Baile celebra 20 anos do Centro de Convivência Dona Zazinha; espaço rompe barreiras contra o etarismo   

O Centro de Convivência para Idosos Dona Zazinha Cerqueira em Feira de Santana realizou um Baile de Máscaras nesta terça-feira (5) para celebrar 20 anos de atividades sociais, educativas, solidárias, de saúde e lazer. Criado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedeso), o espaço promove a o bem-estar dos mais de mil idosos cadastrados, combatendo a solidão e exclusão que muitos enfrentam nesta fase, conhecida como etarismo, o preconceito contra os mais velhos.

A alegria não ficou de fora. Houve muita dança, muitas apresentações e um café especial para aqueles que tornam o Dona Zazinha sempre mais bonito e aconchegante. Uma banda retrô embalou os idosos com músicas dos anos 60. Convidados da sociedade feirense também foram prestigiar os 20 anos da instituição.

Tilda Brasileiro, coordenadora do Centro Dona Zazinha, celebrou os avanços ao longo dos anos, com a oferta de oficinas, atendimentos médicos, tratamentos estéticos e das atividades de lazer promovidas para os idosos.

 “20 anos de grandes avanços, porque desde que entrei no Zazinha, é claro, a gente tem umas adversidades, mas a maioria sempre vence, houve muitos avanços no Zazinha. Frequentando, hoje, eu tenho 420, nessa festa temos 234. Oferecemos oficina de memória, grupo de convivência, grupo com nutricionista, atendimento médico com geriatra, salão de beleza, academia, cinema, salão de jogos, dança de salão, zumba e também e o samba de roda”, destacou.

O espaço é um símbolo de atenção aos idosos, que também têm os seus direitos garantidos pela constituição brasileira. O centro deu tão certo que a coordenadora explica que abrem as vagas, mas sempre está precisando abrir mais. 

“Agora, em fevereiro, no dia 8, abrimos 180 vagas. No dia 23, já não tinha mais vagas. Completamos 200 e agora o centro só está fazendo o cadastro reserva. Não está mais matriculando. A procura é constante, o cadastro reserva começou no dia 29 e já estamos com 36 cadastros reserva”, explicou. 

Há oito anos, a professora aposentada Maria José Brito participa das atividades no centro. Para ela, o Dona Zazinha é como um refúgio. 

“Quando a gente entra aqui, os problemas ficam todos para trás. Problema todo mundo tem, mas a partir do momento que a gente atravessa esse portão, esquece tudo. Aqui eu tenho muitas amigas, faço aulas de dança. Eu adoro dançar, tem atividade física e para a memória também”, contou. 

Maria José já se apresentou duas vezes com a turma e confirma que não perde um evento. “Vale muito a pena, só vale”, confirmou. 

A delegada Clécia Vasconcelos, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), participou das comemorações. Ao Acorda Cidade, ela destacou a importância do local para mulheres que sofreram violência, celebrando a alegria e a vida. 

“Você imagina essas mulheres que estão aqui vestidas para o baile, com máscara, quantas já viveram histórias de violência na vida? Quantas trazem suas cicatrizes e dores? Mas isso ficou no passado. São mulheres resgatadas pelo Zazinha, que eu aproveito a oportunidade para parabenizar. Você vê quanta alegria. Estamos numa manhã de sol, com mulheres idosas, jovens, homens, dançando, confraternizando, comida, bebida. Isso é alegria. E a vida não é só de combate, de luta, de sofrimento. A vida também é de alegria, de cantar, de dançar, de regozijar”, observou. 

A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) é parceira do centro. No mês que marca a luta e a atenção às mulheres, a Deam vai realizar uma caminhada no dia 24 de março para conscientizar cada vez mais a população sobre os direitos e o respeito que a sociedade deve prestar a elas. A delegada convidou a todos para participar dessa corrente. 

“O que começou com a Deam hoje é uma ação institucionalizada. Todos os órgãos da prefeitura, políticos, o empresariado local, os amigos de boa vontade e o Zazinha não vão ficar fora disso, não é? Aqui também no Zazinha é um ponto de troca de camisa por alimentos. Então, 24 de março, vamos todos à rua com palavras de ordem, não a violência contra a mulher, mas de uma forma igual a essa, lúdica, descontraída, dançando ao som de trio elétrico, finalizando no shopping com Quixabeira da Matinha”, informou. 

A caminhada sairá às 8h, em frente da Deam, na Avenida Maria Quitéria, e seguirá até o Boulevard Shopping.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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