Feira de Santana

Familiares e amigos de garoto atropelado no bairro Santa Mônica II fazem protesto por mais segurança

Os moradores atearam fogo no veículo que atropelou a criança no último domingo.

24/08/2021 às 09h31, Por Gabriel Gonçalves

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Gabriel Gonçalves

Familiares, amigos e vizinhos do pequeno João Lucas Gonçalves Oliveira de apenas 8 anos, atropelado no último domingo (22), realizaram uma manifestação na manhã desta terça-feira (24) em busca de mais segurança para os bairros Santa Mônica II e Parque Lagoa Subaé em Feira de Santana.

De acordo com a Polícia Militar, João Lucas foi atropelado na Rua Joana Angélica por homens que estavam atirando a bordo de um veículo Fiat Uno em alta velocidade 

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Ao Acorda Cidade, um tio da vítima que preferiu não se identificar, informou que a criança estava brincando na companhia do primo na porta da residência e ao perceber a correria de muitas pessoas fugindo dos tiros, também tentou retornar para casa, quando foi atropelado.

"Ele passou o dia todo dentro de casa com o pai e a mãe, e aí quando um primo dele chegou para brincar, ficaram na porta de casa. No decorrer desse tempo, começou a troca de tiros, o primo fugiu para um lado, ele por ser menor ficou sem saber para onde correr, e quando tentou entrar em casa, que foi atravessar a rua, o carro passou e pegou ele. Nesse momento a gente não tem nem palavras, não tem nem o que dizer desta situação. Uma criança alegre, e vem falecer desta forma, único filho, nem o pai sabe o que dizer nesse momento, uma criança inocente morrer desta forma sem ter nada  a ver com a situação, brincando e morre dessa forma", afirmou.

De acordo com o morador do bairro Parque Lagoa Subaé, Robson da Silva, a manifestação tem como objetivo chamar a atenção dos poder municipal, sobretudo pela falta de manutenção no bairro como limpeza de terrenos baldios e do estado e  para investimentos de mais segurança no bairro.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Eu já moro aqui no bairro há 7 anos e nunca vi o prefeito vir aqui em nosso bairro. Nós queremos uma resposta da prefeitura e do secretário de segurança pública, porque todo dia temos assaltos aqui. Já são duas vítimas e crianças que morrem aqui em nosso bairro, uma vítima de tiro e agora, vítima de atropelamento. Somos pais de família, e ficamos sem poder sair de casa. Há professoras que saem todos os dias de casa para ir para as escolas e quando chegam no meio do caminho, são assaltadas. A violência aqui no bairro está grande e não tem como conviver desta forma", destacou.

Ainda segundo Robson, os pais de João Lucas estão traumatizados pela situação que ocorreu no último domingo e pela falta de humanidade no momento do levantamento cadavérico.

"Nesse momento, os pais estão em casa porque seguem traumatizados. Foi uma cena muito triste e ainda ter que aguardar por tanto tempo. A criança faleceu 16h e só foi feito o levantamento cadavérico 21h. Uma criança, uma vida, não era um animal e a gente necessita ter essas respostas. Essa região aqui do bairro por exemplo tem muito matagal, nem a própria polícia quando vem fazer operação aqui, consegue ter resultados, porque os marginais correm e se escondem aí dentro dos matos, então a prefeitura deveria limpar tudo isso", disse.

Arrasada com a situação, Loacir Gonçalves da Silva, mãe do pequeno João Lucas, disse ao Acorda Cidade que não sabe como será a partir de agora sem a presença do filho e lamentou que dentro de poucos minutos, uma fatalidade como o atropelamento aconteceu na porta de casa.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Ele era uma criança tão boazinha, ficava em casa, meu filho era alegre, amoroso, saiu uns cinco minutos e aconteceu tudo isso. Estava brincando com o primo na casa da tia, quando no meio do caminho perceberam os tiros e na vinda, o carro pegou ele já na porta de casa. Não sei mais como será minha vida, não sei como será sem a presença do meu filho, ele era a luz dos meus olhos", afirmou.

Além de João Lucas que foi atropelado, uma outra criança foi baleada de raspão. Segundo Arilma dos Santos, mãe do garoto, ele estava tentando entrar em casa assim que ouviu os disparos.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

"Meu filho foi baleado de raspão abaixo do peito quando estava tentando correr junto com João Lucas. Meu filho tem 12 anos e estava já na porta da casa da minha mãe esperando ela abrir o portão, quando ele ouviu os tiros e foi correndo pra casa de João Lucas. Por ele ser maiorzinho, conseguiu pular no passeio e entrar na casa, mas João não conseguiu, quando o carro pegou ele", disse.

Para a professora Milena de Jesus, o protesto realizado pelos moradores é mais do que justo, como forma de chamar a atenção dos poder público, a ter um olhar mais atento para quem mais precisa.

"Esse ato aqui é mais do que justo, porque uma vida foi tirada. Uma criança inocente que não tinha nada a ver e acabou perdendo a vida. Nós estamos vivendo em constante medo devido a essa grande violência que aqui no Parque Lagoa Subaé, na Santa Mônica, Vila Nova e por isso pedimos as autoridades que olhem por nós, que façam alguma coisa porque estamos vivendo com essa falta de segurança há mais de 10 anos e a tendência infelizmente é piorar", concluiu.

Os moradores atearam fogo no veículo que atropelou a criança no último domingo.

Fotos: Ed Santos/Acorda Cidade

Com informações dos repórteres Aldo Matos e Ed Santos do Acorda Cidade

 

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