Dia do Meio Ambiente

Falta de ações e descaso público comprometem preservação ambiental em Feira de Santana, relata especialista em Meio Ambiente

O município precisa, segundo o ambientalista, de uma Secretaria de Meio Ambiente e de Desenvolvimento Urbano fortes.

05/06/2023 às 18h46, Por Iasmim Santos

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Equipe da Semman recolhe lixo do Rio Jacuípe no distrito de Ipuaçu
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

O Dia do Meio Ambiente, comemorado anualmente em 5 de junho, é uma data importante que busca conscientizar e promover ações em prol da proteção e preservação do nosso planeta. Instituído pelas Nações Unidas em 1972, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em Estocolmo, o Dia do Meio Ambiente tem como objetivo principal chamar a atenção da população mundial para os problemas ambientais e para a necessidade de práticas sustentáveis em todas as áreas da sociedade.

Ao Acorda Cidade, o ambientalista, especialista em Meio Ambiente e vice-presidente da Associação de Produtores Rurais e Pescadores de Ipuaçu, João Dias fez questão de pontuar sobre a importância do convivío harmonioso entre o ser humano e o seu entorno. Além de destrinchar os princiapis problemas que afetam o município de Feira de Santana.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Todos os organismos animados e inanimados do planeta fazem parte do meio ambiente, que requer conselhos, preparação e cuidado com os recursos naturais. Espera-se que os seres humanos, que são os seres pensantes, cuidem da nossa casa que é o Planeta Terra. Se nós não cuidarmos da Terra, o alimento que comemos é envenenado, se não cuidarmos da água, a água que bebemos é contaminada, se nós não cuidarmos do ar, o ar que respiramos é poluído. E como nós seres humanos também somos meio ambiente ficaria inviável a vida na Terra se nós não fizéssemos tudo sempre pensando no convívio harmonioso entre desenvolvimento e a continuidade da vida no planeta”, relatou.

O ambientalista destacou a importância de se pensar globalmente e agir localmente, como é preconizado pela Organização das Nações Unidas.

“No planeta nós estamos com problemas terríveis, como é o caso do Aquecimento Global que causa enchentes, geadas, secas e os trantornos que trazem prejuízos para a raça humana, falando sobre a questão de Feira de Santana temos duas coisas que podemos comemorar, o envolvimento das escolas com a iniciativa, sempre partindo da direção e dos professores, com a colaboração dos alunos, e o envolvimento também da imprensa que tem se preocupado mais com a questão ambiental em Feira. Nós temos que lamentar a conduta do poder público, estou chamando atenção para aquilo que a ONU quer, que a gente traga os problemas para que as autoridades possam parar e refletir”.

Problemas

Feira de Santana tem um problema terrível com Dengue, Zika, Chikungunya, Guillain-Barré, mas na cidade não há o cuidado preventivo, indicou João Dias.

“Não se cuida das lagoas, dos riachos e rios. Em Feira de Santana temos uma zona rural enorme, com oito distritos, e nós não temos nenhuma unidade de conservação de tempo integral para manter os insetos longe da cidade, isso é vergonhoso. A gente precisa de um jardim zoológico, de um jardim botânico e de mais lagoas transformadas em Parque. Por exemplo, Berreca é uma lagoa que caiu um disco voador, segundo dizem as pessoas, e assim como Bruno Reis, lá em Salvador, transformou uma lagoa na Lagoa dos Dinossauros, aqui em Feira poderia transformar a Berreca no Parque dos Ovnis, seria um local de visitação, preservação, e que iria atrair pessoas do mundo todo por conta dos ovnis. Criar quiosques no modelo de ovni e fazer um memorial para que as pessoas tentem entrar em contato com ETs, visto que muitas pessoas vão para a Chapada em busca desse contato. No entanto, o poder público de Feira não se interessa”, acrescentou.

O mosquito da dengue que antes só se reproduzia em água limpa, agora se reproduz também em água suja, lembrou o especialista.

