Feira de Santana

Mãe de bebê que teve suposto erro de vacina, luta por justiça após mais de um ano da aplicação

Reijane informou que ainda não teve o relatório entregue pela Secretaria de Saúde.

06/07/2022 às 14h50, Por Gabriel Gonçalves

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Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A mãe da pequena Maria Laura, de 1 ano e 3 meses, Reijane Borges de Almeida, ainda luta para saber o que realmente motivou a ferida na perna esquerda da filha, acima do joelho. Segundo ela, o problema foi causado por um erro de vacinação.

O ocorrido, aconteceu no dia 16 de março de 2021, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Caseb II, em Feira de Santana, quando o pai da criança junto com a irmã, levaram a pequena Maria Laura para tomar as vacinas contra BCG e Hepatite.

Em entrevista ao Acorda Cidade, Reijane informou que ainda não teve o relatório entregue pela Secretaria de Saúde, e quando tenta fazer a solicitação, é informada que o documento deve ser entregue pelo posto de saúde.

“Desde que minha filha teve este problema com a vacina, está sendo um verdadeiro dilema, mesmo procurando a equipe da reportagem, infelizmente não tive respostas positivas. Quando ocorre esse tipo de intercorrência, é criada uma notificação, sendo que, uma via fica no posto, outra na Secretaria e a terceira via, comigo, já que sou a responsável, porém nunca tive acesso a esta notificação. Fui no posto, informaram que estava na Secretaria, fui na Secretaria, informaram que não receberam, mas eu quero este documento, porque é do meu direito, ainda quero saber, porque estão omitindo o nome da técnica responsável, porque no cartão de vacina, não tem o nome dela, apenas as iniciais. Eu preciso de uma resposta, e isso não irá ficar dessa forma, porque enquanto eu estiver viva, irei lutar atrás de justiça”, relatou.

De acordo com Reijane, a filha hoje utiliza remédios de uso contínuo por conta do procedimento que foi feito na perna.

“Eu tenho certeza que foi erro de vacinação, Maria já passou por exame de corpo e delito, já passou por uma cirurgia, hoje Maria encontra-se utilizando remédios de uso contínuo por conta deste problema que ela teve na perna. E cadê a Secretaria de Saúde, para dar este apoio? Por conta desta vacina, Maria teve este abscesso na perna, precisou ser acompanhada por uma infectologista, e a Secretaria não nos deu este apoio, todas as consultas foram pagas e a cirurgia no local, só foi feita, porque o plano de saúde do meu esposo, dava para cobrir. Hoje graças a Deus, a ferida encontra-se fechada, mas criou uma cicatriz no local, tipo queloide, no próximo dia 20, ela tem uma nova consulta com a infectologista para apresentar resultados de exames e estamos aqui, correndo atrás, porque minha filha não tem mais a saúde que tinha quando nasceu, precisa ficar tomando remédios. Uma pessoa que fez isso com minha filha, não pode ficar trabalhando, para cometer o mesmo erro? Enquanto eu tiver a minha voz, irei correr atrás, mas não posso deixar que isso permaneça, não estou atrás de dinheiro, só quero que a justiça seja feita, e que outras crianças não passem pela mesma situação”, concluiu.

Ao Acorda Cidade, o secretário municipal de Saúde, Marcelo Britto, informou que já teve acesso aos documentos, e não identificou nenhum erro profissional durante aplicação da vacina.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Nós tivemos acesso a documentação que foi encaminhada, ainda estava faltando o resultado por exemplo para verificar o que foi que realmente aconteceu, mas a primeira averiguação, é que não havia nenhum indício de erro formal por parte da técnica de fazer. Eu já ouvi a mãe, ela apresentou a reclamação ao Conselho Regional de Enfermagem, que vai fazer as apurações técnicas pertinentes ao Conselho, apresentou a reclamação na Delegacia de Polícia, e a própria Delegacia vai fazer investigação dela. A secretaria está à disposição para ajudar tanto ao Coren, quanto à Delegacia, e se algum dos órgãos identificar algum tipo de falha, e irá fazer a punição devida à profissional, mas eu na condição de médico, fiz essa avaliação através da documentação que me foi apresentada, e a primeira vista, não identifiquei nenhum erro formal na aplicação da vacina. A aplicação foi feita, e no caso de uma criança pequena, se faz realmente na coxa. Imaginei que teria feito a vacina de forma intra-articular dentro do joelho, mas não, não foi desta forma, então eu realmente não tenho elementos suficientes para dizer de que há erros na aplicação, alguma reação adversa mas aí só o anato patológico que poderia apresentar qualquer tipo de novidades do ponto de vista técnico científico do que foi feito”, informou.

Ainda de acordo com o secretário, caso o Coren identifique algum erro por parte da técnica de enfermagem, ela pode ter a função cassada.

“A mãe desta criança tem o direito de fazer esta pesquisa, de apresentar aos órgãos, mas agora que apresentou tanto ao Coren quanto à Delegacia de Polícia, vamos aguardar que estes dois órgãos façam as suas investigações e cheguem alguma conclusão técnica. O Coren ele está habilitado inclusive a caçar a licença de trabalho de um técnico de enfermagem, não há nenhum problema nisso, e a Delegacia se ela identificar algum erro, vai apresentar alguma denúncia ao Ministério Público, que será o condutor formal do processo perante à justiça”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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  1. A genitora da criança deveria provocar o Ministério Público da Criança e Adolescência. Constituir um Defensor Público ou não, responsabilizar a a técnica de Enfermagem subjetivamente e o Município da cidade de Feira de Santana OBJETIVAMENTE quanto ao Posto de Saúde, com a finalidade de arcar com os danos morais e materiais .

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