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Ex-prefeito de Feira está recuperado da covid-19 e conta como foi vencer a doença

Ele agradeceu a todas as pessoas que oraram pela sua recuperação e que o ajudaram durante o tratamento.

11/06/2020 às 16h37, Por Maylla Nunes

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Daniela Cardoso

O ex-prefeito de Feira de Santana, Tarcízio Pimenta, que também é médico, está recuperado da covid-19. Ele afirmou ao Acorda Cidade que recebeu, na tarde de ontem (10) a sorologia mostrando que os anticorpos já estão presentes e fortes. Ele agradeceu a todas as pessoas que oraram pela sua recuperação e que o ajudaram durante o tratamento.

“Realmente venci a Covid-19, venci com fé, com persistência, pelas orações das pessoas, as pessoas daqui de Feira oram muito, rendem Graças, tive muitas mensagens positivas, tive o apoio da minha família, apoio dos meus amigos de quem esteve naquele momento, mas foi importante porque eu coloco sempre a fé que tive em Deus, nunca desisti da cura, nem na fase mais difícil da doença. Estou sarado, estou curado, Deus me deu a graça”, comemorou.

Tarcízio relatou que no dia 25 de maio saiu para trabalhar normalmente, já que é médico e estava na linha de frente atendendo a até 40 pacientes por dia, e no dia (26) sentiu que o corpo estava um pouco quente no final da tarde. Ligou para o laboratório e fez o teste rápido, porém deu negativo. No dia seguinte, então, ele resolveu fazer o exame PCR e decidiu não atender mais nenhum paciente.

“Fiz o exame e começou a minha penitência. O resultado saiu com três dias, de lá para cá, eu já tinha comunicado minha família, alguns amigos, já tinha conversado com alguns colegas e no sábado, por volta de 22h, recebi o resultado confirmando a covid-19. De início o sintoma foi a febre, depois perdi o paladar, o olfato, dores musculares, o que menos tive foi a febre, depois desse pico de febre, nunca mais eu tive, porque eu passei a ter o instrumento do termômetro na minha mão”, afirmou.

O ex-prefeito relatou ao Acorda Cidade que tomou todas as atitudes de isolamento, após ter a doença confirmada e que seguiu os protocolos que eram para serem seguidos. Ele destaca que teve assistência de colegas médicos através de telefonemas, teleconsultas, videoconferências. Além disso, teve os cuidados em casa da esposa dele, que é enfermeira. Mas chegou um momento em que achou que ia precisar ser internado.

“Eu tive esse recurso e cheguei a pedi a minha família que não me levasse para um hospital, iriam ficar preocupados com isso, minha mulher que é enfermeira cuidou de tudo junto com meus filhos e eu tentava tirar a preocupação deles, mas o momento não foi fácil. Foi então, quando fui a um laboratório em Salvador, não consegui acessar o elevador, tive que ficar aguardando para ver qual seria minha reação. Quando voltei para o laboratório, comecei a sentir aquela angústia respiratória e muita taquicardia, foi quando tomei a decisão de ir para o hospital. Liguei para um amigo infectologista que orientou que eu fosse. Mas eu orei, aguardei e fui melhorando. Fiquei uns 40 a 60 minutos parado sozinho, fui me recuperando, subi e consegui ver como estava meu oxigênio. Então tomei a decisão de continuar em casa fazendo todo o protocolo e falando com os médicos a todo momento.”

Segundo Tarcízio, é de extrema importância que o paciente confirmado com covid-19 fique em casa, sempre com a assistência dos médicos e também da família. Ele afirmou que “ficar em casa é uma frase bonita, é uma receita, mas só isso não resolve, tem que ter acompanhamento". O médico destacou também que é importante para a pessoa que está com covid-19 observar os sintomas nos sete, 10 primeiros dias. Segundo ele, esse é o período que esse vírus pode promover coisas graves e se a pessoa sentir sintomas mais graves, deve procurar uma unidade de saúde.

