Feira de Santana

Feira de Santana pode sofrer consequências graves por causa de chuvas

Sobre o Rio Jacuípe, João Dias afirmou que no momento também não há riscos relacionados as barragens.

01/01/2022 às 13h58, Por Gabriel Gonçalves

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Rachel Pinto

As fortes chuvas que atingiram a Bahia e que causaram grandes estragos como nas cidades de Itabuna e Ilhéus, podem também trazer consequências graves para Feira de Santana, se não houver um monitoramento nas Áreas de Preservação Permanentes (APPs) e fiscalização. O chefe de educação ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmam), chamou atenção para esta situação em entrevista ao Acorda Cidade e destacou que muitas pessoas estão preocupadas com o que pode acontecer com os rios e barragens da região.

Ele explicou que todos esses danos causados pelas chuvas são consequências do desequilíbrio ambiental no planeta que altera o clima, a composição da atmosfera e polui as águas.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Provocamos as mudanças climáticas, o aquecimento global. Agora os mares estão mais quentes e o clima e outros tipos de fenômenos que são previsíveis, o mundo tem tido. Tsunamis, furacões, terremotos, secas, enchentes, inundações, nunca vistas antes. As pessoas podem dizer que sempre houve isso de forma mais previsível, mas estão acontecendo enchentes, inundações, chuvas, secas, imprevisíveis. São bem maiores do que às vezes a gente pode prever. A sociedade foi construída no mundo todo próxima ao litoral e junto aos rios. Os rios têm as Áreas de Preservação Permanentes (APPs) as várzeas, os vales e não podem ser ocupadas porque com o planeta agora doente pode acontecer em outros locais o que aconteceu na Bahia”, disse.

Para o ambientalista, os danos são de ordem social econômica e ambiental. Sobre a situação local, dos Rios Paraguaçu e Jacuípe que passam por Feira de Santana e região, destacou sobre o estado das barragens.

“No Rio Paraguaçu temos três barragens: a barragem de Apertado em Mucugê que não corre nenhum risco, ela é no alto Paraguaçu, a barragem Bandeira de Melo, que fica em Itaetê; o Rio Paraguaçu está passando por cima dela e não há nenhum risco de estourar porque a barragem foi projetada para a água passar por cima, e a barragem de Pedra do Cavalo. Essa é a barragem que a gente mais se preocupa porque ela tem um grande volume de água, é uma vez e meia maior que a Baía de Guanabara, é um lago de 186 quilômetros de extensão que banha 12 municípios, entre eles Feira de Santana. A barragem Pedra do Cavalo está sendo monitorada pela Votorantim Energias dentro das recomendações da Agência Nacional de Águas (ANA) e no momento nós estamos com a barragem sem risco, com a barragem controlada. Estão sendo liberados pelas cinco comportas 1,500 metros cúbicos por segundo que é o que a calha do Paraguaçu em Cachoeira, São Felix , Maragogipe, São Roque do Paraguaçu suportam. Essa vazão atual também está mantendo o lago do lado de cima na cota 114 que é a que está recomendada pela ANA. O lago suporta até a cota 124, ou seja, a gente tem dez metros que podem subir ou descer”, salientou.

Foto: João Dias/Semmam

Sobre o Rio Jacuípe, João Dias afirmou que no momento também não há riscos relacionados as barragens.

“Há a barragem do França em Piritiba, que pega 32 milhões de metros cúbicos e ela está com 32 milhões. Temos a barragem de São José do Jacuípe em São José do Jacuípe que estava seca, pega 357 milhões de metros cúbicos que estamos chegando a 10%. Depois temos a barragem Grande em Riachão do Jacuípe que também está cheia e a de Jaguara que está cheia. Do ponto de vista nosso que trabalhamos com monitoramento, nenhum dos dois rios representam riscos para Feira e nem para região, mas queremos chamar atenção da necessidade que tem das autoridades implementarem sistemas de segurança em rios e, barragens. Não temos pluviômetros, temos pouquíssimas réguas de marcações que são controladas pela ANA e não temos nenhum sistema de alarme se for necessário retirar as pessoas”, pontuou.

Foto: João Dias/Semmam

Riacho do Conjunto Feira X

João Dias comentou ainda que em Itabuna e Ilhéus os rios ocuparam as várzeas e que as autoridades têm que se preocupar com licenciamento ambiental e com fiscalização para não permitir que a sociedade continue ocupando as beiras das lagoas, córregos e rios. Para ele, isto cria uma bomba relógio, que é o planeta que está doente e podem ocorrer as catástrofes a qualquer momento.

Outro alerta feito pelo ambientalista foi com relação aos riachos de Feira de Santana, especialmente do Conjunto Feira X.

“Em Feira temos os problemas muitos sérios com o Riacho Cipriano Barbosa da Rua Nova, o Riacho da Pindoba que nasce na Uefs, vai até o Rio Pojuca, passa na Mangabeira, passa em alguns outros bairros, o Riacho da Cidade Nova que passa na Mangabeira que tem casas dentro do riacho e além desses temos problemas sérios com o riacho do Conjunto Feira X. As autoridades precisam fazer um trabalho de colocar monitoramento nesses locais e a curto e médio prazo retirar as pessoas que estão na APP desses riachos porque se tivermos uma chuva como em Itaberaba, de 300 milímetros a população corre sim muito risco”, encerrou.

 

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade

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