“A cidade tem tido sérios problemas com dengue e com outras doenças que possuem relação com o município, sem contar que água poluída significa problemas gastrointestinais, entre outros para a população, visto que o nosso corpo tem cerca de 70% de água, se não cuidarmos da água certamente teremos uma população doente. A saúde ambiental é importantíssima para que haja saúde pública, os rios estão muito poluídos, o Subaé está muito poluído, foi encontrado no Rio Humildes o Vibrio, não sei se Vibrio cholerae, mas um Vibrio. Temos o Rio Jacuípe super poluído, com 12 riachos jogando esgoto no Rio Jacuípe, o município assiste passivamente sem tomar nenhuma providência; não limpou os riachos, não colocou redes coletoras, como sugerimos, não pensa em realocar famílias que estão em áreas proibidas, então aqui em Feira, embora temos o que comemorar com professores e imprensa, com o poder público é muito triste a situação. Quem chega na BR-324 vê uma empresa construída dentro da lagoa, ninguém toma providência, e o município tem conhecimento. Tem o rio São José que enche a lagoa São José e o rio foi totalmente destruído, existem vários problemas que o chefe do poder executivo deveria aproveitar, em vez de fazer live, convidar as pessoas da área ambiental e discutir um plano emergencial para cuidar do meio ambiente. Devia preparar um secretário, elaborar projetos e ir a Brasília para fazer um convênio com o Ministério do Meio Ambiente e desenvolver ações em Feira de Santana”, ressaltou.

Educação Ambiental

Conforme João Dias, a educação ambiental deveria ser matéria obrigatória nas escolas até que os países adquirissem uma melhor consciência ambiental.


“A gente observa que as pessoas não têm maior consciência ambiental quando alguém compra um carvão sem se preocupar de onde vem o carvão; quando alguém come uma pizza de forno a lenha sem se preocupar de onde vem a lenha”, apontou.

O especialista também frisou os perigos da gasolina em comparação ao álcool, enfatizando que a gasolina causa milhões de mortes no mundo.

“Nunca, jamais, sob nenhum argumento se deve trocar o álcool pela gasolina, a gasolina mata mais de 5 milhões de pessoas no planeta. Gasolina deveria ser banida do planeta, me dá náuseas quando vejo a televisão mostrando alguém fazendo o cálculo se vai colocar álcool ou gasolina, só deveríamos colocar gasolina se o local que estamos não tiver álcool. A saúde, a vida das crianças, dos seres humanos é mais importante do que qualquer coisa”, salientou.

Possíveis soluções

O município precisa, segundo o ambientalista, de uma Secretaria de Meio Ambiente e de Desenvolvimento Urbano fortes, porque Feira de Santana é uma cidade que cresce muito.

“Precisa de uma parceria muito grande entre três secretarias do município: Meio Ambiente, Agricultura e Urbanismo, porque são os maiores problemas do município. Então precisaríamos escolher secretários que não fossem só políticos, mas sobretudo técnicos. O município está sendo destruído por questões políticas, e o problema de Feira é não colocar pessoas capazes nos lugares que deveriam estar, deveriam se importar menos com a política partidária e evitar querer estar sempre no poder passando por cima da vontade dos munícipes”, concluiu.

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  1. Secretaria de meio ambiente de Feira de santana só serve para prender paredão. O lixo está em todas as esquinas culpa da prefeitura não é sim da população que não tem consciência, mas educação ambiental já era para ser tema escolar pois assi manda a lei que não é cumprida : lei 12.345 ”
    Educação ambiental
    Coleta seletiva
    Criação de cooperativas e associações de catadotes
    Triagem de materiais
    Levar para aterro regulamentado somente o que não presta
    Isso era o que tinha que acontecer se tivéssemos um governo sério

  2. Só não podemos esquecer que o governo atual está em seu segundo mandato e representa a continuidade dos governos de Zé Ronaldo. Nesse caso foi este mesmo governo e seus antecessores que permitiram a ocupação desordenada das margens das lagoas e rios da cidade. Um bom exemplo disso é a *****, cuja construção exigiu o aterramento de parte das lagoas que existem no local.

  3. Em Feira de Santana existem inúmeras lagoas e riachos que foram aterrados devido a ocupação desordenada. A prefeitura assistiu passivamente a ocupação dessas áreas. Inclusive nas imediações do Rio Jacuípe, que é um afluente do Paraguaçu, o qual abastece Feira de Santana, as casas jã estão chegando na margem sem qualquer intervenção dos órgãos ambientais. O atual governo municipal mesmo com toda morosidade, está fazendo algumas ações para delimitar as lagoas. Espero que deêm andamento a esse projeto, pois é o primeiro passo para evitar a ocupação dessas áreas.

  4. Os comentários são relevantes. Mas é estranho a mudança de discurso, visto que até pouco tempo atrás o ambientalista fazia parte da prefeitura e agora que saiu começa a criticar. É ou não é estranho?

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