“Não fique em casa sem assistência, porque você pode morrer, eu estive a beira de uma internação, tive o aparelho na minha frente, ouvi o som do aparelho que a gente coloca no coração para ouvir, sei o que é entubar, então é importante a prevenção. Não fique ouvindo sobre remédio A, B, ou C, não siga cabeça de muitos políticos que querem apenas tumultuar o internamento ou querem sair distribuindo remédio, querendo medicar as pessoas sem saber o que está fazendo. Tomem muito líquido, procurem dormir pelo menos oito horas por dia, se gostar de chá, tome muito chá, tudo isso faz bem”, disse.

O ex-prefeito lembrou ainda das dificuldades encontradas pela maioria dos pacientes diagnosticados com coronavírus em Feira de Santana. Segundo ele, não tem exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para todo mundo e os planos de saúde estão negando atendimentos para exames. O ex-prefeito ainda relatou o preconceito na hora do atendimento ao paciente com covid-19.

“Somos seres humanos. Eu sofri quando entrei para fazer uma tomografia e as pessoas nem sabiam que eu estava com Covid, mas estava abatido, tava com a máscara, e quando fui fazer o exame falei que estava com Covid e quando estava na sala de espera, pessoas correram, pessoas do grupo de saúde. Isso demonstra o quanto nós estamos desinformados e estão trabalhando na saúde, eu acho que aquilo nem foi pelo coração deles, mas por proteger a família. Me viram como uma ameaça, estava doente, estava infectado. Não vamos nos isolar das pessoas de forma psicológica, do ponto de vista pessoal, é preciso ter o apoio da família, ter piedade e misericórdia por aqueles que estão doentes”, defendeu.

Tarcízio Pimenta colocou o número do telefone dele particular a disposição para quem precisar de ajuda e orientação relacionada a covid-19 e disse que ainda vai passar o fim de semana descansando, para só depois que estiver 100% recuperado, voltar ao trabalho.

“Quero aproveitar e colocar meu telefone particular a disposição para orientar, dizer o que é possível fazer, vá por aqui, vá por ali, o (75) 99995-8800, e se eu puder ajudar alguém, salvar alguém, não estou fazendo mais do que minha obrigação, quero ajudar estas pessoas e muita gente ainda está sem informação.”

Onde adquiriu a doença

O ex-prefeito Tarcízio Pimenta manteve a rotina de trabalho em hospitais e acredita que pode ter contraído a doença durante os atendimentos, mas também acrescenta que pode ter tido contato com o vírus em outras circunstâncias a exemplo de caixas eletrônicos, farmácias e até mesmo durante as caminhadas que estava fazendo ao final do expediente.

“Todos esses lugares, é possível pegar covid. Não é que você não vá na farmácia, você vai porque precisa ir, mas se proteja. Quem vai lá, está doente, a maioria que vai, está doente. Você entra na fila do banco, como eu estava, não sabia quem estava doente e muita gente que está na fila, também não sabe. A máscara protege, mas não é tudo. A máscara às vezes cai, sai do lugar, às vezes você leva a mão nela e coloca na boca, no olho. Por mais cuidado que você tome, o vírus tem uma transmissibilidade incrível. Por mais cuidado que você tome, ele alcança a gente. Você mexe com dinheiro, pode estar no dinheiro. você mexe com cartão. Enfim, a transmissibilidade do vírus é muito grande, não é uma coisa simples”, salientou.

Tratamento

Com relação ao protocolo de tratamento, Tarcízio diz que seguiu o que vem sendo difundido, com vitaminas, zinco, Vitamina D, uma série de complexos vitamínicos. Além disso, ele afirma que fez uso de muita hidratação e associação de antibióticos.

“Inicialmente, usei azitromicina e depois usei a hidroxicloroquina. Eu não posso negar isso. Eu sei. Fiz todo o cenário para usar, porque eu até, x dias, melhorava, mas continuava sentindo sintomas que incomodavam. Continuava tendo falta de ar, tive apneia, taquicardia. Naquele momento que foi acertado essa opção, tomei a decisão de usar, usei e não me arrependi. A hidroxicloroquina não é ela só, ela tem que ser usada através de uma associação, com antibióticos e seguida de outras medicações”, explicou.

