Feira de Santana

Mais de 16 mil reclamações de som alto já foram registradas em 2023 no Cicom de Feira de Santana

Tomba, Campo Limpo e Mangabeira são os bairros considerados mais "barulhentos" pelo Cicom. Maioria das reclamações são de sons residenciais.

29/09/2023 às 07h16, Por Gabriel Gonçalves

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som automotivo
Foto: Arquivo/Secom PMFS

Entre os meses de janeiro e agosto deste ano, o Centro Integrado de Comunicação (Cicom), já registrou 16.021 ocorrências de som alto no município de Feira de Santana. A média diária atinge cerca de 65 reclamações, mas quando chega no final de semana, esse número atinge em média 300 ocorrências.

Em entrevista ao Acorda Cidade, o coordenador do Cicom, o capitão PM Rosuilson dos Santos Cardoso, informou que a média de reclamações por mês é de 2 mil ocorrências.

coordenador do Cicom, o capitão PM Rosuilson dos Santos Cardoso
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“O som alto para nós, é tipificado como perturbação do sossego público, e somente neste ano, o Cicom já registrou entre janeiro e agosto, 16.021 ocorrências, isso é uma média diária de 65 reclamações e um aumento de 6% comparado com o ano passado. Somente som alto, representa 30% do que nós registramos aqui de atendimentos. Por mês, nós temos uma média de 2 mil reclamações. Sábado e domingo são os dias que mais se concentram estes atendimentos, então por exemplo, em um sábado, nós temos cerca de 300 reclamações de som alto, uma quantidade considerável, e destaco que o som alto é um crime que pode ser uma contravenção penal como crime ambiental, e que traz uma série de problemas, principalmente para a coletividade, pois uma coisa é um indivíduo querer ouvir o som alto, enquanto que o outro indivíduo tem o direito do descanso”, explicou.

Embora o som tipo “paredão”, seja uma reclamação de grande parte da comunidade, não é o que apresenta nos dados do Cicom. De acordo com o coordenador, a principal ocorrência de reclamações, envolvendo som, é oriundo de sons residenciais.

“O paredão de fato, é um problema para nossa equipe, pois o paredão envolve aglomeração de pessoas e uma série de condutas que estão ali em volta, porém a nossa principal fonte de reclamação, é de som residencial, ou seja, do vizinho que incomoda o outro. Este tipo de reclamação representa cerca de 40% daquilo que a gente recebe aqui no Cicom, então em primeiro lugar é o som residencial, na segunda colocação tem o paredão, além de som automotivo, e em terceiro, as casas comerciais, que são bares, casas de shows, que representam uma fonte de reclamação para o Cicom”, disse.

Som alto, o que deve ser feito?

Gráficos do Cicom
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Ao Acorda Cidade, o coordenador informou que o reclamante deverá entrar em contato com o Cicom, através do 190 para registrar a ocorrência.

“Se a pessoa se sentiu incomodada, que ela mantenha contato com o 190 para que seja feita a reclamação, e seja feito o registro desta ocorrência. Após isso, nós enviamos uma viatura até o local, para que inicialmente, possamos convencer o outro a cessar a emissão do som, ou seja, baixar o volume. Havendo resistência nesta ordem, a polícia poderá fazer a apreensão do equipamento”, pontuou.

De acordo com o capitão, existe grande migração de paredões para a zona rural, onde as pessoas se reúnem em sítios e chácaras, para realização de festas.

“A gente percebeu que há uma grande migração dos paredões para a zona rural, principalmente nos finais de semana. As pessoas começaram a se deslocar para estas chácaras, sítios, onde também há um aumento de reclamações. Então desta forma, nós também encaminhamos guarnições para este local, para que possamos fazer a confirmação e cessar o ruído”, explicou.

Gráficos do Cicom
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Tomba, Campo Limpo e Mangabeira são os bairros considerados mais “barulhentos” pelo Cicom.

“Os principais bairros que nós recebemos as reclamações, são Tomba, Campo Limpo e em terceiro lugar, ainda temos a Mangabeira. São bairros residenciais, mas que possuem um comportamento bem peculiar, pois são locais que também possuem zonas comerciais, e o fluxo é grande das pessoas, são bairros populosos, mas sabemos que de fato, o som alto atinge todas as regiões de Feira de Santana, inclusive a zona rural. Então a gente se coloca à disposição da comunidade, sempre que precisar da Polícia Militar, entre em contato pelo 190, pois nós fazemos o registro, e isso é até importante para comprovar que aquela pessoa já está com uma reincidência. Além disso, existe o 156 da Prefeitura Municipal de Feira de Santana, que faz este trabalho também para registrar as reclamações”, concluiu.

