estamos surpresos com essa decisão porque nós já tivemos reuniões com o Ministério Público, Sociedade Protetora dos Animais, e eles nos passaram algumas normas e essas normas estão em cumprimento. Então você está vendo aqui que todos os animais estão sendo avaliados por veterinário, estão na sombra, estão alimentados, e os corredores não podem usar nenhum tipo de acessório. Eles não usam espora, não usam taca, não usam nada para bater nos animais. É uma brincadeira, um evento cultural, regional, que já realizamos há 48 anos. Inclusive, a corrida de jegue existe no Brasil inteiro e recentemente houve a corrida de jegue em outra cidade, aqui em São Gonçalo, vizinho nosso”, afirmou

Uma das advogadas que peticionou a ação, Carolina Busseni, disse que duas ONGs entraram com a ação assim que tomaram conhecimento do evento e que entendem que eventos com animais não devam acontecer, que animal não é entretenimento, e que entretenimento deve ser de outra forma.

De acordo com ela, se há algum tipo de lei para eventos com animais deve-se ter um regramento mínimo.

“A gente precisa de uma documentação mínima, como autorização da Adab e GTA (Guia de Transporte Animal)”, acrescentou.

Ela observou que os animais também devem passar por exames de zoonoses para evitar tanto o contágio de doenças em outros animais como em humanos. De acordo com ela, a Corrida de Jegue não apresentou a documentação mínima requerida.

“Esse evento não tem a documentação mínima, não foi apresentada junto a Adab em Feira de Santana nenhuma solicitação de autorização do evento, não tem um responsável técnico, um veterinário definido. Vai ter shows, isso incomoda os animais, coloca em situação de estresse, tudo isso precisa ser avaliado, não só a corrida, mas todo o evento”, afirmou.

A advogada salientou que o movimento para suspender a cavalgada e a Corrida de Jegue ocorre há um mês, assim que as ONGs tomaram conhecimento e foi feita uma lista de entidades, com pessoas jurídicas, pessoas físicas e OAB, subscrevendo e pedindo a não realização do evento, principalmente a Corrida de Jegue.

“Enviamos para os gabinetes dos deputados, para o gabinete de transição do presidente Lula, governo do estado e não tivemos nenhum retorno”, informou.

Carolina Busseni observou que o pedido de cancelamento no evento não tem nenhum viés político, apenas a preocupação com o bem estar dos animais.

A reportagem do Acorda Cidade tomou conhecimento que foi enviada uma intimação ao governo do estado, informando sobre a liminar de suspensão da corrida. Dessa forma, sem a ação do estado houve o descumprimento da liminar.

Extermínio de jumentos na Bahia

A advogada chamou atenção também sobre o extermínio de jumentos na Bahia e que de acordo com ela, em 2025, o animal pode ficar em extinção.

Ela pontuou sobre a exportação desses animais para a China e o descumprimento do estado de uma decisão na esfera federal.

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  1. Essas ongs só serve pra abrigar um monte de preguiçoso ganhando dinheiro ***, daqui uns dias vão querer até que parem de andar a cavalo kk e pra ser tudo ***

  2. Engraçado que vemos cavalos, jegues, bois, tudo solto em vias públicas. Amarrados, emagrecidos, puxando carroças pesadas e luz do dia, e não vejo nenhum empenho dos órgãos públicos para mudar a situação. Um evento onde os donos são identificados, e se propõe a cumprir as regras, aí o estado fica exigindo documentos e mais documentos. O intuito? Cobrar taxas e impostos

  3. Povo chato do ***
    Tudo hj é mimimi.
    Corridas de jegue, argolinha, cavalgada, vaquejada, tudo isso já se faz a muitos anos, e não tinha esses devenssores de gravatas para impedir os eventos.
    Querem acabar com a cultura do nosso Nordeste, das nossas raízes, da nossa alegria.
    Vão procurar o que fazer, e deixe nossa cultura em paz, pfvr!!!!!!!

  4. Gelatina de pele de jegue, na medicina chinesa serve pra aumentar libido,pra dores menstruais, pra impotência e muitas outras coisas.

  5. Os humanos lutam entre si, o que termina em graves lesões e morte mais tarde pra alguns, então não vejo nada demais em animais participarem de uma simples cavalgada, desde que não haja mais tratos. O Exmo. Juiz poderia simplesmente determinar uma comissão, com participação de um veterinário, para acompanhar os animais e verificar as condições deles no evento.

  6. Num calor terrível desses e o povo tratando cavalos e jegues como objetos para entretenimento. Espero que pelo menos tenham hidratado os pobres animais.

    1. @sou eu; melhor comentário, é só burocracias, depois de tanto reboliço, veio um dos reais motivos ” autorização da adaab”

  7. Lamentável tratar os animais dessa forma, por cima das leis. Jegue são patrimônio histórico, natural e cultural do nordeste e devem ser respeitados.

    1. É notório a preocupação com os animais devido muitas das vezes os maltratos mas não se referindo a corrida de jegue que entendo que seja um patrimônio cultural da nossa cidade também sou a favor de uma fiscalização mais eficiente para preservar a integridade dos animais que são utilizados neste contexto cultural que é corrida de jegue as ONG devem fiscalizar mais não proibir porque existem outros animais que são usados em competições

    2. Então o BOI não seria também um “patrimônio histórico”? Sendo assim por que podemos matar e comê-los? E as galinhas e porcos? Pq tratamos os animais de forma desigual?

  8. Temos corridas de cavalos ,vaquejadas cadê essa ONGs que dizem preocupado com os animais não vão pedir pra cancelar porque não vão já que estão realmente preocupados com os animais

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