Dia do Comerciante

Conheça a história de comerciantes que enfrentaram a tecnologia e sobrevivem no mesmo ramo há décadas

Tem profissional que já trabalhou com churrascaria, material de construção, mas atualmente segue com uma papelaria.

16/07/2023 às 11h55, Por Gabriel Gonçalves

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Comércio - Dia das Mães - Foto - Ney Silva - Acorda Cidade (11)
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Neste domingo, dia 16 de julho, é celebrado o Dia do Comerciante, uma data destinada para homenagear todos os profissionais que trabalharam na área do comércio, ou seja, na venda de produtos e serviços.

Considerado um dos trabalhos mais antigos do mundo, o comércio é uma atividade extremamente importante para o desenvolvimento econômico do país.

O Acorda Cidade conversou com alguns comerciantes da cidade de Feira de Santana que trabalham no mesmo ramo há décadas, e mesmo sem um apoio direto da tecnologia, conseguiram se manter no mercado diante de tantas outras concorrências.

João Rodrigues, conhecido popularmente como ‘Tio João’, é um dos exemplos da cidade Princesa do Sertão. Com uma papelaria localizada na Avenida Senhor dos Passos, centro de Feira, ele contou à reportagem um pouco do histórico de vida.

Comerciantes
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Hoje ser comerciante é um desafio muito forte, precisa ter equilíbrio, precisa ter paciência, muita calma, muito respeito ao cliente porque nós dependemos deles. Hoje não sinto nenhum cansaço, eu me sinto alegre, me sinto feliz em trabalhar, gosto de ser comerciante, gosto deste desafio. Eu comecei como um pequeno comerciante, comecei com restaurante, churrascaria, lanchonete, já tive também material de construção e hoje estou nesse ramo de papelaria”, lembrou.

Tio João contou que já tem mais de 40 anos como comerciante em Feira de Santana. Mesmo com o avanço da tecnologia, preferiu continuar no formato de atendimento tradicional.

“Meu comércio é presencial, eu não consegui me adaptar com essa tecnologia, eu até tenho condições de aprender, mas eu não quero, a minha preferência é vender aqui diretamente no meu balcão. Uma coisa eu posso dizer, quando nós acordamos, a primeira coisa que a gente deve fazer, é pedir a Jesus Cristo para nos ajudar a vender, porque isso aqui é a nossa sobrevivência, precisamos manter isso, saber tratar bem os clientes, agradecer, ter calma, até porque é o cliente que está dando lucro aqui no estabelecimento e quando ele sair, ele pode até espalhar por aí, o bom atendimento que teve, é uma propaganda gratuita”, contou.

Outro comerciante bastante conhecido na cidade, é Joaquim Cordeiro, que possui um restaurante no Calçadão da Sales Barbosa.

Ao Acorda Cidade, ele destacou quais são as principais ações para que um bom comerciante, possa se manter no mercado.

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Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Ser comerciante é ser predestinado, é você ter sonhos e todos nós temos. Precisamos ir em busca dos resultados e colocar em prática, ter a persistência, sabedoria, ter a arte de comprar, a arte de vender. Hoje eu trabalho com ramo de alimento, mas comecei lá em São Paulo, aprendi muito e isso que é importante, crescer na vida. Primeiramente nós devemos crescer dentro de nós, ser um grande ser humano, respeitar o próximo e viver em sociedade”, afirmou.

Joaquim aproveitou para enfatizar a presença da base familiar na construção de um comércio. Além disso, ele destacou a importância de sempre buscar as oportunidades buscando cada vez mais, espaço na sociedade.

“Grande parte dos comerciantes começaram com pontos de aluguéis, ninguém começa de cima. Ninguém nasce rico, as pessoas encontram oportunidades, buscam espaço para estar no meio das pessoas. Naquela época não tínhamos internet, e hoje temos esta ferramenta muito importante que facilita para muitas pessoas. Se você souber usar, poderá abrir uma loja em qualquer lugar, qualquer bairro e lançar uma empresa. Outra observação que faço, é a presença da família, a base de um homem é a família, se você tem uma família que te ama, você vive em paz, vai reinar sucesso, é se amar e amar a Deus sobre todas as coisas”, disse.

Ao Acorda Cidade, Joaquim Cordeiro também enfatizou as dificuldades e desafios que um comerciante pode enfrentar.

“É necessário persistir nas dificuldades, porque sempre vamos ter dificuldades em qualquer situação. Nós temos um ano de seca, um ano de chuva, um ano de política, um ano de guerra, mas sempre vai existir o consumismo, pois onde tem pessoas, existe consumo, eu digo que não existe crise onde existe uma sociedade consumista”, concluiu.

A reportagem do Acorda Cidade também conversou com o paulista Luís Campos Ferreira, hoje com 67 anos, adotou o município de Feira de Santana aos 21.

Trabalhando há mais de 30 anos com o ramo de eletrônica, Luís relembrou como virou comerciante.

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Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Eu sou de São Paulo, mas toda a minha família é daqui de Feira, inclusive a minha esposa e os meus filhos. Quando eu passei a morar aqui na cidade, eu estava com 21 anos, e lá em São Paulo, eu já trabalha em uma oficina de rádio, cheguei a trabalhar também em um centro eletrônico e quando eu passei a morar aqui, coloquei uma lojinha em sociedade com o meu cunhado. Foram cerca de 10 a 14 anos, mas depois disso ele seguiu no ramo de mobiliária e eu continuei na eletrônica, seja na linha de áudio, como também instrumentos musicais”, explicou.

Diante da concorrência do mercado, Luís contou que precisa fazer a diferença e buscar manter a clientela.

“Nós precisamos correr atrás, porque hoje com tanta concorrência, principalmente a internet que é muito extensa, nós precisamos fazer o diferencial e permanecer no mercado. Hoje por exemplo eu ainda estou me adaptando para trabalhar com essa questão de vendas online, porém meu filho que também está comigo aqui na empresa, posso dizer que já estou passando a bola, ele que está mais por dentro”, pontuou.

Luís lembrou que na época, não existia tanta concorrência como é hoje, e teve o apoio de amigos para abrir a empresa.

“Graças a Deus, eu posso dizer que eu fui um cara de sorte, porque quando eu comecei, não tinha tanta concorrência como tem hoje. Tive o apoio de muitos amigos, representantes que me deram suporte para abrir a empresa e dar continuidade. Hoje a gente coloca na cabeça que estamos trabalhando pra você mesmo, então precisa se dedicar bastante, até 24h por dia, seu sempre corri atrás, e ainda sigo no mesmo pique”, concluiu.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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