A reportagem do Acorda Cidade também conversou com o secretário municipal de Meio Ambiente, Antônio Carlos Coelho. Segundo ele, existem limites de volumes a serem obedecidos durante o dia e também durante a noite.

Antônio Carlos Coelho
Foto: Paulo José/Acorda Cidade

“Pela lei complementar 120/18, o som só pode ser utilizado das 22h às 7h da manhã, em no máximo 60 decibéis, já no período de 7h da manhã às 22h, 70 decibéis. Porém muitos estabelecimentos comerciais, como bares e etc, não possuem alvará de sonorização, que deve ser dado pela secretaria de Meio Ambiente, e por qual motivo não autorizamos este alvará? Pois é necessário ter um projeto acústico, e sem este projeto, a secretaria não pode autorizar um alvará. É importante também dizer que nós realizamos as blitz na cidade, não somente em combate à poluição sonora, mas também poluição atmosférica, areais irregulares na cidade, mas devo dizer que para controlarmos essa poluição da cidade, seria necessário que a secretaria tivesse no mínimo, 50 fiscais, porém só temos cinco”, pontuou.

Ainda de acordo com o secretário, existem locais na cidade, que não é possível fazer o serviço somente com os fiscais, e por este motivo, é necessário o apoio da Polícia Militar.

“Nós temos o apoio tanto da Guarda Municipal, como da Polícia Militar, no combate, principalmente destes paredões aqui na cidade. Sempre que sentimos a necessidade do apoio da PM, nós requisitamos a presença deles, para que possam nos dar uma cobertura, já que existem alguns locais perigosos e eu não posso colocar a minha equipe exposta dessa forma. Aproveito para destacar que todos os eventos que são solicitados, nós examinamos e autorizamos mediante a várias recomendações, principalmente com o apoio da Polícia Militar para ter a segurança do evento, da SMT, quando este evento é em via pública e que o tráfego não seja bloqueado totalmente, mas em hipótese nenhuma, nós autorizamos o uso de paredões”, concluiu.

Com informações dos repórteres Ed Santos e Paulo José do Acorda Cidade

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  1. é existente uma lei federal mas o poder de fiscalizar e punir os infratores sonoros são de juridiçāo municipal com o apoio do estado sendo eles o MPE- BA e a polícia militar – ba , mas na verdade não se tem uma fiscalização ativa pois uma grande maioria dos bares NÃO se tem o alvará de funcionamento comercial e nem se quer uma área fechada acústica. O poder municipal não fiscaliza não puni aplicativo fala feira 156 não existe . o certo é a prefeitura secretaria de meio ambiente em conjunto com o MPE-BA e com o apoio da polícia militar é fazer atender as ligações e se não puder agir e punir no momento do ato . é fazer uma advertência verbal se continuar com a infração e não ter algum alvará de funcionamento comercial é fechar punir notificar e só poder reabrir depois de todas as exigências serem cumpridas todas as regularização legais forem atendidas .

  2. E quanto temos uma serralheira instalada ao lado de casas residenciais e comércio, onde o barulho é ensurdecedor, o local não tem estrutura nenhuma para abafar o barulho e várias reclamações de moradores para o aplicativo Fala Feira e nenhuma resolução e nem resposta! Faremos o que???

  3. E as igrejas evangélicas que fazem o barulho que bem entendem? Não adianta fazer queixa, aplicar reclamação no aplicativo ou 156. A prefeitura não faz absolutamente nada!

    1. coloque o som tipo paredão em frente a sua casa qualquer fora ligue o som todo volume e coloque algum familiar seu pra ouvir seu sem noção mente vazia.

    1. a prefeitura tem que fazer um levantamento nos bairros que nos quais os bares tem maior queixa de perturbação do sossego alheio e fechar por que o comércio é ilegal irregular e pior cometendo ato infracional o certo é fechar multar i levar o caso ao mistério publico e prestar queixa crime

  4. Até quando a sociedade vai aturar estes infratores que perturbam e tiram a paz de muitos? Leis mais duras se fazem necessárias. Retenção do veículo, apreensão e “destruição” do equipamento de som, multa de 10% valor do carro e, em caso de reincidência, dobram os valores, e mais 30 dias de prisão. Em “residências do barulho” se aplicaria algo parecido. Pessoas chegam a se desfazer de seus imóveis por conta de canalhas que não respeitam as leis e as pessoas. Gosta da parafernália do inferno? Vão morar e curtir juntos nos quintos dos infernos. Só quem passa ou passou por estas situações, sabe a vontade quê dá de sair destruindo tudo. Falta de respeito que só a Polícia pra socorrer… às vezes um vizinho cansado “maluquece” e resolve. Enxugando gelo com guardanapo. E o quê dizer das misérias dos “paredões” nas praças e ruas habitadas?

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