O ex-prefeito disse ainda que fez uso de anticoagulante a todo momento, mas sempre com orientação e assistência. Ele lembrou ainda que efeitos colaterais existiram, pois não há medicamento que não tenha efeito colateral e disse que chegou a fazer alguns exames antes de ingerir as medicações, a exemplo do eletrocardiograma.

“Antes de usar a cloroquina eu fiz o eletrocardiograma. Agora, quando eu cheguei em um determinado posto de saúde, a primeira vez que eu cheguei para trabalhar em uma cidade próximo a Feira de Santana, eu atendi um paciente e mandei dar uma benzetacil a ele. Se eu tivesse mandado ele ir pra casa, ele teria morrido. Eu tirei ele do soconecilático porque estava junto dele. Eu sabia o que eu ia fazer e ele se salvou. Pense, você chegar em uma cidade nos primeiros dias para trabalhar e dar uma injeção pro paciente e ele morre? O que vai circular na cidade? Tarcízio matou um paciente. Então, tudo tem que ter um acompanhamento. Eu não aconselho a ninguém sair por aí comprando cloroquina porque não vai nem achar. Para eu achar, deu trabalho, afirmou, acrescentando que também utilizou corticoide, dentro da sequência do protocolo que foi lhe orientado.

Hidroxicloroquina

Questionado se é a favor do uso de Hidroxicloroquina no tratamento para pacientes com covid-19, o médico Tarcízio Pimenta disse ao Acorda Cidade que sim, desde que seja feito o tratamento certo, com a obtenção de bons resultados e sempre com acompanhamento médico.

“Não pode é você ficar esperando complicar e não ter saída depois. Eu não estaria hoje tão preocupado com o Hospital de Campanha, porque o Rio de Janeiro está mostrando isso aí, São Paulo está também. Eu estaria mais preocupado em assistir as pessoas que estão com Covid em casa, estaria preocupado em dar uma orientação a quem pode pegar Covid. Os grandes centros estão abrindo, sabe porquê? porque já acham que tiveram tempo suficiente de ter vaga para as pessoas irem morrer no hospital, infelizmente. Agora não estão querendo mais isolar, porque acham que vai ter vaga de UTI pra todo mundo, porque fica dando aqueles números de porcentagem de leitos de UTI, isso é brincar com a saúde pública”, criticou.

Tarcízio criticou também a forma como as autoridades lidaram com o vírus quando ele chegou ao Brasil. Segundo o ex-prefeito, no início da pandemia os hospitais brasileiros estavam sem respiradores, sem medicamentos e isso pegou todos da saúde despreparados, estavam assistindo o que se passava na China.

“Brincaram com o vírus. Ele é forte, transmite fácil. Ele contamina, infecta fácil. Não acreditaram e pegou todo mundo de calça na mão aqui no Brasil. É como quem diz, você não se preveniu para não ser assaltado. Você não se preveniu para não ficar doente.”

Ivermectina

De acordo com o médico, está demonstrado em pesquisas e análises, que o remédio Ivermectina estimula a ação anti-inflamatória. Como a Covid é uma inflamação, então ele dá uma imunologia melhor e ativa as células.

“Porque não usar? Eu usei, logo no sábado. Quando chegou meu exame, corri na farmácia, comprei e usei. Além de usar, dei pra minha mulher e minhas filhas. O que acontece é que muita mentira se conta. Quantas vezes a gente vai no laboratório fazer exame de fezes? não adianta nada. Pra que? deveria ser banido. A gente bebe água contaminada, come fruta contaminada. O que deveria ser no Brasil, era todo ano você tomar remédio de verme. As pessoas ficam criticando o uso da Ivermectina. Que mal vai fazer? Podem me processar, eu desafio alguém que tomou Ivermectina e morreu. É um medicamento para verme.”

Ouça a entrevista completa em áudio no nosso PodCast.
 

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